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Visita a Santa Cruz

Ministro da Saúde quer conhecer a fumicultura

Pouco mais de um mês após a histórica visita do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ao Vale do Rio Pardo, o setor fumageiro pode dar em breve mais um passo importante na relação com o governo federal. Em reunião ontem à tarde com o deputado federal Jerônimo Goergen (PP), o ministro da Saúde, Ricardo Barros, se disse disposto a conhecer de perto a realidade da cadeia.

Por enquanto, não há confirmação de data. Chegou a ser levantada a possibilidade de a vinda ocorrer na próxima terça, aproveitando uma agenda de Barros em Santa Catarina. Conforme Goergen, porém, representantes do setor avaliaram que a véspera de feriado poderia esvaziar o encontro. Agora, o agendamento depende do ministério.

A visita de Barros foi defendida por Maggi no dia 20 de julho, quando esteve em Venâncio Aires e Santa Cruz. Na ocasião, Maggi afirmou que o ministério tinha preocupação com a utilização, nas lavouras de tabaco, de produtos nocivos à saúde dos produtores e que sua presença na região seria importante para desmitificar essa ideia.

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O plano é que, assim como Maggi, Barros conheça propriedades e indústrias. Se confirmada, a visita ocorrerá em um momento sensível para a cadeia, que está na expectativa pela definição da posição que o governo brasileiro levará à 7ª Conferência das Partes (COP 7), em novembro, na Índia. Há anos a União vem adotando uma postura hostil à fumicultura, priorizando medidas para reduzir o consumo de cigarros e a simples erradicação das lavouras. A esperança é que, a exemplo de Maggi, Barros indique um reposicionamento.

De saída?

Apesar da expectativa pela vinda de Ricardo Barros, sua permanência no Ministério da Saúde vem sendo colocada em dúvida. Barros assumiu o cargo em maio, após o afastamento da presidente Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer. Segundo órgãos de imprensa do centro do País, seu posto teria sido negociado pelo governo para garantir os votos necessários, no Senado, para a confirmação do impeachment. Assim, ele deixaria a cadeira de ministro tão logo isso ocorresse.

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A EXPECTATIVA

O presidente da Câmara Setorial do Tabaco, Airton Artus, considera que a vinda do ministro da Saúde será importante para que ele possa entender a importância social e econômica do setor para o Sul do País. “Acredito que ele pode e deve fazer campanhas antitabagistas, mas é fundamental entender a importância do tabaco, que beneficia desde o produtor até a economia nacional”, ressaltou. Para Artus, as medidas adotadas em relação ao tabaco, pelo viés da saúde, devem ser pensadas de forma gradual, evitando que o setor sofra impactos repentinos.

O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, entende que a vinda do ministro será positiva para o produtor. “Só temos coisas positivas para mostrar, medidas sustentáveis, ecológicas e sociais”, destacou. Além disso, acredita que será possível mostrar os benefícios econômicos do setor e colaborar para que o Ministério da Saúde possa desenvolver políticas de saúde adequadas a essa realidade.

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Para o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), Iro Schünke, a visita do ministro seria benéfica. “Seria muito importante para ele reconhecer a relevância econômica e social do setor, bem como as ações de sustentabilidade, a exemplo do ministro Blairo Maggi.”

Deputado comemora abertura de canal de diálogo com setor

De acordo com o deputado Jerônimo Goergen, independente de quando o encontro vier a ocorrer, a reunião de ontem serviu para “abrir um canal de diálogo com o ministro”. Durante a conversa, Goergen falou a Barros da necessidade de as políticas antitabagistas do governo não comprometerem a subsistência da produção fumageira, em função de seu impacto na arrecadação de impostos e na geração de renda. Argumentou também que as políticas adotadas nas últimas décadas vêm estimulando o consumo de cigarros contrabandeados do Paraguai, que oferecem um risco muito maior à saúde das pessoas, já que há pouco controle sobre a fabricação. Barros disse ter conhecimento sobre o grande número de famílias de agricultores envolvidas na cadeia, já que é natural de um dos estados produtores de fumo, o Paraná.

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Para Goergen, a visita seria importante para mostrar ao ministro que a realidade é diferente daquilo que chama de “teorias de gabinete”. “O mais importante é não gerar exclusão social com atitudes que não resolvem o problema. Se fosse para proibir o fumo no mundo inteiro, seria outra coisa. Mas enquanto tiver algum país que produz cigarro, sempre haverá consumo.”

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