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Dedicação e fé

A vida dos coroinhas da Catedral de Santa Cruz

Eles são jovens atentos às tecnologias, estudantes ávidos por notícias e futuros profissionais que já almejam carreiras nas áreas da Medicina, Direito e até Fotografia. Em pleno ápice da pré-adolescência, Luis Eduardo Theisen, Gabrielle Luiza Neumann, ambos de 12 anos, e os irmãos Matheus e Maurício Konrath, 14 anos, acumulam, além das expectativas de quem ainda tem muito para viver, uma atividade em comum: a participação no grupo de coroinhas da Catedral São João Batista. É através do auxílio durante a principal celebração da religião católica que esses pequenos grandes ajudantes demonstram atributos de fé e solidariedade fomentados ao longo dos anos, seja por influência da educação concedida em casa, seja pela própria inserção na diocese. E mostram que é possível, sim, seguir os preceitos da Igreja e aproveitar esta fase de descobertas.

Ligados nas novidades do grupo por meio do Facebook, a rotina deles, que integram uma equipe de 30 participantes ativos, flui como a de outros tantos jovens. Durante a manhã, dedicam seu tempo para tarefas escolares ou, como no caso de Maurício e Matheus,  ao esporte. Depois do almoço, eles comparecem à aula, e à noite é tempo de dar uma espiadinha nas redes sociais, ler seus livros preferidos, assistir televisão e aproveitar o tempo com os familiares. É no fim de semana, no entanto, que a dedicação à equipe de coroinhas ganha fôlego.

Conforme o assessor do grupo, João Beck, entre as atividades periódicas desses estudantes também estão  reuniões dois sábados por mês. “Durante esses encontros, o João (assessor) sempre nos passa uma mensagem de solidariedade e boa índole. É muito gratificante, pois saímos de lá com a certeza de estar no caminho certo”, comenta Gabrielle. A sua afirmação é compartilhada pelos colegas mais experientes, Maurício e Matheus. “Refletimos sobre o nosso papel na sociedade, aproveitamos para conversar sobre assuntos diversos e ainda sobra tempo para a diversão.”

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Para João Beck, é a partir desses relatos que a formação pessoal e profissional das crianças é estimulada. “Além das mensagens, também costumo trabalhar com o espírito de liderança, através de brincadeiras que aliem coleguismo, honestidade, responsabilidade e outras tantas características que moldam um ser humano íntegro. Dessa forma, as reuniões se tornam mais dinâmicas e atraem ainda mais os participantes”, explica. Outra questão primordial abordada nos encontros diz respeito à convivência em família. “Todos os jovens precisam respeitar seus familiares, mas também têm o direito de exigir pais firmes. É por meio dessa troca que eles aprendem a receber um pedido negado e também a compartilhar as conquistas com aqueles que lhes geraram a vida”, afirma ele, que assessora os pequenos há 20 anos.

Inspirados pelos ensinamentos proferidos por Beck ou até mesmo pelo que aprendem com suas experiências na diocese, os jovens são categóricos ao afirmar que não pretendem largar tão cedo essa atividade. “Quando falo para os meus colegas que sou coroinha, muitos dão risada e têm a impressão de que fazer parte do grupo simboliza ir na missa todos os dias e ser a ‘santinha’ da sala. Fico triste, pois mal sabem eles que o sentido de estar aqui é muito mais profundo”, comenta Gabrielle.

Ajudantes indispensáveis na celebração da missa

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Vestidos com túnicas brancas e atentos a cada movimento dos sacerdotes, os coroinhas exercem papel fundamental para a plena execução da missa. Suas tarefas durante a celebração são diversas. Primeiro, organizam o ambiente e vão à porta da igreja receber os fiéis. Após, auxiliam o padre e os ministros da Eucaristia no momento do ofertório e ainda tocam as sinetas que ecoam na Catedral São João Batista. Em caso de qualquer necessidade, eles estão ali, prontos para ajudar nos momentos de fé e oração dos católicos.

Atividade que agradou a Luis Eduardo Theisen, que, além do fim de semana, costuma ir às missas também nos outros dias. “Eu queria participar, mas não tinha como vir até a igreja. Consegui realizar esse sonho com a ajuda de uma professora, que me traz e busca sempre que possível”, conta.

De acordo com o padre Marcel Carlesso, responsável por esse setor na Diocese de Santa Cruz do Sul, a presença de crianças e adolescentes pôde ser observada desde os primeiros tempos da Igreja, mas foi somente após o Concílio Varticano II, nos anos de 1960, que surgiu o coroinha como conhecemos hoje. “É nesta fase que o jovem molda seus valores, sua personalidade e se firma como pessoa. Por isso tentamos passar aos adolescentes não só uma formação espiritual, mas também do caráter e dos valores, desenvolvendo os dons e habilidades da cada um”, explica.

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Crianças a partir dos 8 anos podem participar do grupo de coroinhas da Catedral São João Batista. Para ingressar, basta se deslocar à secretaria no Centro Comunitário da Catedral, localizada na Rua Marechal Floriano, 654. Mais informações também podem ser adquiridas pelo telefone (51) 9857 0725.

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