A perspectiva para a safra do trigo é muito positiva. As estimativas apontam para uma produção elevada, e com manutenção dos preços. A umidade do solo está favorável para o plantio e a previsão de clima seco para a primavera irá favorecer a colheita. Conforme o extensionista rural da Emater/RS-Ascar de Soledade, Josemar Parise, o preço atual é de R$ 51,00, em média, considerando a saca de 60 quilos. Para o fim de agosto, quando começará a colheita, o valor deve ficar em cerca de R$ 45,00.

De acordo com Parisi, a área plantada pode chegar a 45 mil hectares nos 39 municípios da regional de Soledade. No Vale do Rio Pardo, o volume é pequeno e concentrado em Encruzilhada do Sul, Pantano Grande, Rio Pardo, Mato Leitão e Candelária. A predominância é maior no Alto Botucaraí e em parte do Centro-Serra.

Até o momento, a semeadura atinge em torno de 15%, mas deve ser intensificada na próxima semana. O excesso de chuvas na colheita é um fator que sempre preocupa os produtores. “Neste ano, como a previsão é de clima seco, a motivação será maior para aumentar a área plantada”, sublinha Parise.

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A importação de trigo pelo Brasil em 2020 deve atingir o recorde de 7,3 milhões de toneladas, conforme a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), agora que os preços internacionais dão sinais de queda, a taxa de câmbio e o travamento de exportações argentinas dificultam as aquisições por parte de moinhos brasileiros.

Ao mesmo tempo, a perspectiva de melhor receita com as exportações anima cooperativas a negociarem o produto externamente, garantindo parte de receita. Os preços podem não ceder mesmo a partir do quarto trimestre, já que a atual situação econômica da Argentina tende a dificultar as importações de trigo pelo Brasil. Com vistas a conter a inflação, o governo argentino tem priorizado o atendimento da demanda interna em detrimento das exportações.

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Boa alternativa entre os cultivos de inverno

No ano passado, uma lavoura demonstrativa implantada na Unidade de Referência Técnica (URT) em fertilidade e conservação do solo e da água, instalada na propriedade do agricultor Rogério Koenig, em Mormaço, apontou uma produção de 68 sacas por hectare, sendo que o custo foi de 40. “A proporção deve ser semelhante para este ano. O custo aumentou, mas, por outro lado, o preço também está melhor”, aponta Josemar Parise.

O técnico frisa que a aplicação de tecnologia é fundamental para obtenção de melhor qualidade do trigo. As sementes devem ser mais resistentes às doenças por meio de boas linhas genéticas, a utilização de herbicidas diferentes dos que são aplicados na soja é importante para diminuir a resistência de plantas invasoras, a terra deve ter boa adubação e o manejo fitossanitário precisa ser eficiente para evitar doenças fúngicas na plantação.

“Na lavoura experimental, tivemos três momentos de colheita, com 82, 79 e 76 de peso do hectolitro (PH)”, explica Parise. O PH padrão é 78 e indica o rendimento na extração de farinha. Significa quantos quilos de trigo cabem em 100 litros e aponta a finalidade, ou seja, se serve para pão, macarrão ou biscoitos, por exemplo.

Por ser uma gramínea e ter um sistema radicular fasciculado, Parise complementa que o trigo beneficia o solo com melhorias na sua estrutura. Além da palhada, que protege a superfície, diminuindo a energia erosiva do impacto da gota da chuva e de enxurradas, o cereal aumenta o teor de matéria orgânica no solo.

TABELA DE PREÇOS MÉDIOS DOS ÚLTIMOS ANOS

Plantio – Colheita
2016 – R$ 35,00 – R$ 31,00
2017 – R$ 30,00 – R$ 29,00
2018 – R$ 40,00 – R$ 38,00
2019 – R$ 42,00 – R$ 38,00
2020 – R$ 51,00 – R$ 45,00*
*Estimativa

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