Foto: Acervo Pessoal
O instrutor de eletricidade industrial Fernando Pereira Gruhn, de Santa Cruz do Sul, é um dos 58 condutores que já têm a Carteira Nacional de Habilitação Digital (CNH-e) no município. De férias e em viagem para a fronteira, ele resolveu emitir o documento, que foi aprovado, por conta da praticidade.
“Não precisa nem estar conectado à internet para usar. Apenas na hora de baixar e instalar o aplicativo que gera a CNH”, explica. De férias em São Borja, Gruhn espera poder mostrar a carteira caso ela seja solicitada. “Até agora ninguém pediu, mas se precisar, agora eu estou com a digital.”
De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), até o fim do ano passado haviam sido baixadas 2,3 mil CNHs digitais no Rio Grande do Sul. O documento virtual pode substituir a carteira de papel, mantendo o mesmo valor legal do modelo tradicional, e vale em todo o Estado desde o dia 22 de dezembro do ano passado.
De acordo com o Detran, em Santa Cruz do Sul existem 67.281 habilitações ativas. A maior parte delas é para a categoria B, que permite a condução de automóveis: são 28.898 habilitações.
O passo-a-passo da instalação
- Para usar o documento digital, a CNH tradicional precisa ter um QR-code impresso na parte interna. Quem tem esse documento já possui a chave numérica para validar. Quem ainda não tem o código dentro da CNH deve pedir a segunda via e cadastrar os dados necessários pela internet, no Denatran. Os CFCs ajudam a fazer o cadastro sem cobrar por isso.
- É preciso baixar o aplicativo que gera a CNH-e. O programa é grátis e está disponível para telefones que utilizam o sistema Android e o iOS. Para concluir a instalação, é necessário estar conectado à internet. O download é grátis.
- Se os dados estiverem corretos e o cadastro no Denatran válido, o documento é gerado depois da instalação do aplicativo e fica salvo na memória do telefone. O processo todo não dura mais que cinco minutos. A CNH digital tem frente e verso, como o documento de papel, e ainda um QR-code. A imagem é usada pela autoridade de trânsito para confirmar a autenticidade da carteira eletrônica.
Cadastro provoca dúvidas
Nos cinco centros de formação de condutores (CFCs) de Santa Cruz do Sul, pelo menos uma situação tem sido frequente no processo de confecção das CNHs digitais. Conforme Priscila Franco, do CFC Celso, grande parte dos motoristas com condições de ter a versão eletrônica do documento acabou perdendo o código para validação da CNH-e.
Esse código numérico é fornecido pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e deve ser usado para instalação do aplicativo. “Alguns condutores acabam se confundindo com o número, ou simplesmente perderam o código. Eles precisam refazer esse procedimento”, explica.
Carteira tradicional não deixará de ser impressa
Quem renovou a CNH, ou obteve a habilitação depois de 2 de maio de 2017, já tem impresso no documento o QR-code, que é uma imagem necessária para instalação do aplicativo.
Para esses habilitados, o Denatran também já forneceu o código numérico para completar a instalação que gera a carteira digital. Quem perdeu essa chave de números deve entrar no site do Denatran e solicitar uma nova sequência. Já quem possui a CNH impressa antes de maio do ano passado deve pedir ao Detran a segunda via do documento, que custa R$ 51,84.
A CNH de papel continuará sendo emitida, e a criação do documento digital não é obrigatória. Quem quiser ficar apenas com a carteira tradicional está liberado.
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