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SAFRA DE VERÃO

Áreas plantadas devem permanecer estáveis na região

Foto: Ricardo Tatsch/Irga/Divulgação/GS

Os produtores já estão planejando a safra de verão. É um momento de avaliar os preços de sementes e insumos. A perspectiva é de manutenção dos valores praticados no ano anterior, o que anima os agricultores da região. Para as condições climáticas, a tendência é de neutralidade, o que reduz o risco de estiagem severa.

Segundo o engenheiro agrônomo Assilo Martins Corrêa Júnior, chefe do escritório da Emater/RS-Ascar de Santa Cruz do Sul, a tendência no município é de crescimento na área plantada de milho, pela possibilidade de adiantamento da semeadura. “Não será um aumento significativo. Mas há produtores que vão optar pelo milho pela rotação de cultura e também para evitar um período mais seco no desenvolvimento da planta”, salienta.


A estimativa da área de milho a ser plantada é de 4,5 mil hectares. De soja, devem ser 3,4 mil. Ainda há 2 mil hectares de milho para silagem. A fatia é inferior para as várzeas de arroz, com 1,9 mil hectares. “Do total de milho, o plantio é de 30% no início da safra. O restante fica para depois da produção de tabaco”, explica Assilo.

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Os preços estão em alta com o crescimento da demanda agrícola e também pelo aquecimento do câmbio, o que favorece as exportações. “Se tivermos uma safra normal, a tendência é de uma queda nos preços, pelo aumento da oferta”, ressalta. De acordo com um informativo da Emater/RS-Ascar em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), a saca de soja de 60 quilos foi cotada, na média estadual, em R$ 106,00. Já com relação ao valor do milho no Estado, a média é de R$ 43,50 pela saca de 60 quilos.

Presidente do Sindicato Rural de Santa Cruz do Sul, Marco Antônio dos Santos projeta uma boa safra em caso de condições climáticas ideais. “É evidente que teremos uma quebra se tivermos mais uma seca. Os preços estão altos, mas os insumos encareceram. Esperamos um bom patamar de preço na hora da venda”, comenta.

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Em Rio Pardo, o presidente do Sindicato Rural, Luiz Henrique Miguel Lau, enxerga de forma positiva o Plano Safra lançado pelo governo federal e prevê uma estabilidade na área plantada. “É uma safra de esperança pela recuperação, depois da estiagem em 2019/2020. Os produtores esperam por preços bons na comercialização”, resume Lau. A área deve ser semelhante à registrada no ano passado, com 62 mil hectares de soja, 3 mil hectares de milho e ainda 7,4 mil hectares de arroz.

Arroz

Segundo o engenheiro agrônomo do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Ricardo Tatsch, a área semeada em Rio Pardo teve 7,7 mil hectares na safra anterior. O levantamento inicial prevê um aumento, com 8,5 mil hectares. Já em relação a Pantano Grande, eram 4,2 mil. A perspectiva agora é de um acréscimo, que deixaria a área total em 4,5 mil hectares.

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Passo do Sobrado deve permanecer com 600. “Não são grandes acréscimos. É pouco em comparação ao que já foi reduzido. Rio Pardo já chegou a ter 11 mil hectares”, observa Tatsch. “As áreas estão consolidadas. Os produtores fazem rotação entre arroz e soja. Mesmo com o aumento na saca, não haverá grandes mudanças no que estava programado”, complementa.

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Com relação aos preços, Tatsch credita o valor alto ao volume maior de exportações com um câmbio favorável, o que reduziu a oferta interna. “O que comanda é a oferta e demanda. A tendência é não ter um aumento significativo na área plantada. Com o dólar se mantendo em R$ 5,00, o preço da saca (50 quilos) deve ficar próximo a R$ 60,00”, estima. Quanto ao clima, os prognósticos apontam para neutralidade ou La Niña enfraquecido durante a safra. Ou seja, favorável ao arroz, com mais radiação solar e menos dias nublados. “É bom para o desenvolvimento das plantas e há um menor risco de doenças”, explica.

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Trigo

Como aponta a Emater, o clima dos últimos dias, com elevação das temperaturas e predomínio de sol no Rio Grande do Sul, favorece o desenvolvimento do trigo, que está com 2% das lavouras em floração e 98% em germinação e desenvolvimento vegetativo.

Marco Antônio dos Santos salienta que as lavouras de trigo são escassas em Santa Cruz. “É um cultivo quase exótico aqui”, sublinha. Assilo Corrêa Júnior comenta que, após quatro anos, um produtor cultivou 10 hectares de trigo em Santa Cruz neste inverno. “É uma cultura de alto risco e pouco valor agregado”, resume.

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