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Santa Cruz

Capital do carro antigo por um fim de semana

Eram tantos modelos, cores e estilos que ficou difícil escolher qual chamava mais atenção. Do Ford Phaeton 1929 ao Opala Diplomata 1992, os veículos expostos no Parque da Oktoberfest foram os protagonistas do fim de semana para os participantes de cem diferentes cidades presentes ao 9° Encontro de Carros Antigos e 4° Encontro Sul-Americano de Fuscas e Derivados em Santa Cruz do Sul. Ao longo do sábado e domingo, cerca de 8 mil pessoas visitaram a estrutura do evento e se mostraram encantadas com a originalidade dos veículos. 

Mas satisfação mesmo sentiram os expositores ao falar sobre suas relíquias, contar histórias vividas na direção de seus “xodós” e ainda compartilhar experiências de cuidados relacionados à manutenção de cada veículo. De Novo Hamburgo, Irineu Bruno Jaeger, 60 anos, acordou cedinho no sábado e percorreu 145 quilômetros na companhia da sua Chevrolet Marta Rocha verde limão até Santa Cruz do Sul. Equipada com som, banco de couro e GPS, a queridona de 1956 chama a atenção não só pela cor, digamos, um pouco chamativa. O brilho e o bom estado de conservação são outras características que fazem o mecânico se orgulhar, já que recuperou o veículo abandonado em um antigo forno de tabaco. “Estava virado em um ferro velho. Precisei de oito anos de intenso trabalho para deixá-la assim”, disse enquanto admirava a camionete.


 Jaeger reformou Chevrolet de 1956 e percorre longas distâncias. Foto: Lula Helfer.

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Passado o período de restauro, Jaeger não dá mole e tem colocado a nova amiga em atividade. Desde o início do ano, ele não só a utiliza na cidade, como leva para percorrer longas distâncias. A última viagem fez ao lado da esposa até o Uruguai. A próxima, planeja, será no Chile.  “Nós precisamos ter uma válvula de escape. Sair daquela rotina de trabalhar e pagar contas. Tem coisa melhor do que pegar a estrada, ligar o som e curtir esse clima?”, questionou. E se o carro é de época, o novo-hamburguense faz questão que a trilha sonora das viagens também seja.

Queen e Cyndi Lauper foram apenas uma palinha do que a playlist escutada no interior do veículo reserva. Trajado de jardineira e camisa quadriculada, Irineu cumpriu sua estreia no encontro esbanjando estilo. Se ele pretende participar nas próximas edições? Vai depender do paradeiro. Se continuar nesse ritmo, é possível que ele, a Marta Rocha e a esposa estejam longe naquele esquema “on the road”. 


Maia também usa o carro para fazer os “corres” na cidade. Foto: Lula Helfer.

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Memória afetiva

Cada adepto de carro antigo traduz essa paixão de forma diferente. Enquanto alguns alegam que a cultura é “uma máquina de fazer amigos”, outros nutrem a memória afetiva pelos veículos de décadas atrás. É o caso do dentista Ivo Maia, 60 anos, que expôs o seu Opala Diplomata 1992. “Quando eu era criança, meu padrinho me levava para passear num carro desses. Certa vez, fizemos um circuito aqui do Sul até Curitiba. Aquilo me marcou e, desde então, sempre quis ter um Opala para mim.” 

Assim como Jaeger, Maia também usa o carro para fazer os “corres” na cidade. E ainda confirma que, em certos momentos, confia mais no “Opalão” do que no outro veículo do ano guardado na garagem. “A manutenção dele é excelente”, disse enquanto observava Brasílias, Kombis, Fuscas e outros clássicos entrarem no pavilhão. O evento ocorreu em parceria entre o Veteran Car Santa Cruz e o Aerofusca – Clube do Fusca. O apoio foi da Prefeitura de Santa Cruz e da Federação Brasileira de Veículos Antigos. Segundo o organizador, Adriano dos Santos, cerca de 500 veículos estiveram expostos no evento.

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