Em funcionamento há seis meses, a chamada onda verde, que compreende a sincronização de semáforos, foi implantada com o propósito de dar mais fluidez ao trânsito na Rua Tenente Coronel Brito, uma das principais vias de ligação entre o Centro e os bairros de Santa Cruz do Sul. Ainda assim, o significado dos sinais verde e vermelho parece não fazer sentido para uma importante peça da engrenagem: o pedestre. No sábado, das 10h40 às 11h40, a reportagem da Gazeta do Sul esteve no cruzamento da rua com a Júlio de Castilhos e flagrou quase 150 pessoas atravessando a faixa de forma irregular.

Distraídos ao celular, conversando durante a travessia ou simplesmente alheios à presença do semáforo, 149 jovens, adultos e idosos avançaram sobre o asfalto no sinal vermelho colocando em risco a própria vida e obrigando os carros a pararem mesmo quando o sinal verde autorizava a passagem de veículos. Mães e pais com bebês de colo ou guiando crianças pela mão também protagonizaram travessias perigosas. Diante de buzinadas, alguns chegaram a dizer em voz alta que estavam na faixa de pedestre sem observar o comando do semáforo à frente. Ao longo desse período, apenas 60 pessoas se mostraram conscientes da importância de respeitar o sinal.

Uma delas, Vera Lúcia de Lima, de 64 anos, aguardou o sinal verde para atravessar mesmo depois de observar que não havia carros circulando na via. “Me policio ao máximo para esperar. Cada um tem a sua hora. É bom que seja assim nessas ruas que são mais movimentadas. Mas a gente vê, sim, muita coisa errada.” Como  pedestres e motoristas, o casal Angélica do Nascimento, de 25 anos, e Gerson Baierle, de 35, reconhece as dificuldades que cada um enfrenta. Para mostrar a importância da atenção às regras ao filho Anderson, de 2 anos, respeitaram o sinal verde da travessia para pedestre e procuram fazer o mesmo quando estão ao volante.