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Região

A longa espera por obras nas estradas

Mais uma safra está no fim sem a realização das obras de restauração ou construção do asfalto em três dos principais corredores de escoamento da produção agrícola na região. Os investimentos nas obras chegam a R$ 64,9 milhões e há muito tempo as más condições nas rodovias dificultam o transporte de cargas e o deslocamento de veículos. Na ERS–400, a Associação dos Caminhoneiros do Centro-Serra, com apoio de outras entidades e empresas, chegou a fazer dois mutirões de tapa-buracos emergenciais no trecho entre Passa Sete e Sobradinho desde o final do ano passado. Na RSC–153, os motoristas são obrigados a fazer manobras até arriscadas por causa da sequência de crateras em diversos trajetos entre Barros Cassal e Soledade. Já na ERS–403, entre Rio Pardo e Cachoeira do Sul, a pavimentação da estrada se tornou uma novela interminável.

Com problemas há mais de uma década, a ERS–400, principal rota de ligação da região Centro-Serra com as demais partes do Estado, continua trazendo prejuízos aos motoristas. Apesar de ter recebido uma operação tapa-buracos há pouco mais de uma semana, no trecho entre Vila União, em Candelária, e o trevo principal de Sobradinho, a rodovia continua sem data para o início da restauração completa. No início de abril, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) assinou a ordem de serviços para o reinício da recuperação. No entanto, até agora, nada foi feito além de um arrastão de serviços emergenciais nos trechos considerados mais críticos.

Ao trafegar pela região, os motoristas quase param, tamanha a dificuldade de vencer o trajeto. O vendedor de som automotivo Anderson da Rosa faz o itinerário entre Santa Cruz e Arroio do Tigre toda semana e é um dos tantos usuários que seguem insatisfeitos. “Agora, pelo menos, temos condições de transitar, mas é claro que precisa melhorar muito.” Segundo ele, antes dos últimos reparos, a situação era bem pior. “Chegava ao ponto de não marcar hora com os clientes, pois sabia que iria me atrasar em função de ter que passar por aqui.” O histórico de indignação dos motoristas com o estado do asfalto resultou, inclusive, nas duas mobilizações organizadas pela Associação dos Caminhoneiros do Centro-Serra. Com recursos próprios, os profissionais taparam os buracos mais críticos com pó de brita.

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Alterações

A assessoria de comunicação do Daer informou que, como se passou tempo entre a conclusão do projeto e a contratação da empreiteira, foi necessário realizar uma revisão, no intuito de atualizar as soluções para o trecho contratado. “No momento, a revisão está pronta e encaminhada ao Banco Mundial (Bird), que é o organismo financiador do Programa Restauro. Agora é esperar pela aprovação das alterações”, informou a assessoria, em nota.

As obras de restauração do asfalto na ERS–400, de Vila União até Sobradinho, e na RSC–481, de Cerro Branco até Novo Cabrais, deverão durar 180 dias ao custo de R$ 7,5 milhões. O Daer garante que assim que o Bird aprovar as modificações no contrato, a construtora iniciará a recuperação, que vai envolver pavimentação, drenagem e sinalização.

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Deslocamento à noite só com escolta

Depois de sofrer uma tentativa de assalto, um médico e uma enfermeira agora recebem a escolta de uma ambulância à noite para o retorno para casa, em Soledade, após cumprirem a jornada de trabalho no terceiro turno na unidade de saúde de Barros Cassal. As precárias condições da RSC–153 entre os dois municípios obrigam os motoristas a trafegarem em baixa velocidade para tentar desviar das crateras mais fundas e evitar problemas nos veículos. Diante dos riscos de dirigir pela estrada, três ambulâncias e duas vans da Secretaria Municipal da Saúde bloquearam a passagem de veículos pelo local no dia 28 de julho para chamar a atenção do governo do Estado.

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Após a tentativa de ataque de assaltantes no mês passado, os profissionais de saúde procedentes de Soledade que trabalham à noite na unidade de Barros Cassal ameaçaram suspender os serviços na cidade. Para manter o trabalho da equipe, a Prefeitura disponibilizou uma ambulância para fazer o acompanhamento no retorno, com as luzes de emergência acionadas, a fim de garantir a segurança. As más condições do trecho de 35,82 quilômetros atrapalham a vida dos motoristas no principal corredor de exportação entre a região norte do Estado e o Porto de Rio Grande. Crateras que ocupam o espaço das duas pistas em diversos pontos da RSC–153 e com até mais de 30 centímetros de profundidade tornaram comum o tráfego em zigue-zague no trajeto.

O governador José Ivo Sartori assinou a ordem para início da recuperação de trechos das rodovias RSC–153 e ERS–332 em 30 de junho, no Palácio Piratini, mas até agora o que se vê é o aumento dos buracos no asfalto e nenhuma máquina para o começo dos serviços. Na solenidade, Sartori disse que “são obras que mudarão para melhor a vida das pessoas”. No entanto, um mês depois, equipes da empresa contratada para a recuperação da estrada fizeram apenas um pequeno tapa-buracos em parte do trecho após o protesto no final de julho.

Sem hospital na cidade de Barros Cassal, os casos mais graves com pacientes precisam ser encaminhados para outros municípios, principamente Soledade. O secretário da Fazenda, Luciano Dalbosco, afirma que a Prefeitura realiza o deslocamento pela estrada apenas nos casos de urgência. Os problemas aumentam ainda mais à noite e em dias com chuva, quando crescem as dificuldades de visualização dos buracos. Observa que há poucos dias encontrou um caminhão no trecho na contramão, para desviar das crateras, e precisou cruzar na pista contrária.

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Prazo de 300 dias para conclusão das obras

O Daer informou que a Construtora Giovanella Ltda., vencedora da licitação, está autorizada a mobilizar suas equipes para os trabalhos. A empreiteira tem prazo de 300 dias para a execução dos serviços a partir da assinatura da ordem de início. O contrato prevê a recuperação completa do pavimento, dos dispositivos de drenagem e da sinalização (pintura da pista e placas de trânsito) no trecho da RSC–153 entre Barros Cassal e Soledade e da ERS–332 entre Soledade e Espumoso.

As obras para recuperação do pavimento nas duas rodovias integram o programa Restauro. Com investimentos de R$ 33 milhões, a medida vai beneficiar 14 municípios. O programa é financiado com recursos do Banco Mundial (Bird) e prevê a recuperação completa de trechos considerados críticos na malha rodoviária do Estado, com obras que envolvem desde a restauração do pavimento até a sinalização viária.

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Retomada da ERS–403 foi anunciada há meio ano

Seis meses depois do anúncio sobre a retomada das obras de asfaltamento da ERS–403, entre Rio Pardo e Cachoeira do Sul, os moradores da região ainda esperam pela chegada das máquinas para os serviços. Os usuários encontram apenas poeira no trecho ainda sem pavimentação. A cada chuva, forma-se um atoladouro nas proximidades do início do asfalto entre a localidade de Bexiga e Cachoeira do Sul. O secretário estadual dos Transportes e Mobilidade, Pedro Westphalen, informou no dia 4 de janeiro o reinício dos trabalhos na rodovia pelo lote 2, que compreende o trajeto desde o entroncamento da ERS–410, em Bexiga, até a cidade de Rio Pardo.

A 10ª Superintendência Regional do Daer, de Cachoeira do Sul, informou que no Lote 1 (entre Cachoeira do Sul e o entroncamento com a ERS–410) foram executados 17 quilômetros das obras pelo contrato anterior com Brasília Guaíba) e mais 1,8 quilômetros imprimados (anos 2014 e 2015, com a Conpasul). Ainda falta executar 1,8 quilômetros de tratamento superficial duplo com capa selante e  todos os serviços de drenagem, terraplenagem e pavimentação nos 19,08 quilômetros restantes.

No lote 2 (entre a ERS–410 e Rio Pardo) foram executados 18,35 (contrato com a Empa). Ainda restam as obras em 6,02 quilômetros. O Daer informou que os serviços estão paralisados e ainda não está estabelecido o prazo de retomada. O valor dos investimentos previstos para a conclusão do asfaltamento do lote 1 é de R$ 18.550.611,38 e do lote 2, de R$ 5.911.715,48. De acordo com a assessoria da estatal, ainda não há prazos para o término dos trabalhos.

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