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Inovação e otimisto

Setor de serviços começa retomada da economia de forma gradual

Foto: Alencar da Rosa

Pela quarta semana consecutiva, a Gazeta do Sul dedica-se a avaliar o desempenho de empresas e instituições forçadas à revisão de métodos, conceitos e práticas frente à pandemia do novo coronavírus. A interrupção da atividade econômica em março e abril e toda a incerteza quanto ao tempo de avanço da doença e reabertura integral da economia ainda aterrorizam o mundo dos negócios. Porém, centenas de profissionais prestadores de serviços já sentem que a recuperação de clientes e faturamento deve ser gradual, mas não tão lenta.

Em áreas específicas, o novo comportamento social, em casa; as tendências de consumo neste que pode ser um “novo” normal e os desafios da reinvenção acabaram gerando bons resultados. Munidos com a criatividade, espírito empreendedor e liderança, gestores e empresários do setor de serviços já começam a colher os resultados da rápida ação pró-recuperação de suas atividades e rendimentos. Em um passeio por diferentes empresas e áreas de atuação, esta reportagem exibe o quadro de uma recuperação econômica que deve ser mais rápida do que as projeções realistas. Em todas as histórias aqui descritas, a inovação e o otimismo são ingredientes repetitivos.

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Na indústria gráfica, a retomada é gradual

Especializada na produção de catálogos, revistas e materiais promocionais de marcas e embalagens, a LupaGraf sentiu os impactos da pandemia com o fechamento de lojas e empresas consideradas não essenciais. No entanto, logo após a parada, a retomada das atividades foi marcada pela volta nos pedidos de impressos. O gerente de produção, Guilherme Lupatini, conta que a confecção de embalagens para telentrega e delivery se manteve ativa. “Estamos percebendo agora a retomada da produção do material promocional”, confirmou.

A aposta do empresário está na manutenção da atividade econômica – sem novos fechamentos –, assim como no apetite do empresário em publicizar seus produtos e serviços a partir de agora. “A recuperação do nosso mercado será gradual, assim como a volta de toda a atividade econômica”, projetou o empresário.

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O jurídico tornou-se parceiro estratégico

A sócia do escritório jurídico BVK Advogados, de Santa Cruz do Sul, Ana Paula Medina Konzen, conta que a necessidade de reorganização e readequação das empresas à nova realidade trouxe muitas oportunidades aos operadores do direito.

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Com atuação na área empresarial, ela afirma que as empresas foram diretamente impactadas com a pandemia. Em razão disso, passaram a precisar do auxílio e orientação de advogados para implementar as medidas mais adequadas para sobreviverem à nova realidade. Em meio a tantos decretos e medidas provisórias, os advogados tornaram-se fundamentais. “A área trabalhista teve sua demanda substancialmente aumentada, assim como as demais áreas, uma vez que as empresas buscaram renegociar contratos bancários, de locação e outras dívidas.”

Ana Paula explica que as inúmeras dificuldades causadas pela Covid-19 geraram oportunidades no meio do direito empresarial. “Foram criadas novas demandas, o advogado foi essencial e precisou agir rapidamente, buscando as melhores alternativas para as empresas. Enxergamos esse movimento como uma grande oportunidade em meio à crise”, complementa.

Ana Paula: oportunidade me meio à crise

Na carona da construção, setor madeireiro aposta no fim de ano

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A direção da tradicional Madeireira Globo, do Bairro Arroio Grande, em Santa Cruz do Sul, também acredita em uma retomada mais forte no fim do ano. Sadi Damo é o gerente da empresa e destaca que, mesmo no período mais crítico da pandemia, não deixou de fornecer a matéria-prima, que entra como coadjuvante nas construções. As madeiras usadas em aberturas, estruturas, divisórias e telhados continuam sendo solicitadas pelos consumidores.

Houve redução nas vendas, mas, como todo o setor da construção segue aquecido, Damo crê em uma força extra no fim de ano, que deve ser impulsionada por uma melhora geral no quadro da pandemia. “Nossa venda segue ativa, porém em menores proporções. Os grandes pedidos foram reduzidos, mas acreditamos que, com a chegada do fim do ano, tudo esteja em uma situação melhor.”

A Madeireira Globo atende o mercado consumidor da região. Coleciona clientes nos municípios de Santa Cruz do Sul, Vera Cruz, Rio Pardo, Pantano Grande, Encruzilhada do Sul e até em Cachoeira do Sul.

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Construção civil impulsiona também atividades no segmento de decoração

A direção da Di Gesso e Decoração, empresa especializada no “arremate” e na personalização das obras da construção civil, está otimista com o segmento coirmão, que não desacelerou com a pandemia. O empresário César Augusto Machado usa a lógica para pensar no futuro. “Na construção, as obras que tiveram início precisam ser concluídas. Como o nosso trabalho está na finalização, a gente acredita em uma retomada”, revelou.

Segundo o empresário, a característica da economia santa-cruzense, com indústrias diversificadas, permite a continuidade da execução de obras. “O que muda agora é que não temos mais a capacidade de planejar com antecedência. Se antes pensávamos em 30-60 dias, agora a gente planeja a semana seguinte. Isso é uma mudança da pandemia”, complementou Machado.

Di Gesso e Decoração não desacelerou com a pandemia | Foto: Alencar da Rosa

PARA EVITAR PROCESSOS

No escritório jurídico Nardi, Spat e Sadilo Advogados, de Santa Cruz do Sul, a prevenção é a principal arma usada para evitar conflitos judiciais. Conforme o advogado Rodrigo Nardi, sócio do escritório, a capacidade de criar ações de prevenção para evitar processos é o foco da atuação no meio empresarial. “O litígio não é favorável quanto à negociação. É um momento de dificuldade para todos. Por isso, o ideal é trabalhar para prevenir riscos.”

O advogado avalia também que, nos próximos meses, haverá um aumento no número de audiências na Justiça do Trabalho. A pandemia afeta a saúde financeira das empresas; por isso, desligamentos devem acontecer. A “ferramenta” da prevenção, apontada por Nardi, seguirá como aliada das organizações também para que se evite esse aumento. “Viveremos um momento de uma maior demanda nessa área, por conta das demissões, e isso mostra que o serviço jurídico vai continuar igual.”

Retorno às aulas trará normalidade

A gráfica expressa da Clipe Graffite já restabeleceu suas atividades normais e aposta na retomada de 100% da demanda com a volta às aulas presenciais. O volume de impressos para escolas e professores é o que hoje faz a diferença na produção diária da empresa.

Outro fator ligado à pandemia impede a retomada com força total na atividade: a necessidade de evitar a aglomeração de pessoas. Segundo o proprietário da Clipe Graffite, Vilson Jorge Fengler, a redução na equipe de trabalho inibe também o volume de atendimento. “Não havendo mais uma parada, e as aulas presenciais retornando, aos poucos estaremos próximos da normalidade outra vez”, comentou.

A gráfica expressa, que funciona junto da papelaria e do bazar, trabalha com recarga de cartuchos, fabricação de carimbos, adesivagem e impressões de banners. O serviço é essencial para outros negócios. Por isso, com a atividade econômica em andamento, continua sendo demandado.

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Clipe Graffite aposta na retomada em 100% | Foto: Rafaelly Machado

O mundo todo agora cabe dentro do consultório, que não tem mais paredes

A psicóloga Fátima Ghelen, que por mais de duas décadas se dedica aos processos de seleção, recrutamento e planejamento de carreiras, viu os atendimentos presenciais reduzirem drasticamente. Com a oferta de vagas de emprego encolhendo e a necessidade de reinvenção de praticamente todas as profissões, a especialista em emprego passou a atender todo o mundo via internet.

Por meio de transmissões ao vivo, cursos e atendimentos a distância, Fátima acredita que destravou a porta do consultório e empurrou o mundo para sua sala de atendimento. “Eu tive de investir na formação, entender como poderia ser possível atender pela internet. O atendimento online me permite hoje estar em várias partes do País, e isso é uma grande oportunidade”, justificou.

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Fátima Ghelen aposta no atendimento online

A retomada total virá de carona com a chegada do próximo verão

Se a construção de prédios e residências continua, o acabamento, com uso de postes de concreto, churrasqueiras e pergolados para completar os jardins e áreas externas, também irá acontecer. O empresário Diego Rangel Ohland, da Artefatos de Cimento Ohland, aposta na volta por cima com a proximidade do verão.

Ohland explica que o trabalho na fábrica santa-cruzense está com 80% da sua capacidade. As limitações se explicam pela demanda, agora reduzida, e a necessidade de ter menos funcionários envolvidos na atividade. “No inverno, a gente sempre registra uma baixa. A chegada da primavera e, mais tarde, do verão eleva a demanda por nossos produtos”, confirmou.

A permanência das pessoas mais tempo em casa – condição imposta pela necessidade de isolamento social na pandemia – levou para o lar mais investimentos em bem-estar e conforto. “A retomada do consumo vem também com essa característica”, destacou Ohland.

Artefatos de Cimento Ohland, aposta na volta por cima com a proximidade do verão | Foto: Alencar da Rosa

CONSTRUÇÃO PEDE AREIA

O empresário Renato Felipe Rauber, da Areal Santa Cruz, afirma que o trabalho em sua empresa está praticamente normal. Passado o período inicial do isolamento, ele conta que apenas a quantidade excessiva de chuva das últimas semanas prejudicou a atividade, que caminhava para uma demanda adequada. “Eu acredito que as construções iniciadas precisam ser concluídas, pois existe o empenho de outros materiais e orçamentos. Pensando nisso, nosso trabalho seguirá ativo.”

A empresa também atua na área de venda de imóveis. Nesse segmento, Rauber está igualmente otimista. “Nós percebemos uma alta procura na compra de imóveis, e isso mostra que o cenário está favorável aos negócios”, confirmou. Rauber acredita que, mantendo-se as previsões científicas e com as restrições da pandemia sendo reduzidas entre o fim do ano e início de 2021, o setor, que atua junto da construção civil, conseguirá operar com normalidade.

Quem tem casa sempre precisa de reparos com peças e ferramentas

Com um estoque de mais de 23 mil itens, usados para obras, consertos e pequenas reformas domésticas, a Beto Peças contabiliza 90% da sua operação costumeira. Apenas a limitação de acesso do público dentro da loja, estabelecida por determinação de controle sanitário, impede hoje o empresário Ariberto Hannemann, o Beto, de trabalhar de forma normal.

Segundo ele, quem tem casa precisa de peças e ferramentas; já a empresa dele é referência nesses produtos. “Para nós, agora tudo depende do avanço da doença e da postura do consumidor. As vendas estão boas e o consumo, confiante”, resumiu.

A volta gradual, segundo Beto, ocorrerá quando a pandemia estiver sob controle, com clientes imunizados e toda a atividade econômica caminhando para o início do próximo ano. “Nossos produtos são essenciais para quem precisa realizar obras ou pequenas reformas. Por isso, também estamos otimistas com a situação.”

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Ariberto Hannemann: otimista com a situação | Foto: Alencar da Rosa

A NECESSIDADE DE HIGIENE

Após ter de demitir e fazer diversos ajustes no quadro de funcionários, responsáveis pelo asseio e pela conservação de condomínios, prédios públicos e empresas, o empresário Rossano Becker aposta na mudança de conceito. Com a necessidade de promoção da higiene, descontaminação e limpeza frequente de todos os ambientes, o diretor da Santa Cruz Serviços acredita em um tempo promissor, passada a pandemia.

Segundo Becker, as soluções apresentadas pela Santa Cruz Serviços vão na direção da necessidade das empresas. “Já estamos recebendo pedidos de novos orçamentos e contatando empresas que necessitam investir em sanitização. Em breve, deveremos recontratar profissionais desligados.”

Ele revela que novas ocupações começam a surgir, com as atuais restrições de acesso. “Uma delas é o serviço de recepção, com medição de temperatura. Muitas empresas fazem o controle de acesso verificando se os clientes têm febre. É uma função nova em nossos serviços.”

ASSESSORIA PARA DECRETOS E REGRAS

A Ideal Contabilidade de Santa Cruz do Sul teve de colocar toda a sua expertise para, de forma muito rápida, organizar-se em home office. “Com decretos e regulamentos sendo alterados a todo instante, a área contábil precisou acompanhar de perto os seus clientes”, ressalta o empresário Odécio Dirceu Dreissig.

Para ele, o cumprimento de tarefas no modelo de home office é um dos destaques do trabalho a distância. Porém, em uma área com seguidas novidades e alterações constantes, a troca de informações presenciais entre colegas de trabalho transformou-se em uma barreira.

Em outro segmento da empresa, a educação a distância, Dreissig explica que a aula em casa, diferente do modo de aprendizado EAD, destacou-se e tornou-se um sucesso na Ideal School. “Faremos a implantação de novos cursos na área de idiomas, com as aulas com uso de videoconferências, que continuarão em alta, mesmo com a volta das atividades presenciais.” Otimista, o empresário engrossa o coro dos que acreditam na retomada da economia ainda em 2020.

Fábrica de cadeiras ampliará produção a partir da volta dos eventos sociais

O sócio-proprietário da Fábrica de Cadeiras Werle, Ernani João Werle, espera pela volta de bailes, quermesses e eventos com música e comida. A empresa especializada em mesas e cadeiras, instalada em Santa Cruz, precisou fazer ajustes, distanciar funcionários e acreditar em uma melhora do mercado para seguir em frente. “Estamos produzindo cerca de 30% menos, mas mantivemos as vendas ativas desde a reabertura em maio”, reforça Werle.

O empresário acredita que, com a flexibilização das regras de restrição – situação esperada a partir do controle e redução dos casos de contaminação –, o retorno de festas e eventos será o pontapé para a retomada das vendas de cadeiras e mesas. “Quando as festas retornarem, estaremos prontos para atender esse mercado. Nós atendemos toda a região e estamos otimistas com o andamento dos negócios”, complementa o empresário.

Fábrica de cadeiras está otimista com o andamento dos negócios | Rafaelly Machado

NÃO HOUVE REDUÇÃO DE CARGA

A MW Baterias de Santa Cruz do Sul seguiu com força total nas vendas durante a pandemia. Serviço essencial para quem utiliza veículos automotores para o deslocamento, a empresa nem precisou reduzir carga horária e jornada de funcionários.

A sócia-proprietária Jéssica Walter diz que houve uma pequena baixa na venda de baterias, mas a situação já foi contornada. Além de fornecer o produto novo, a empresa foca no pós-venda, fornecendo bateria reserva e mão de obra para quem fica sem. “A venda está muito associada ao clima. Quando ocorrem essas mudanças de temperatura, com dias muito quentes ou muito frios, cresce a procura por uma bateria nova”, compartilhou Jéssica.

A empresária recomenda um procedimento útil para quem é dono de automóvel e está cumprindo isolamento social, em casa, sem sair com seu carro. “Para manter a bateria com carga, mesmo as peças novas, é importante ligar o carro dia sim, dia não, e deixá-lo funcionando por 15 minutos. Isso ajuda a manter a vida útil da bateria.”

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Cuidado com os PETs está em alta, com tutores mais atentos aos bichos

A médica-veterinária Manuela Oliveira Hammes, da PET Boulevard Clínica Veterinária, revela que o isolamento social aumentou o grau de preocupação com a saúde dos animais de estimação. Segundo ela, a convivência mais próxima com os bichinhos despertou nos tutores a preocupação com a saúde, fazendo com que o consumo de vacinas, medicamentos e consultas veterinárias aumentasse.

“Eu acredito que, por estarem mais tempo com seus animais, os donos percebem melhor sintomas e comportamentos diferentes, situações que podem apontar para problemas de saúde”, diz Manuela, ao referir-se ao volume de atendimentos.

De acordo com ela, a preocupação com os cuidados essenciais tem acompanhado os donos de animais de estimação. A única preocupação é com o grande número de adoções, que no pós-pandemia pode virar abandono. “Muitas famílias adotaram cães e gatos agora. Esperamos que, quando o trabalho voltar à normalidade, os tutores não abandonem seus animais.”

PET Boulevard: consumo de vacinas, medicamentos e consultas aumentou | Rafaelly Machado

A importância do cuidar de si e daqueles mais frágeis na pandemia

A área hospitalar como um todo sofreu grandes impactos no volume de atendimentos de pacientes. Houve uma redução drástica no número de cirurgias e procedimentos, no número de atendimentos nos pronto-socorros e internações de um modo geral. Entretanto, o setor de oncologia no Hospital Ana Nery foi o que sentiu o menor impacto até o momento.

“Desde o início da pandemia, adotamos todas as medidas preventivas preconizadas. Procuramos demonstrar isso aos pacientes e também aos médicos, para que se sentissem seguros e entendessem a importância de dar continuidade aos tratamentos quimioterápicos, radioterápicos e os indispensáveis acompanhamentos médicos dos casos”, explica o diretor executivo do Ana Nery, Gilberto Gobbi.

Segundo ele, atualmente, a maior preocupação da casa de saúde está na diminuição das consultas iniciais em oncologia. “Nosso receio é que tenhamos diagnósticos tardios num futuro próximo, concentrando um grande número de casos num mesmo período. Isso certamente dificultará os tratamentos e aumentará a gravidade das doenças.”

A pandemia mostrou que mesmo com toda a organização, o planejamento e o preparo para as adversidades do dia a dia, ninguém estava pronto para essa situação, impensável até pouco tempo. “Apesar de buscarmos implementar as melhores práticas, elas foram insuficientes para os dias atuais. Todo o conhecimento acumulado se esvaiu de um momento para outro, nos restando incertezas e sentimento de impotência perante a crise. Também serviu de alerta: temos de nos reinventar a cada dia, aprendendo um com o outro, muitas vezes de forma empírica. Através dos nossos erros e acertos, buscamos pavimentar um novo conhecimento para o amanhã.”

Gobbi destaca que a pandemia revelou a importância de uma instituição de saúde estar organizada e afinada com suas equipes de trabalho, buscando as melhores técnicas. É necessário manter disposição de adotar soluções alternativas e inovadoras, sem abrir mão da simplicidade de algumas medidas.

“É importante nos unirmos para que possamos alavancar soluções mais efetivas e viáveis. Ao cuidar de mim, cuido dos outros, e é auxiliando que somos auxiliados. Com isso, poderemos atingir um outro patamar na solução desse problema que afeta o mundo inteiro”, ensina o diretor.

ADEQUAÇÃO DE CUSTOS

Com a redução forçada do número de pedidos e a necessidade de preservar funcionários com predisposição maior à Covid-19, a Dummagran Mármores e Granitos, de Santa Cruz do Sul, precisou ajustar a gestão à nova realidade.

O empresário Carmo Adriano Dummer diz que uma revisão nos processos para o corte de despesas serviu para compensar a redução no volume de pedidos, sentida a partir de março. “Com a volta da construção civil, houve uma nova movimentação. Tivemos de nos adaptar também aos protocolos de saúde com nossos funcionários.”

Dummer diz acreditar na retomada gradual da economia e na realização de novos negócios ainda em 2020. “Obras que foram canceladas lá atrás, ou eventualmente paradas, deverão ser concluídas. Quando isso ocorrer, seremos demandados pelos clientes”, projetou.

Quando o desafio é profissional e vai além das questões financeiras

A equipe do Laboratório Ethica Lab foi testada ao extremo com a chegada da pandemia. Envolvidos diretamente no processo de diagnóstico da doença, os bioquímicos, técnicos e biomédicos tiveram de ousar, aprender e acreditar na evolução.

A bioquímica Vera Lúcia Reck, líder da equipe, conta que a pandemia transformouse em um período desafiador. “Os primeiros testes que vieram para detectar o novo coronavírus tinham uma metodologia diferente. Vivemos um momento de desafio profissional, pois não abrimos mão da precisão em nossos resultados”, ressalta Vera Lúcia.

A responsável pelo Ethica Lab salienta que houve a dificuldade financeira, a qual atingiu praticamente todas as empresas; porém, a criação de estratégias de enfrentamento foi um dos caminhos percorridos rumo à superação. “A crise é uma grande oportunidade, mas ela não vem em uma caixa de presente. É preciso saber para onde se quer ir, e criar as oportunidades”, ensina a biomédica.

A criação de novos serviços e a manutenção da serenidade da liderança são meios de encontrar, segundo ela, o equilíbrio necessário no “novo” mundo que se reconfigura com a passagem da pandemia.

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Individualidade que se torna regra essencial para quase tudo agora

Desde a fundação da Lavanderia Lav Express, de Santa Cruz do Sul, o empresário Flávio Assad Dutra tinha em mente que as roupas sujas dos clientes deveriam entrar para a lavadora de forma individual. A preocupação com o distanciamento social trouxe à superfície uma prática institucionalizada pela empresa. “As cargas de roupa dos clientes são trabalhadas de forma individual. Todo o processo é feito separado.”

Dutra explica que, mesmo sendo serviço essencial, a parada no início da pandemia fez com que o volume de trabalho se reduzisse. Porém, a continuidade de outras atividades, como clínicas e empresas que lavam na Lav Express, mantém em movimento as máquinas da empresa. “Temos de manter a regularidade do serviço. Uma nova parada seria muito ruim”, afirma.

O ADVOGADO AGORA É NEGOCIADOR

O professor de Direito e advogado Jorge Renato dos Reis, sócio do escritório Reis e Bastos Advocacia, conta que a boa prática da atividade ganhou notoriedade na atuação durante a pandemia. Com a geração de conflitos, especialmente no cumprimento de contratos fechados antes da crise econômica, a negociação virou regra na atividade. “Existem muitos artigos e leis que regulamentam a defesa jurídica. No entanto, as rescisões totais de contrato gerariam um verdadeiro caos. Nossa busca veio com o auxílio à negociação dos contratos vigentes.”

De acordo com Jorge Reis, um outro efeito veio à tona nestes tempos de crise: a boa fé de quem precisou negociar em um primeiro momento revelou que a negociação é sempre um caminho possível. O advogado acredita que a prática da negociação – que é uma das vertentes mais modernas no direito, na luta contra o litígio – será uma tendência no tão esperado pós-pandemia. “Iremos usar a ferramenta de negociação e da inteligência em favor da boa advocacia”, salienta.

A reinvenção da marmita como alternativa durante a pandemia

A empresária Emili Freda, que ingressou no mundo da alimentação para deixar a comida dos baixinhos mais natural, decidiu reinventar a marmita. Com ajuda de nutricionistas, criou cardápios que primam pela alimentação natural e apostou na consciência ecológica de todos. Quem encomenda suas viandas e guarda a embalagem, que pode ser usada mais de uma vez, paga menos. “O almoço de um adulto, que tem mais ou menos 400 gramas, custa R$ 13,00. Quem devolve a embalagem, que é personalizada, ganha um desconto de R$ 1,00 no pedido.”

Inovar e fazer comida com gosto de casa de mãe foram as estratégias da empresária. Com aulas presenciais suspensas e a necessidade de faturar, Emili entrega prato do dia, serve congelados e continua atuando na área que a levou para as panelas: criar kits de merenda escolar com ingredientes mais naturais. “Todo alimento que é processado de maneira natural se transforma em uma refeição com maior qualidade.”

Na Menu Kids, ninguém deixou de apostar no futuro em virtude da pandemia. Emili se esforça para criar alternativas às barreiras físicas impostas pelo controle da Covid-19. “Nós antecipamos um plano, que era atender as famílias com uma alimentação mais saudável. Estamos satisfeitos com o resultado.”

NOVOS PROTOCOLOS DE SAÚDE

Na Clínica Angiocardio, de Santa Cruz do Sul, o cuidado com os pacientes foi a tônica da alteração no modo de receber pacientes em consultas e exames. O cardiologista Cassiano André Nardi conta que uma das preocupações era justamente com a saúde dos pacientes – incluídos nos públicos de risco maior da Covid-19.

Cardíacos e hipertensos estão entres os grupos de risco e precisam ser preservados. “Medidas como distanciamento de horário entre as consultas, higienização constante e orientação para que pacientes com sintomas tivessem prioridade fazem parte das nossas estratégias”, disse o médico.

Nardi explica que o uso do bom senso foi fundamental para a escolha de prioridades na Angiocardio. “Por isso, destacamos que os pacientes com sintomas não deixem de procurar o atendimento. Nos preparamos para recebê-los com segurança e garantir a atenção a esses grupos.”

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