Os funcionários do transporte coletivo urbano em Santa Cruz do Sul voltaram atrás e decidiram, em assembleia na noite de sexta-feira, suspender a greve que começaria na segunda. A decisão foi tomada após as concessionárias TC Catedral e Stadtbus apresentarem uma nova proposta salarial.

A paralisação havia sido deflagrada na terça-feira, em protesto à demora no pagamento do reajuste de 9,83%, definido em acordo coletivo – a data-base da categoria é 1º de junho. As empresas vinham alegando que só poderiam repassar o aumento após uma revisão tarifária.

Para tentar evitar a greve, o prefeito Telmo Kirst (PP) assinou, horas antes da assembleia de terça, um decreto passando o preço da passagem dos atuais R$ 2,80 para R$ 3,00 a partir da próxima semana. Mesmo assim, os trabalhadores resolveram manter o movimento.

Nessa sexta, porém, as concessionárias formalizaram uma proposta que prevê o repasse imediato de 6%, retroativo a junho, e o pagamento do restante assim que for assinado o novo contrato com a Prefeitura, o que deve ocorrer até o fim do ano. Na semana passada foi concluída, após um impasse de mais de uma década, a licitação lançada para regularizar o transporte urbano. Saiu vencedor um consórcio formado pelas duas empresas, que era o único concorrente.

Além disso, as empresas também se comprometeram em revisar o acordo coletivo, alterando a data-base e incluindo vale-alimentação.

De acordo com o presidente do Sindiurbanos, Adriano Sperb, 51 pessoas compareceram à assembleia e apenas 11 votaram por manter a greve, que seria a primeira da história do setor no município.

Conforme ele, a categoria se sensibilizou em relação aos prejuízos que uma paralisação traria à sociedade, em um momento de dificuldades na economia. “O que pesou mais foi o lado humano. O movimento é válido e recebemos bastante apoio, mas entendemos a situação de outras classes de trabalhadores, que dependem do transporte público. Pensamos no momento atual, de crise”, observou.