Previsto para encerrar em maio deste ano, o prazo para agricultores de todo o país preencherem e enviarem o Cadastro Rural Ambiental (CAR) deve ser prorrogado pela falta de adesão dos produtores e inúmeras dúvidas com relação ao preenchimento do documento. Em Venâncio Aires, que possui 9.460 propriedades rurais registradas, menos de 1% dos produtores preencheram o CAR até o momento. Uma reunião entre a Administração Municipal, Sindicatos e Emater tratou do assunto, na última semana, na Prefeitura. O grupo busca formas de esclarecer os produtores e reduzir custos para orientação. 

O Cadastro Rural Ambiental é um registro obrigatório para imóveis rurais, exigido pelo novo Código Florestal. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, cerca de 5,6 milhões de propriedades rurais do país devem fazer a inscrição e registro do imóvel gratuitamente através da internet. Os dados vão compor uma base nacional para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico contra o desmatamento. 

A preocupação do Município, Sindicatos e dos próprios agricultores, no entanto, é com relação ao preenchimento do CAR, já que se trata de termos técnicos que exigem a orientação de engenheiro agrônomo ou agrimensor. “Com o preenchimento do cadastro, muitos agricultores serão cobrados a cumprirem áreas de preservação ambiental que hoje estão despercebidas”, exemplifica o gerente local da Emater, Vicente Finn. 

O prefeito Airton Artus, preocupado com a situação e com a falta de técnicos capazes de orientar os produtores na Prefeitura, Emater e Sindicatos, sugeriu que fosse visitada a cidade de Caxias de Sul, que possui características de pequenas propriedades rurais e já está avançada no Cadastro Ambiental Rural. “Vamos buscar exemplos de outros municípios. Ver onde podemos avançar”, destacou o prefeito. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o preenchimento do CAR, além de contribuir para o mapeamento ambiental brasileiro será essencial, a partir de 2017, para agricultores que desejam contratar operações de crédito.