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AGROPECUÁRIA

Produtores rurais clamam por chuva

Foto: Rafaelly Machado

Eitor de Moraes já teve que gastar um quarto da reserva de silagem com os animais

No fundo de um açude aberto no potreiro para armazenar água, resta apenas uma pequena poça com uma cobertura verde de lodo. As vacas leiteiras de Eitor de Moraes, de 66 anos, apenas observam, da borda, a terra seca dois metros abaixo.

O produtor de Capela dos Cunha, interior de Santa Cruz do Sul, sofre com a estiagem desde novembro. Para ele, é o pior período de seca na localidade. A água para o gado é colocada em cochos. É a mesma do consumo da casa, fornecida pela Prefeitura por meio de um poço artesiano. Cada animal bebe até 100 litros por dia em alguns casos.

A falta de chuvas também aumenta o custo com a alimentação dos animais. Com a escassez da pastagem, o uso de silagem foi antecipado. Um quarto da reserva já foi consumido até agora. Para o inverno, Eitor vai plantar azevém no fim do mês. Para diminuir o volume de ração, o produtor vai adquirir fardos de feno na Expoagro. “Aqui não choveu praticamente nada. Poucos milímetros que não serviram para recuperar o pasto. Está bem complicado”, disse.

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A cada dois dias, a cooperativa Languiru recolhe 1,3 mil litros com o caminhão-tanque. Em condições normais, o volume seria de 1,6 mil litros. O valor pago por litro é de R$ 1,40, o que resulta em uma margem de lucro mínima diante dos custos de produção. Eitor recebe a ajuda da esposa, Elani de Moraes, de 65 anos, o que exime a necessidade de ter um funcionário para a ordenha.

Gervásio Fontoura, 66 anos, fez três plantios de milho, mas obteve poucos resultados | Foto: Rafaelly Machado

Assim como para quem cria, a situação para quem planta é delicada também. Gervásio Fontoura, de 66 anos, precisou fazer três plantios de milho. As raras espigas servirão para alimentar galinhas, porcos e vacas. “Tivemos que diminuir a criação pela metade e comprar mais ração para dar conta.” O feijão plantado nem se desenvolveu. “Uma estiagem como essa, nesta época, nunca vi igual”, disse o agricultor de Capão da Cruz, no interior de Santa Cruz do Sul. “É uma tristeza. Não temos nem frutas no pomar”, reforçou a esposa Isolde Fontoura, de 61 anos.

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