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SANTA CRUZ

Bate-boca marca primeiro debate dos candidatos a vice

Foto: Rafaelly Machado

Debate foi realizado nesta quarta-feira

Pautas como incentivos fiscais a empresas e educação motivaram bate-boca e até pedidos de direito de resposta no primeiro debate entre os candidatos a vice-prefeito de Santa Cruz, promovido na manhã desta quarta-feira, 21, pela Rádio Gazeta. Embora com tom propositivo na maior parte do tempo, o debate refletiu o momento da campanha, que enfrenta um acirramento das tensões a menos de um mês da votação.

Com a presença dos sete postulantes a vice no plenário da Câmara de Vereadores, o debate, que teve transmissão em vídeo pelo Portal Gaz, durou 2 horas e meia e teve dois blocos de perguntas diretas entre candidatos com tema livre.

O tema dos incentivos apareceu logo no primeiro desses blocos, quando Manu Mantovani (PcdoB) questionou Ido Dupont (PSD) sobre os mais de R$ 700 mil recebidos em benefícios recebidos por sua empresa, a distribuidora de alimentos Dupont. Ido alegou que e empresa arrecada R$ 2,6 milhões por ano para o Município e emprega quase 300 pessoas. Disse ainda que o governo aportou R$ 18 milhões para pequenos empreendedores nos últimos anos por meio do Banco do Povo.

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Manu rebateu, acusando a política de incentivos de desigual e lembrou que os recursos do Banco do Povo são oriundos do BNDES e são oferecidos por meio de crédito e não incentivo. “Dezenas de empresas que quebraram na pandemia não receberam R$ 1,00 do governo”, falou.

Irritado, Ido afirmou que a adversária “recebe o salário na conta todo mês” e não compreende as dificuldades enfrentadas por quem empreende. Nas considerações finais, Manu afirmou que Ido foi “desrespeitoso” e acusou-a de receber sem trabalhar. Ido pediu direito de resposta, mas o pedido foi negado pela assessoria jurídica do debate.

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Em outro momento, Fabiano Dupont (PSB) questionou Ido sobre turno integral nas escolas municipais. Ido lembrou que o atual governo revitalizou 27 escolas e que a fila de espera por vagas nas creches municipais está praticamente zerada, afirmando que a educação pública de Santa Cruz é “modelo para o Brasil”. Fabiano questionou por que outras escolas não foram atendidas e, na tréplica, Ido disse que o adversário “nunca administrou nada”. Fabiano pediu direito de resposta, mas também foi negado.

Em um questionamento a Elstor Desbessell (PL), que divide a chapa com Helena Hermany (PP), Ido afirmou que o adversário “passou a vida toda falando mal dos Hermany”. Elstor afirmou que é preciso diferenciar embates políticos de disputas pessoais e lembrou que Ido já esteve aliado ao PTB. “Problema não tenho nenhum. Quem tem problema é o seu partido, o PSD, que esse ano teve três vereadores cassados”, atacou Elstor.

Nos demais espaços, os candidatos debateram sobre temas como saneamento, saúde, interior, turismo e juventude (veja abaixo).

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VEJA O QUE SE FALOU NO DEBATE

Funcionalismo
Fabiano Dupont questionou César Cechinato sobre implantação de plano de saúde para servidores municipais. Cechinato defendeu que a Prefeitura inicie negociações com o IPE Saúde em torno do assunto e alegou que o seu grupo possui “portas abertas” no governo estadual. Fabiano questionou por que os governos petebistas não se valeram desses contatos no passado para implantar um plano e lembrou que o Estado enfrenta dificuldades financeiras, defendendo que é possível buscar um modelo mais vantajoso para os servidores.

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Saneamento
Em resposta a Elstor Desbessell, Fabiano Dupont chamou de “crônico” o problema do saneamento em Santa Cruz, criticou os aditivos realizados no contrato da Corsan, lembrou que Helena Hermany ainda estava aliada ao governo quando os aditivos foram assinados e defendeu mais fiscalização sobre o cumprimento do convênio pela estatal. “Temos que fazer com que a agência tenha um poder de fato para cobrar a Corsan”, disse.

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Interior
Em resposta a Walter Couto, Manu Mantovani defendeu planejamento estratégico de longo prazo para o interior, com planos e metas para infraestrutura, valorização da agricultura familiar nas compras públicas, para que não mude conforme a prioridade “de quem tem a caneta na mão”. “É importante para que as pessoas saibam quando a pavimentação vai chegar, quando a irrigação vai chegar”. Também defendeu a valorização de produção orgânica e redução do uso de agrotóxicos. Couto destacou o plano de implantar uma usina de produção de beterraba e uma indústria de ração animal para gerar empregos no interior.

Gestão fiscal
Paulo Bigolin questionou Walter Couto sobre como obter recursos próprios para investimentos. Couto afirmou que é preciso analisar a situação financeira do município. Bigolin defendeu enxugamento da máquina pública, por meio de medidas como a extinção de cargos em comissão (CCs) para fazer sobrar recursos.

Saúde
César Cechinato perguntou a Paulo Bigolin se ele concorda com a afirmação de que Santa Cruz possui uma das melhores saúdes públicas do país. Bigolin afirmou que a estrutura de saúde é local é boa, mas possui problemas, como falta de médicos em postos de saúde, e defendeu digitalização e parcerias público-privadas. “Com o que se investe hoje, acho que podemos fazer muito mais”, disse. Cechinato afirmou que ainda há filas por atendimentos na rede de saúde local.

Juventude
Elstor Desbessell questionou Manu Mantovani sobre políticas para juventude. Manu citou medidas de prevenção de gravidez, política de saúde especial para jovens e políticas voltadas a identidade de gênero, entre outros. Uma das principais demandas, segundo ela, envolve políticas voltadas à inserção de jovens no mercado e uma das propostas é um curso preparatório para o Enem voltado a jovens de baixa renda. Elstor defendeu a implantação de áreas de lazer para jovens.

Privilégios
Manu Mantovani questionou Paulo Bigolin sobre um item do plano de governo de Novo que prevê “extinção de privilégios no serviço público”. Bigolin afirmou que a máquina pública é “inchada”, criticou o que chamou de “cabide de empregos” na Prefeitura e o loteamento de funções, defendendo a política de processo seletivo para preenchimento de cargos. Manu lembrou que mais da metade dos servidores municipais recebem na faixa do salário mínimo e ironizou a política do processo seletivo, afirmando que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que é acusado de irregularidades, passou por esse processo. “O desmonte do serviço público não interessa a ninguém”, disse Manu. Bigolin rebateu, destacando que Salles foi expulso do Novo.

Idosos
Ido Dupont questionou César Cechinato sobre seus planos para a população idosa e lembrou que o plano de governo inclui a criação de um Centro de Referência para o Idoso. Cechinato defendeu uma política voltada a garantir qualidade de vida para a terceira idade.

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Calçadão da Floriano
Walter Couto questionou Elstor Desbessell quanto à ampliação do calçadão da Rua Marechal Floriano. Desbessell disse que a obra é positiva, mas foi iniciada em um “período muito infeliz”, após um ciclo em que o comércio enfrentou restrições para funcionar em função da pandemia. “Lamento que nosso comércio tão pujante tenha que passar dias tão difíceis”, afirmou, alegando ainda que falta investimentos nos bairros. Couto afirmou que seria mais oportuno aplicar os recursos da obra em asfaltamento de corredores de ônibus.

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Turismo
César Cechinato questionou Walter Couto sobre planos para o turismo e a indústria de cerveja local. Couto defendeu políticas de fomento ao turismo e incentivos para as empresas do setor cervejeiro. Cechinato criticou a não inclusão de Santa Cruz, que é capital da Festival Cerveja Gaúcha, na Rota da Cerveja Artesanal, criada em lei de autoria do deputado estadual Elton Weber (PSB).

Veja como foi o debate:

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