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Covid-19

“No início, parecia longe de nossa realidade”, diz santa-cruzense que mora na Espanha

Psicóloga santa-cruzense Eline Fensterseifer vive no litoral do Mediterrâneo, a 50 quilômetros de Barcelona: “A propagação é rápida”

Em quase 20 anos morando na Espanha, a psicóloga santa-cruzense Eline Fensterseifer nunca viu as ruas do país tão vazias. A brasileira de 51 anos reside atualmente em uma pequena cidade a 50 quilômetros de Barcelona, em frente ao Mar Mediterrâneo. Os números divulgados nessa quarta-feira, 25, no país apontam para 47.610 casos confirmados de Covid-19, com mais de 3.166 pessoas em UTIs e 3.434 mortos, superando a China.

“Quando começamos a escutar as primeiras notícias sobre a Covid-19, parecia uma situação muito afastada da nossa realidade, algo que não chegaria aqui”, contou Eline. Uma referência no país foi o cancelamento do Mobile World Congress, maior congresso de tecnologia do mundo, com um impacto de 500 milhões de euros. “A partir desse momento, a sociedade catalã e espanhola começou a ter uma noção do impacto que poderia ter o coronavírus.” Os primeiros casos no país surgiram no fim de fevereiro, procedentes do Norte da Itália, e afetaram principalmente a região de Madrid. Em 9 de março foram tomadas as primeiras medidas de contenção e no dia seguinte os voos para a Itália, assim como eventos e festividades, foram cancelados.

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Eline e o marido estão em isolamento há 14 dias e toda a família se encontra bem. “Meu marido é considerado um paciente de alto risco, porque é portador de uma válvula cardíaca, situação que nos levou a começar o isolamento mesmo antes de ser oficial, com redobrados cuidados preventivos.” A psicóloga cresceu e viveu em Santa Cruz do Sul até os 30 anos, quando se mudou para a Europa. Lá ela trabalhou muitos anos como funcionária pública. Tem um consultório para os atendimentos de psicologia e recentemente concluiu um mestrado em Mindfulness pela Universidade de Zaragoza.

“Não temos mais nenhum contato físico com família e amigos, mas contato diário com todos. Neste sentido, o bom uso da tecnologia ajuda a manter os vínculos e dá uma certa sensação de normalidade ao momento.” Por precaução, ela é a única a sair de casa para ir ao supermercado e farmácia, quando necessário. Ninguém pode praticar esportes ao ar livre, nem caminhar na praia. De acordo com a moradora, no início a polícia mandava as pessoas saírem e, agora, elas são multadas.

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Defesa do isolamento
Eline comentou que em Santa Cruz do Sul a situação em relação à doença ainda é muito inicial. “Temos que ser conscientes de que a propagação deste vírus é muito rápida. O isolamento é uma medida necessária para poder controlar a onda de expansão. Nenhum sistema de saúde está preparado para atender a todos os casos diários e mais toda a população que pode estar infectada”, avaliou a psicóloga.

Ela acredita que todas as medidas são válidas e fundamentais, mesmo que pareça exagerado fechar escolas e o comércio. “Pelo que temos visto aqui, parece que não existem medidas suficientes para controlar a expansão do vírus. O objetivo é tentar que o sistema sanitário seja capaz de tratar e curar o maior número de infectados possível.” Na Espanha, o isolamento vai até 11 de abril.

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