Os trabalhadores do Correio decidiram paralisar as atividades por dois dias – quinta e sexta-feira – para pedir uma negociação com a Empresa Brasileira de Telégrafos sobre a entrega de cartas e encomendas. Em entrevista à Rádio Gazeta, o delegado sindical da categoria no Vale do Rio Pardo, Tiago Rafael Melo, explicou que os carteiros não estão dando conta de toda a demanda de entregas e pedem a contratação de mais pessoal por meio de concurso. Em Santa Cruz o número deveria aumentar em pelo menos 13 empregados.

A paralisação deve durar apenas estes dois dias e segundo Melo, a categoria quer dialogar com a população para que eles entendam que não é por culpa dos carteiros que a correspondência chega atrasada. Em Santa Cruz os trabalhadores estão concentrados em frente ao centro de distribuição na Rua Ernesto Alves. A agência na esquina da Júlio de Castilhos com a Venâncio Aires segue funcionando normalmente.

No final da manhã desta quinta-feira, os Correios, através da Assessoria de Comunicação e Imprensa, encaminhou um posicionamento oficial da empresa sobre a greve dos trabalhadores. Confira abaixo a nota na íntegra:

Informações sobre a paralisação dos dias 29 e 30
 
Sobre a paralisação dos dias 29 e 30 de janeiro, convocada por um dos sindicatos dos empregados dos Correios no Rio Grande do Sul, os Correios esclarecem que a Empresa possui Acordo Coletivo de Trabalho com vigência até agosto deste ano, celebrado com as entidades representativas dos empregados, com a mediação do Tribunal Superior do Trabalho. Em cumprimento a este Acordo Coletivo, os Correios mantêm processo permanente de negociação, realizando reuniões periódicas para discussão de temas de interesse dos empregados e que inclusive já resultaram em diversos avanços quanto às condições de trabalho e benefícios, como a questão da entrega matutina.
 
Sobre as reivindicações da paralisação
 
A respeito da necessidade de contratação de mais profissionais, os Correios esclarecem que estão trabalhando para suprir a demanda e deve realizar, em breve, contratação temporária para atender a necessidade de forma emergencial.
 
Quanto à entrega matutina, os Correios informam que ela já começou a ser implantada conforme cronograma estabelecido no Acordo, que prevê a realização das mudanças em três fases. No Rio Grande do Sul, foi finalizada a primeira fase dentro do prazo estipulado, com a saída dos carteiros do Centro de Distribuição Domiciliária (CDD) Cruz Alta durante manhã desde o dia 15 de janeiro. Nas próximas fases, mais 19 unidades do Estado devem entrar no processo de entrega matutina seguindo o estabelecido no Acordo. É importante destacar que essa alteração impacta em diversos fatores da logística de distribuição, como horários de recebimento de carga das linhas aéreas, organização dos objetos postais durante trabalho interno nas unidades e período de entrega à população, por isso não pode ser implementada sem o planejamento adequado.
 
Os Correios entendem que estão cumprindo rigorosamente todos os compromissos firmados em Acordo Coletivo de Trabalho e que as reivindicações da categoria de empregados dos Correios podem ser tratadas na mesa de negociação permanente sem a interrupção dos serviços postais e consequente prejuízo à população.