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Descaso

Problemas na RSC-153 fazem produção de soja ficar pelo caminho

O escoamento da maior safra de soja da história do Rio Grande do Sul recoloca em evidência a situação caótica da RSC–153. A rodovia idealizada no governo Antônio Britto, licitada na gestão de Olívio Dutra, iniciada por Germano Rigotto e inaugurada por Yeda Crusius em dezembro de 2010 surgiu como um novo corredor de exportação agrícola do Estado, unindo as regiões Norte e Planalto Médio ao Porto de Rio Grande. Mas hoje a realidade é bem diferente. O asfalto agoniza em meio às crateras que se alastram pela pista da rodovia, num problema recorrente.

A aparência do trecho de 35,82 quilômetros entre Barros Cassal e Soledade remete a uma estrada bombardeada. No trajeto há milhares de buracos de todos os tamanhos. Muitas vezes, os problemas se agravam com o acostamento desnivelado, colocando em risco a vida de pessoas e dizimando a rentabilidade de quem produz e transporta. O chacoalhar inevitável das carretas carregadas de soja em meio aos desníveis da pista faz com que uma imensa quantidade de grãos fique pelo caminho. São tantos que alguns acabam germinando junto ao asfalto.  

A consequência do abandono não poderia ser outra. Motoristas chegam a rodar quase 100 quilômetros a mais para fugir dos buracos da RSC–153. Uma das raras empresas que ainda insiste na estrada é a Transportes Schwengber, de Carazinho. São cerca de 50 viagens semanais de Passo Fundo a Rio Grande com carregamentos de farelo de soja. “Nós trabalhamos com caçamba fechada, o que não nos traz perda de carga, como nas carretas de madeira graneleiras. Do contrário, teríamos que reavaliar”, enfatiza o proprietário, João Schwengber. “Mas independente disso, o prejuízo é inevitável no trecho. Pneus, molas e o próprio consumo de diesel são muito afetados.” Ele ressalta que os motoristas costumam andar em comboio pela região, por questão de segurança.

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Jeito é deixar sempre um ônibus reserva

O péssimo estado da RSC–153 levou a empresa de ônibus que faz a linha entre Barros Cassal e Soledade a enviar um ofício ao Daer, nesta semana, pedindo providências. No documento, Sérgio Buchner, diretor da Viasul, solicita melhorias tanto na 153 quanto na ERS–422, que liga Venâncio Aires a Boqueirão do Leão. “É um risco muito grande para todo mundo. Temos que deixar sempre um ônibus de reserva, porque eventualmente acontece de ficar empenhado”, afirma.

Os prejuízos, segundo ele, são generalizados. “Perde o passageiro quando a viagem de 40 minutos demora uma hora e dez. E perdemos nós com gastos em manutenção. Em condições normais, um pneu de ônibus roda cerca de 100 mil quilômetros no asfalto. Naquele trecho chega a durar 13 mil. E soma-se a isso o custo de mecânica, especialmente molas. É muito complicado”, desabafa.

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Empresa soma prejuízos com manutenção e gasto anormal de pneus | Foto: Cássio Filter

O que diz o Daer

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A assessoria do Daer disse que a 6ª Superintendência Regional da autarquia, de Passo Fundo, realiza manutenção asfáltica constantemente no trecho. A readequação do projeto para o restauro completo da RSC–153, no trecho de Soledade a Barros Cassal, está pronta. Os trabalhos na rodovia devem iniciar ainda na primeira quinzena de maio. Nesta semana, a empresa contratada para as obras neste lote do Programa Restauro começou a recuperação na ERS–332, em Soledade. 

Confira vídeo sobre a situação:

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