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Autocrítica

Professor da Unisc comenta repercussão de publicação polêmica sobre Bolsonaro

Uma postagem feita por um professor de filosofia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) gerou polêmica nesta semana. Após o anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro de que testou positivo para Covid-19, o professor Júlio Bernardes fez uma manifestação na página pessoal do Facebook.

Na publicação, ele sugeria que Bolsonaro e os familiares do presidente ingerissem um raticida. O texto diz que “tem um remédio que não falha…Mata o vírus com certeza.. se alguém conhece o Bolsonaro, ou os filhos, ou a Micheque… Diz para eles passarem numa agropecuária, ou até numa ferragem e comprarem ‘Ri do Rato’.”

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A mensagem foi apagada pelo Facebook, mas Bernardes seguiu recebendo críticas. Em entrevista à Rádio Gazeta, o professor universitário afirmou que não imaginava a repercussão que o post teria. Bernardes lamenta que a Unisc tenha sido alvo de críticas por parte da comunidade devido ao caso e faz uma autocrítica sobre o texto que publicou.

“Fiz uma nota no Facebook, em que eu me desculpo. E me desculpo primeiro com as pessoas que talvez não tenham entendido a ironia da peça como humor, então peço desculpas, e segundo aos meus amigos, as pessoas com quem compartilho a visão de mundo, […] de certa forma, eu usei a arma que os outros usam para fazer um tipo de humor que a gente condena. Então eu acabei cedendo, talvez por tanto ver na internet um tipo de humor, a gente acaba cometendo um ato falho”, disse à Rádio Gazeta.

O professor universitário acredita que a repercussão do texto se deu especialmente após o advogado e presidente do Progressista em Santa Cruz, Henrique Hermany, ter feito uma publicação envolvendo o caso. “Ele pegou um caráter particular, uma frase, uma cena de humor, […] e ele transformou isso no meu caráter, como se eu fosse assim. Então ele desloca algo que é dito em um contexto e depois ele eleva um traço particular para compor toda uma personalidade do profissional Julio Bernardes. Isso, para mim, é um ato de violência linguística, que está na ordem das falácias”, afirmou o professor.

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Em entrevista ao Estúdio Interativo, Henrique Hermany afirmou que se posicionou enquanto cidadão indignado pelo conteúdo do que escreveu o professor Júlio Bernardes. “Eu escrevi na minha rede social que esse tipo de manifestação feita pelo professor Julio Bernardes não é democrático, ele fere a democracia, faz parecer que tudo pode na instituição. A comunidade espera uma resposta, à altura de quem deseja, publiciza e manifesta a morte de um chefe de estado, independente de ser o Bolsonaro, o Lula ou a Dilma. Não pode um posicionamento destes ser manifestado e ser recebido com normalidade ou numa brincadeira, como disse o professor”, afirmou Hermany.

Nessa quarta-feira, 8, a Universidade de Santa Cruz do Sul emitiu uma nota sobre o caso. A reitoria da Unisc alegou que “não compactua com atitudes ou atos de violência de qualquer ordem, tampouco é condizente com manifestações que denigrem a honra da pessoa”.

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A reitoria classificou a postagem como “imprudente e infeliz” e afirmou que as declarações “não refletem a posição da Universidade, caracterizada pelo pluralismo de ideias, que é a base da autonomia universitária e princípio fundante da democracia”.

A instituição também chamou de “desproporcionais” os ataques feitos à Unisc nas redes sociais durante a repercussão do caso. A nota diz ainda que é preciso observar os “limites legais” da liberdade de expressão, a qual definiu como “um valor inegável”, e informa que “as medidas cabíveis ao caso estão sendo tomadas”.

Veja a nota da Unisc:

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Nota oficial ⚠️

Posted by Unisc on Wednesday, July 8, 2020

Também nessa quarta-feira, o deputado gaúcho Ubiratan Antunes Sanderson (PSL) encaminhou um ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitando investigação sobre a publicação de Bernardes. No ofício, o deputado federal pede que “sejam adotadas as medidas cabíveis para apurar a possível prática delitiva de ameaça ao Presidente da República”.

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