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ECONOMIA

Empresários veem retomada na venda de veículos e projetam bom segundo semestre

Foto: Alencar da Rosa

Veículos na faixa de R$ 20 mil a R$ 25 mil estão entre os preferidos do consumidor, segundo Eduardo Heuser, da Auto Nível

Após um pit stop forçado, no período inicial da pandemia do novo coronavírus, revendas e concessionários tiveram de frear as vendas. No arrefecimento dos motores dos negócios houve a incerteza sobre o cumprimento das metas do ano e a continuidade dos negócios. Porém, passada a fase inicial do isolamento social, o consumidor retornou às revendas e concessionárias com vontade de acelerar na compra. Segmentos como o de seminovos já dobraram o faturamento e preparam-se para uma nova realidade: a falta de carros de qualidade à venda. Em meio a estratégias de atendimento digital e à reinvenção de conceitos, o setor de venda de veículos recupera-se com rapidez e projeta o segundo semestre ainda mais promissor em negócios fechados em Santa Cruz do Sul.

AUTO NÍVEL

Oferta de crédito permite financiamento de até 100%

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O apetite por compra associado às boas condições de crédito e à tecnologia como aliada na hora de fechar a venda são os ingredientes apontados na receita de sucesso dos negócios da Auto Nível. A empresa, dirigida pelo empresário Eduardo Heuser, contabiliza bons resultados, ancorada na facilidade de crédito e dos processos simplificados para venda.

Ele explica que veículos na faixa de R$ 20 mil a R$ 25 mil estão entre os preferidos do consumidor. “Em alguns casos, dependendo da documentação e da capacidade de pagamento do cliente, o banco financia até 100% do valor da compra”, disse. Heuser explica que os juros estão convidativos. Taxas na faixa de 1,4% a 1,5% ao mês estimulam a procura por automóveis.

“Nós apostamos em uma manutenção boa das vendas, desde que as empresas não sejam fechadas novamente. O recomeço foi meio difícil. Porém, agora estamos no caminho para a retomada com bons resultados”, projetou o empresário.

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KV KAMINSKI

A volta da compra do carro próprio

Contrariando a tendência de compartilhamento de transporte com uso de aplicativos de corrida e de caronas, a pandemia do novo corona-vírus trouxe à tona uma nova realidade: ter o carro próprio para fazer os deslocamentos de trabalho, estudo e lazer.

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Victor Leonardo Kaminski está no ramo da venda de seminovos há 23 anos, e, até a chegada da Covid-19, acreditava conhecer o comportamento do consumo em Santa Cruz do Sul. Foi reabrir a revenda que os números surpreenderam o empresário. “É uma realidade ao redor do mundo. Usuários de aplicativos e transporte público estão adquirindo seus carros. Tinha-se uma expectativa de que isso iria ocorrer, só não imaginávamos que seria tão rápido.”

Kaminski conta que os meses de maio e junho foram muito bons na venda de seminovos. Segundo ele, julho, que já está em curso, vem reprisando este comportamento de busca por veículos. “Nossa maior preocupação agora é com uma possível falta de automóveis de qualidade”, projeta o empresário. Os estoques de venda no município são abastecidos por grandes cidades, como Porto Alegre e Santa Maria.

Em função da venda acentuada desde maio, as revendas dependem agora da reabertura dos grandes centros para manter o pique no volume de negócios fechados. “Nós (revendas) somos conhecidos como exigentes, por conta da qualidade dos veículos vendidos em Santa Cruz. Esta característica atrai consumidores de toda a região”, destacou Kaminski.

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KMW VEÍCULOS

Com negócios semelhantes ao pré-crise de 2015

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Na KMW Veículos, o volume de negócios durante o último mês de maio fez com que a direção da empresa retrocedesse no tempo seis anos, até 2014, antes da crise econômica da década. O proprietário da empresa, Gilnei Meert, explica que a venda de maio de 2020 foi superior ao desempenho da empresa do mesmo mês em 2014, na época em que se comprava muito carro. “Temos percebido que alguns consumidores compram um carro mais barato, usando o seu veículo no negócio, fazendo com que sobre dinheiro na transação”, contou Meert.

Na avaliação do empresário, os últimos dois meses têm sido excelentes para a venda de usados e seminovos. Tanto que o estoque médio de 120 veículos nos pátios da empresa está em 80 peças, e diminuindo. “O veículo é um investimento que facilmente se transforma em dinheiro. É mais fácil capitalizar-se com a venda de um carro do que de uma casa, por exemplo”, defendeu o proprietário da KMW.

CITY CAR

Alta do câmbio favorece os negócios

O empresário Jair Aloísio Limberger, da City Car, acredita que o mercado da venda de veículos já caminha para um comportamento pré-pandemia. Fatores como a alta no valor do dólar frente ao real é um dos elementos que agora sopra na direção favorável da venda de veículos usados. “A venda de usados e seminovos se favorece deste cenário, pois ainda hoje um percentual bastante grande de peças e componentes de automóveis são importados, e, com o dólar mais alto, o carro usado fica bem mais acessível.”

A qualidade dos veículos usados comercializados em Santa Cruz, associada ao preço, faz com que o segmento encontre um bom momento para fechar negócios. “Ser otimista também ajuda. Notícias como esta, de retomada de vendas, influencia na compra e no crescimento do mercado”, confirmou Limberger.

O empresário, que atua também na área de locação de veículos, conta que os aluguéis já recuperaram o prejuízo de março e abril. “O faturamento de julho sinaliza para um desempenho semelhante ao mês de fevereiro, que sempre é o melhor do ano. Em minha opinião, no que se refere aos aluguéis, o mercado já se recuperou.”

DF SUL

Fiat recupera volume de vendas do mês de junho do ano passado

O balanço das vendas concluídas durante o mês de junho na DF Sul, revenda Fiat de Santa Cruz do Sul, repetiu o índice de negócios fechados do mesmo período do ano passado. O gerente de vendas Colmar Limberger destaca que, além do lojista, o consumidor está otimista com a economia e, por conta disso, tem investido na compra de veículos. “Entre os 15 automóveis mais vendidos na região, seis são da Fiat. Estamos confiantes, pois o mês de julho segue neste mesmo ritmo”, projetou.

A montadora italiana programa para os próximos 15 dias um lançamento nacional da Nova Strada, que já pode ser adquirida, tanto na loja quanto pela plataforma virtual da DF Sul. “Nós tivemos um aumento no número de transações online. Hoje, 10% dos negócios fechados ocorreram no meio virtual.” Seguindo a tendência do último mês, a DF Sul espera superar a expectativa pós-pandemia e retomar o volume normal de vendas.

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J.A. SPOHR

Já é possível comprar o carro novo mesmo sem sair de casa

A J.A. Spohr empregou tecnologia para motivar seus clientes a comprarem carro novo mesmo sem saírem de casa. Revendedora das marcas Chevrolet e Renault para Santa Cruz e região, a empresa tornou possível a compra até sem assinatura do cliente. “Se o comprador quer, não precisa nem receber o entregador do automóvel em casa. A venda é possível de ser feita 100% sem contato pessoal”, disse Luís Felipe Spohr, diretor comercial das concessionárias J.A. Spohr Chevrolet e Renault Cannes. A ferramenta de vendas digital foi disponibilizada pela GM, fabricante Chevrolet.

O emprego da tecnologia e o desejo de consumo dos compradores fizeram com que no mês de junho o volume de vendas fosse superado nas concessionárias. Outras estratégias, como a redução de juros e a supervalorização do carro usado, na troca por um zero, têm surtido efeito nas empresas da família Spohr.

Nas concessionárias GM e Renault, o destaque também fica com a venda dos veículos seminovos. A retomada, sobretudo durante o mês de maio, ocorreu com a venda de automóveis mais baratos. Durante o mês de junho, a aceitação de modelos mais populares acabou sendo a tônica das negociações concluídas. “Quando as lojas fecharam, no início do isolamento social, não se tinha ideia de como seria a volta. A venda está tão positiva que a tendência do segundo semestre é muito boa”, projetou Spohr.

SPENGLER

Compras corporativas e de frotas já são realizadas em ritmo normal

Na revenda Volkswagen de Santa Cruz do Sul, as transações com vendas de táxis, renovação de frota de empresas e pedidos para produtores rurais – todas vendas corporativas – já estão dentro do que a Spengler tem como normal para o período do ano. O gerente geral, Emerson Haas, destaca que, dentro do faturamento global, durante o mês de junho alcançou-se a marca de 75% do que seria esperado. “A segurança no atendimento e as boas condições de financiamento são os argumentos para aumentar as vendas”, enfatizou.

Um indicativo que mostra o bom desempenho da marca é a quantidade de veículos Volkswagen emplacados em Santa Cruz do Sul. De acordo com Haas, durante o mês de junho, de cada dez veículos emplacados no município, seis foram da montadora, que respondeu por 60% do mercado no último mês.

Haas conta que quem opta por um carro com tecnologia alemã começa a pagar o parcelamento um ano depois de levar o veículo para casa. Taxas de juros atrativas e o lançamento de novas versões são as apostas mundiais da montadora para virar o jogo contra a Co-vid-19. “Na semana que vem começa o test-drive do Nivus, o novo utilitário da montadora. O lançamento da nova versão ocorreu no fim de junho”, anunciou o gerente geral da Spengler.

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NISSAN

Retomada gradual para recuperação total da força de venda no fim do ano

Após contabilizar uma queda de 60% nas vendas na reabertura da concessionária, a Nissan de Santa Cruz do Sul focou na segurança dos clientes e criou estratégias que começam no meio virtual e acabam com o cliente saindo da loja de carro novo. O gerente comercial, Leonardo Becker, explica que no mês de abril a loja recuperou 15% da venda, e em junho chegou a 20%. “O crescimento nas vendas vem sendo retomado. Com uso de canais digitais para o primeiro atendimento, reduzimos a circulação de pessoas dentro da loja. Os clientes que vêm estão seguros, com as regras de higienização que foram criadas”, destacou Becker.

Além de implementar o compromisso com a segurança dos clientes, a Nissan prorrogou os vencimentos de veículos financiados em um ano. Quem sai com um modelo japonês da loja fica 12 meses sem pagar a prestação e ainda tem a primeira revisão – dos 10 mil quilômetros – grátis. “Mantendo-se a atual situação, entre agosto e setembro a montadora deve lançar novidades. Estamos aguardando”, projetou o gerente.

JEEP

Redução de preços é estratégia da Jeep para manter clientes satisfeitos

Como estratégia para alavancar as vendas, a Jeep está promovendo reduções de preços em algumas linhas de veículos. Conforme o gerente da Felice Jeep, de Santa Cruz, Angelo Mercado Mario, alguns modelos estão sendo reajustados com valor que é, em média, 20% menor do que o da tabela original da fábrica. “O desempenho em julho está bom, e acreditamos que a partir de setembro deveremos retomar um patamar muito próximo da normalidade”, antecipou o gerente.

A montadora programa para o fim de ano o lançamento das versões 2021 do Jeep Compass e do Renegade, e também investe na negociação com seminovos, que na revenda são moeda de troca do carro zero. Quem busca um veículo novo geralmente negocia com seu usado na concessionária. “É importante que as concessionárias não sejam fechadas novamente, para que consigamos manter este ritmo de vendas até o fim do ano”, enfatizou.

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A aposta para o crescimento dos negócios no último quadrimestre

Na Car House, de Santa Cruz do Sul, as restrições causadas pela pandemia do novo coronavírus levaram as negociações para o mundo digital. A partir desta nova realidade, o gerente de vendas Anderson Müller conta que a empresa criou um novo modelo de negócio, no qual o atendimento começa de forma eletrônica, passando para a experimentação, no test-drive, com segurança, junto à concessionária.

“Durante o mês de junho, tivemos um bom desempenho e enxergamos esta demanda crescente para os meses de agosto e setembro. No último quadrimestre do ano, com a reação da economia, teremos outra realidade”, projetou Müller. A montadora coreana prepara as novas versões do Creta e do HB20 também para os últimos meses do ano. “O HB20 tem uma aceitação muito boa; projeta-se uma venda interessante para este modelo.”

Histórico do consumidor ajuda na compra

Diego Pires é proprietário da Santa Cruz Multimarcas e dedica-se à comercialização de veículos seminovos. De acordo com ele, a venda de automóveis durante o mês passado igualou-se ao mês de janeiro, que, na empresa dele, historicamente é sempre o melhor do ano. Parte do bom desempenho está relacionado às boas condições de financiamento dos bancos e das financeiras.

A análise de crédito – agora feita em minutos, na própria revenda – tem apontado taxas de 0,7% ao mês para clientes com histórico positivo de crédito. “Depende tudo da documentação do comprador. Com esta condição, que é muito favorável, até o fim do ano, o balanço de vendas será considerado bom.”

Pires acredita que será possível, em dezembro próximo, olhar para o ano de 2020 e isolar os meses de março e abril – quando ocorreu a parada geral por conta da pandemia – e classificar 2020 como um ano promissor para a venda de veículos. “Se mantivermos os atuais índices, a venda dos meses de março e abril não fará diferença no todo.”

Seminovos têm qualidade ampliada na pandemia

O proprietário da Tradição Veículos, Rafael Stein, explica que pelo menos uma mudança no formato das transações de compra e venda de automóveis ocorreu com a pandemia. Se no passado a qualidade dos veículos comercializados em Santa Cruz do Sul conferiu às revendas do município um status de melhores do Estado, atualmente os carros colocados à venda estão mais selecionados ainda.

“Estamos realizando vendas melhores, com veículos de maior qualidade”, contou Stein. O empresário acredita que até o fim do ano a tendência de vendas deve manter aquecido o segmento. “No período em que as lojas ficaram fechadas, criou-se uma demanda reprimida. Quem precisa de um automóvel irá comprar, e isso nos deixa otimistas”, avalia o proprietário da revenda de seminovos.

Otimismo com os pés no chão

Com projeções que são favoráveis tanto no campo da saúde, com a redução do contágio com o novo coronavírus, e uma retomada econômica mais forte, programada para o fim do ano, o diretor comercial da Qualidade Veículos, Rodrigo Mattana, acredita em um fechamento positivo no fim de ano. “Estamos enfrentando dificuldades para conseguir veículos seminovos no padrão classe A. Quando isso estiver superado, o mercado seguirá num bom momento”, destacou.

Mattana crê na vontade de compra do cliente, sobretudo no otimismo do consumidor frente à situação pós-pandemia, e projeta um bom desempenho para os próximos meses. “Nosso otimismo é com pés no chão. Estamos atentos ao comportamento do cliente. ”

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