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Saneamento

Coleta seletiva assegura mais renda a catadores em Rio Pardo

A aprovação de um projeto que regulariza a coleta seletiva solidária no comércio de Rio Pardo aumentou significativamente o recolhimento de plástico e papelão na área central da cidade. No primeiro mês de implantação da lei, a média de material encaminhado para a reciclagem passou de seis para dez toneladas. Esta nova consciência ambiental na cidade histórica também incrementa a renda dos profissionais vinculados à Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Rio Pardo (Cocamarp). Enquanto o salário dos cooperados alcançava cerca de R$ 400,00, agora o valor recebido chega a R$ 1 mil. E não é só isso. No interior da cooperativa é consenso: o trabalho dos catadores está mais valorizado. 

Conforme a tesoureira da Cocamarp, Cláudia Pereira Santos, para que a aplicação da lei surtisse efeitos imediatos foi necessário um trabalho de conscientização, ação idealizada desde a criação da entidade, em 1999. “Em meados de agosto, logo após a lei ser aprovada, realizamos um trabalho de educação. Passamos de comércio em comércio para explicar sobre a separação do lixo, horários e importância desse processo para a cooperativa”, lembra. A divulgação foi realizada por uma comissão encabeçada pelos próprios catadores, em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente, e também por membros do projeto de extensão Aprendizagem Colaborativa em Cooperativas, da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). 

Depois disso, em setembro, foi dada a largada para o recolhimento dos materiais. Orgulhosa, Cláudia afirma que o número de estabelecimentos que colaboram com a separação correta dos resíduos saltou de cinco para 48, um aumento de 860%. “A nossa meta é mobilizar, pelo menos, toda a área central. Alguns ainda são resistentes, mas se depender do resultado que estamos visualizando até agora, vamos, com certeza, alcançar o objetivo.” Para dar conta da demanda, mais três pessoas precisaram ser integradas à equipe. Agora 15 catadores realizam o trabalho no município.

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Cláudia e Tatiara celebram momento de valorização do trabalho. Foto: Lula Helfer.

Sentimento de valorização e de que fazem a diferença

“Antes algumas pessoas olhavam com cara feia. Agora até conversam com a gente.” A declaração da cooperada da Cocamarp e coordenadora de coleta, Tatiara da Silva Linhares, 23 anos, representa a principal mudança encarada pelos catadores. Segundo ela, a relação com os comerciantes mudou e se fortaleceu. “Percebemos que eles têm um cuidado maior. Antes misturavam tudo no contêiner, agora até o manuseio dos resíduos melhorou. Está mais organizado e limpo.”

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O cenário descrito pela jovem vai ao encontro do que a coordenadora do projeto de extensão vinculado ao Núcleo de Gestão Pública da Unisc, Letícia Arend, acredita ser uma das principais transformações do trabalho. “A valorização do fazer é muito sentida por todos eles. Antes eles eram praticamente invisíveis. Agora, sentem que fazem a diferença.” O incremento na renda também é motivo de comemoração. Tatiara, por exemplo, já conseguiu investir até na casa.

Entenda

De autoria do vereador João Luiz Vaz da Rocha (PTB), a lei institui que os cooperados realizem a coleta nas ruas Andrade Neves, João Pessoa e Senhor dos Passos, de segunda a sexta-feira, das 10 horas às 11 horas e das 16 horas às 17 horas. A orientação é que os comerciantes separem plásticos e papéis e guardem o material para a coleta. Identificados com uniforme verde, os catadores circulam pelos estabelecimentos e recolhem o material que, posteriormente, é encaminhado para o processo de triagem e reciclagem na Cocamarp. 

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Dentre as próximas metas da Prefeitura para facilitar o trabalho dos catadores está a instalação de coletores de lixo seco pelas principais vias. Para isso, Rocha acrescenta que será necessário buscar patrocínio. “Sabemos das dificuldades financeiras que o município enfrenta, por isso vamos buscar um apoio extra para a instalação dessas estruturas, que darão ainda mais autonomia aos colaboradores.” 

Segundo o parlamentar, uma parceria entre a cooperativa e as indústrias do município deverá acontecer em breve. “A ideia é fazer com que a cooperativa busque os materiais diretamente na sede dessas grandes empresas”, diz. Para dar início às tratativas,  uma reunião com representantes das indústrias deverá ser marcada até o fim do ano. 

Há dois anos, a Cocamarp conta com o apoio do projeto de extensão Aprendizagem Colaborativa em Cooperativas, vinculado ao Núcleo de Gestão Pública da Unisc. 

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