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Poder de consumo

Quanto os santa-cruzenses devem gastar até o fim do ano

A pesquisa anual do Índice Potencial de Consumo (IPC) Maps mostra que Santa Cruz do Sul continua no ranking dos 15 municípios do Rio Grande do Sul com o maior volume de consumo. A estimativa para este ano é de que os santa-cruzenses irão gastar R$ 3,8 bilhões na compra de produtos ou contratando serviços. Segundo os autores da pesquisa, equivale a dizer que a cada R$ 100,00 desembolsados no País neste ano, oito centavos serão gastos em Santa Cruz.

O valor servirá para custear a manutenção da moradia, abastecer a geladeira, pagar a gasolina e as visitas do carro à oficina mecânica, comprar materiais de construção para uma pequena obra ou reforma, almoçar fora de casa, adquirir medicamentos e roupas novas. Essa é a ordem de prioridades do consumo em Santa Cruz, segundo o balanço. O levantamento também revela que a maior faixa dos consumidores no município está na classe C – justamente por ser a mais numerosa –, seguida pelas classes B, D/E e A.

Com sede em São Paulo, o IPC Maps consiste em um banco de dados privado, que reúne dados de  instituições oficiais e oferece projeções com base em seus cálculos. Atualmente, presta serviço a mais de 700 empresas. Para chegar ao Índice Potencial de Consumo, considera fatores como o PIB, os índices populacionais e a média de renda dos municípios pesquisados.

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Segredo é muito trabalho, afirma corretor de imóveis

O corretor de imóveis santa-cruzense Bruno Eduardo Brixner tem a fórmula para manter o consumo e fazer com que o salário renda por 30 dias. “É preciso levantar às 6 horas da manhã, trabalhar o dia todo, e muito. Esse é o segredo”, acredita ele.

Brixner financia a casa própria, com prestação mensal. Faz compras no supermercado para cozinhar o almoço dele e da esposa, que optam pela refeição em casa. Ele paga pelo carro do casal – também financiado – e revela que, no fim das contas, não sabe o que consome mais recursos. “Lá em casa, parece que a gente gasta mais no supermercado. Sempre precisamos ir comprar alguma coisa. A prestação da casa é fixa, a gente sabe de quanto vai ser, mas as compras do mercado, ao lado do gasto com o carro, são o que mais pesa no nosso orçamento.”

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Almoçar fora de casa, para Brixner, está fora de cogitação. “Acaba saindo muito caro, pois é um valor que precisa ser desembolsado diariamente. Medicamentos a gente pouco consome. Roupa é a minha esposa quem compra, eu não saberia escolher”, brinca. O corretor de imóveis traduz a realidade apontada pela pesquisa. Ele está na faixa com maior número de consumidores – 54,1% do total.

Conforme o coordenador da pesquisa, Marcos Pazzini, o estudo que apresenta a fortuna que deverá girar na economia santa-cruzense até o fim do ano é elaborado a partir de uma série de fatores, tais como o Produto Interno Bruno (PIB) nacional, o índice populacional e, principalmente, as médias de renda em cada município. Os cálculos são feitos com auxílio de programas de computador.

Na opinião de Pazzini, o desempenho de Santa Cruz, que manteve a 14ª posição no ranking estadual nos últimos dois anos, mostra que há uma tendência de crescimento no consumo local. “Em 2018 e 2019, 2.332 empresas foram abertas em Santa Cruz. Destas, 1.230 são dedicadas à área dos serviços, que, junto com o comércio, atendem diretamente ao consumo das famílias”, assegura.

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Marcos Pazzini acredita que, com a manutenção dos índices, aliada à possibilidade de um crescimento econômico real nos próximos três anos, Santa Cruz deverá subir nesse ranking, consolidando-se como um polo estadual de comércio de bens e serviços.

Foto: Bruno PedryBrixner: despesas com prestação da casa, supermercado e carro são as maiores
Brixner: despesas com prestação da casa, supermercado e carro são as maiores

Campanhas são a estratégia para o comércio crescer

Conforme o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz, Márcio Martins, a entidade percebeu, há pelo menos três anos, que o investimento em campanhas constantes, com sorteios e premiações o ano todo, seria uma alternativa para manter e aumentar o consumo. Segundo ele, sorteios em datas estratégicas para o comércio estimulam a compra de produtos em Santa Cruz e, a médio prazo, elevam o patamar de vendas dentro do município.

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“Com estas campanhas, conseguimos atrair clientes para Santa Cruz, e isso é muito bom. A ideia é que cada vez mais empresas participem, para que os prêmios possam ser maiores”, projeta. Para Martins, na hipótese de o consumo ser mantido e até de aumento do percentual, o comércio poderá sortear mais do que um carro por ano, ou até um imóvel.

Para o presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI), Lucas Rubinger, Santa Cruz desfruta de uma carteira de consumidores fiéis. Existem estratégias voltadas a incentivar a permanência dos recursos dentro do município, o que também favorece a atração de grandes redes do varejo. “A ACI fica feliz pela valorização das empresas locais, pois o reflexo disso é um aumento no valor do PIB do município e na própria geração de empregos. Nos próximos anos, deveremos melhorar essa posição”, avalia Rubinger.  

Atração de grandes redes e franquias é reflexo

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O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, César Cechinato, explica que o resultado no IPC Maps precisa ser apreciado junto de outros índices. “É muito importante que o município apareça bem no ranking, e isso ocorre agora.” Para o gestor, o desempenho positivo é fruto do desenvolvimento econômico, mas também depende do tamanho da população. Em seu entender, todos os municípios que estão à frente de Santa Cruz do Sul concentram um maior número de habitantes. “Esta colocação é resultado do consumo das famílias. Quanto mais consumidores tivermos, maior será o desempenho. Santa Cruz tem hoje 129 mil habitantes, é importante considerar este dado”, afirma.

O indicativo de que o consumo do município cresce é a atração de grandes redes do varejo, assim como a instalação de franquias, situação frequente nos últimos anos. “Santa Cruz é vista pelos investidores como uma cidade com oportunidades, com elevado índice de consumo e poder aquisitivo. Não é aà toa que somos a segunda cidade do Estado e a 20ª melhor do País para se investir. Isso tem relação direta com a renda e o consumo”, complementa.

Previsão de encolhimento no Rio Grande do Sul

Conforme o IPC Maps, o consumo no Rio Grande do Sul deve encolher 0,9% neste ano. A projeção menor faz também com que Santa Cruz do Sul perca 16 posições no ranking nacional. “Isso está diretamente ligado à economia, com a recessão e a queda de consumo. A crise brasileira não passou e ainda está aí. É importante considerar esse fator”, argumenta o organizador do estudo, Marcos Pazzini. O desempenho menor projetado para o consumo, segundo ele, é determinante para o recuo do Rio Grande do Sul.

Foto: Divulgação

 

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