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Agricultura

Hortaliças escapam dos efeitos do frio em Santa Cruz

Apesar da formação de geada, a frente fria que atuou no Estado nessa semana não chegou a impactar a produção de hortaliças em Santa Cruz do Sul. Os danos foram maiores só para quem antecipou o plantio da primavera, pois o frio intenso prejudica o desenvolvimento das plantas. “Alguns produtores relataram que a geada queimou folhas dos tomateiros e as vagens”, informa a presidente da Associação Santa-Cruzense de Feirantes (Assafe), Rosane Niedersberg.

Para quem está acostumado a comprar verduras e legumes nas feiras rurais, não há motivo para preocupação. O feirante Danilo Hentschke, de Linha João Alves, salienta que a maioria dos produtores está estruturada com estufas de plástico. “Um ou outro pode ter perdido alguma coisa, mas a maioria trabalha com os túneis baixos de plástico. Não vai interferir na oferta de produtos nas feiras”, comenta.

O técnico em agropecuária da Emater/RS-Ascar, Vilson Pitton, afirma que o pêssego é uma fruta que foi prejudicada. “Tivemos temperaturas elevadas em julho, o que antecipou a floração. Agora, com a intensidade do frio, os pomares foram afetados. Vamos ter uma noção mais clara daqui a 20 dias”, observa. Por outro lado, a queda nos termômetros favoreceu culturas como a da uva, a maçã e a pêra. Na agricultura, o beneficiado é o trigo. Umidade elevada combinada com temperaturas altas contribui para o aparecimento de doenças fúngicas no cereal.

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Pitton destaca, porém, que a amplitude térmica deixa os produtores em dúvida. Alguns já optaram por plantar as mudas de tabaco mais cedo. Em relação ao milho, também há uma apreensão com o desequilíbrio climático. “Tivemos duas ondas de frio intenso, mas a média de temperaturas está elevada. Os produtores que plantarem agora ainda poderão ser surpreendidos com outra entrada de ar polar. Uma geada em setembro, por exemplo, poderá ocasionar quebra em diversas culturas”, alerta.

Tabaco transplantado cedo é afetado

O gerente técnico da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Vicente Paulo Ogliari, informa que apenas dois produtores relataram prejuízos em lavouras de tabaco. Eles optaram por fazer o transplante das mudas mais cedo do que o normal. 

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Na região, a maioria dos produtores trabalha no sistema floating, no qual as mudas ficam em bandejas de isopor que flutuam na água de uma piscina, sob um túnel coberto por plástico. “Quem está com as mudas no floating não deve ter problemas. Mas o produtor deve cuidar para não faltar água e nem deixar congelar a água do tanque. Acredito que todos são experientes. Sabem o que precisa ser observado para o bom desenvolvimento das mudas”, observa.

Os fumicultores que perderam o tabaco transplantado podem pedir abatimento dos valores investidos. Mas essa opção se aplica apenas aos que não possuem mais mudas para replantio. Se o agricultor plantou 10 mil pés e perdeu metade, ele deve procurar o orientador agrícola para não pagar os 5 mil pés que não serão colhidos. O seguro irá cobrir os 5 mil pés intactos. “Se o produtor resolver plantar novamente, ele vai precisar de um novo seguro. Caso não faça isso, ele não terá cobertura em caso de perdas com granizo, por exemplo, já com as plantas mais desenvolvidas”, esclarece Ogliari. 

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