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Violência contra o idoso é tema de painel

A negligência é a principal forma de violência contra idosos no Rio Grande do Sul. Os números mais atuais são de 2016, quando foram registrados 1.531 casos de negligência pelo Disque Denúncia. Na segunda posição está a violência psicológica, com 984 ocorrências. Em terceiro lugar no ranking vem a violência física, anotada em 548 situações. Ao todo, foram 3.877 ocorrências envolvendo estas e outras formas de violência, que fizeram 1.917 vítimas entre os idosos. 

A presidente do Conselho Estadual da Pessoa Idosa, Jussara Rauth, salienta que a maioria das vítimas sofreu vários tipos de violência, o que explica a discrepância entre o número de casos e o de vitimados. Ela esteve ontem na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul para apresentar um painel, a convite da Secretaria Municipal de Políticas Públicas. Jussara é assistente social, especialista em Gerontologia Social e mestre em Inclusão Social e Acessibilidade. O evento foi alusivo ao Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, que foi em 15 de junho. 

O estudo Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgado em dezembro do ano passado, aponta que pessoas com 60 anos ou mais são 14,3% da população brasileira. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta que em 2050 o Brasil terá 66,5 milhões de idosos (29,3%).

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Jussara defende a criação de uma rede de atendimento aos idosos e de trabalhos de conscientização, para reduzir os  índices de agressões. “Precisamos desvelar a violência. Alguns idosos consideram determinados atos normais. Pensam consigo mesmos:  ‘eu sou chato mesmo, sou velho.’ Mas não é por aí. Estamos em uma fase de transição.

Os idosos de agora já se diferenciam pela formação educativa e cultural. Nas próximas gerações, os idosos terão outras características”, diz. “Uma mulher na faixa dos 70 anos foi criada para servir ao pai, aos irmãos, ao marido e aos filhos. Nunca pensou em suas necessidades”, exemplifica.

A painelista afirma ainda que a relação entre idoso e agressor inibe as denúncias. “A maior parte dos agressores é formada pelas pessoas que a vítima mais ama. Começa pelos filhos, depois passa pelos genros e noras até chegar aos netos. O forte laço afetivo dificulta a resolução dos casos, com o encerramento do inquérito a pedido do próprio denunciante”, relata. 

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A mesa foi composta ainda pela coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Ana Lúcia Dalla Favera Grotto; pelo presidente do Conselho Municipal do Idoso, Wilson David e pela diretora de departamento da Secretaria de Políticas Públicas, Rejane Wartchow. 

Outras ações

Hoje acontece a Caminhada da Cidadania, a partir das 9 horas, na Igreja Matriz São João Batista. Na terça-feira, o Centro de Convivência do Idoso (CCMI), situado na Avenida David Severo Mânica, 275, Bairro Santa Vitória, receberá uma palestra do padre Jolimar Lemos da Silva, às 9 horas. Já na quarta-feira, a psicóloga Marilisa Salgueiro Cunha vai falar sobre a conscientização em relação à violência contra os idosos às 18h30, no Cras Beatriz Frantz Jungblut, na Avenida David Severo Mânica, 369.

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Os perfis

Da vítima: é mulher (60,43%), com idade entre 76 e 80 anos (18,82%), de cor branca (35,21%) e sem deficiências (74,41%).
Do agressor: é mulher (38,51%), entre 46 e 50 anos (8,38%) e de cor branca (24,59%).

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