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Rio Pardo

Trabalhador redescobre a dignidade após 29 anos

Depois de viver os últimos 29 anos em galpões, sem energia elétrica, água encanada ou qualquer estrutura adequada, em situação análoga ao trabalho escravo em uma fazenda no interior de Rio Pardo, Pedro Haas Lacerda, de 67 anos, terá um Natal diferenciado este ano. Embora nunca tenha visto um Papai Noel e festejado a data, a esperança de uma vida melhor está mais próxima de virar realidade depois que a promotora do Ministério Público do Trabalho, Enéria Thomazini, firmou no dia 14 de outubro um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o ex-patrão do trabalhador. Ele se comprometeu em pagar as verbas rescisórias e dano moral individual no valor de R$ 30 mil, por meio da aquisição de um imóvel contendo piso, condições sanitárias adequadas, poço ou caixa de água protegido contra contaminação.

Sem parentes ou amigos, a família de Lacerda são cinco cães que ajudam a cuidar dos galpões de madeira velha em meio a um campo de criação de gado e ao lado de um matagal na localidade de João Rodrigues. Nascido em 8 de outubro de 1947, filho de Amadelino Ramiro Lacerda Lopes e Ana Haas Lacerda, ele afirma ser o mais novo de outros cinco irmãos, segundo ele, já falecidos. Sem carteira assinada, o serviço na fazenda nos últimos anos era compensado quinzenalmente por dois quilos de arroz, um de feijão, uma lata de azeite, um quilo de sal, um de farinha de mandioca e um pacote de café solúvel. Após a denúncia sobre o trabalho em condição degradante e o acionamento da Polícia Federal, Ministério Público do Trabalho e Ministério Público Federal, o trabalhador passou a receber um seguro-desemprego especial. Com o dinheiro conseguiu comprar alimentos que há muito não sentia o gosto,c como linguiças. E também radinho de pilha para saber as horas e a previsão do tempo. A assistência social do município também concedeu ajuda com mantimentos e galões com água mineral.

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