Foto: Bruno Pedry
Concluído em 2008 pela então governadora Yeda Crusius (PSDB), o eixo sul da RSC-471, que liga o Vale do Rio Pardo ao Porto de Rio Grande, tornou-se um desafio aos motoristas. Em alguns trechos é preciso escolher entre o risco de quebrar uma peça do veículo ou o perigo da contramão.
Os contratempos com a falta de manutenção preocupam os usuários da rodovia. “No trajeto final, mais próximo de Canguçu, o problema é sério. Falta sinalização, e os buracos colocam em risco a vida de quem utiliza a estrada”, conta o empresário Hermes da Fonseca, sócio de uma empresa de transportes de Santa Cruz do Sul.
Os caminhões da frota dele ajudam a engrossar uma estatística que confirma a deficiência da pista. Segundo ele, por ano circulam pela estrada 140 mil carretas carregadas de produtos para exportação. “Não é só o tabaco que é escoado pela RSC-471. A soja também a utiliza como corredor até o Porto de Rio Grande, aumentando a circulação”, cita.
O empresário Marcos Hinterholz também confirma a observação do colega transportador e acrescenta: os problemas da RSC-471 praticamente nasceram com ela. “É um trecho novo com aspecto de estrada velha. Falta manutenção preventiva, assim como em praticamente todas as rodovias do Estado.”
Especialmente agora, com a elevação do movimento de tabaco destinado à exportação – por conta do fim da compra da safra anterior –, a situação tende a piorar. “Existem crateras enormes, algumas fazem até aniversário, pelo tempo em que estão esperando a recapagem.”
Em Pantano Grande, o acostamento já foi engolido pelo mato. Foto: Bruno Pedry.
Mato afunila trecho em Pantano
A RSC-471 liga Santa Cruz do Sul com a BR-392, em Canguçu, na região Sul do Estado, e faz a conexão do Vale do Rio Pardo com o Porto de Rio Grande. A responsabilidade do Estado começa em Pantano Grande. O trecho anterior à cidade é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Entre Santa Cruz e Pantano Grande, a rodovia chama-se BR-471.
Conforme caminhoneiros e motoristas que trafegam pelo trecho de Pantano, existem vários problemas. A pista é simples, com acostamento estreito e mal sinalizada. A orientação de faixas e limites no chão estão apagados.
O mato que cresce no acostamento também é um tormento para quem passa pela rodovia. E esse problema prejudica ainda mais a visualização dos buracos e das placas.
Conforme os transportadores, o pior trecho começa a partir de Encruzilhada do Sul. São mais de 100 quilômetros de pista com problemas.
Economia
Criada para ser um acesso que encurta a distância da região ao Porto de Rio Grande em até 110 quilômetros, o trajeto final da pista foi entregue em dezembro de 2008.
Só considerando o custo do frete, sem a cobrança de pedágios, o uso da RSC-471 gera uma economia média de R$ 396,00 por viagem, ou R$ 3,60 por quilômetro. Além disso, a opção por utilizar esaa estrada reduz a frota de veículos que trafegam pela BR-116 – na Região Metropolitana – com destino ao Porto de Rio Grande.