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Agronegócio gaúcho

Exportação de tabaco tem queda de quase 24% no segundo trimestre

As exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 3,1 bilhões no segundo trimestre de 2020, uma alta de 5,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O setor do tabaco, no entanto, apesar de figurar entre os cinco principais exportadores do agronegócio, registrou baixa de 23,9% (somando US$ 246,4 milhões).

Na outra extremidade, o crescimento do valor exportado foi puxado pelas vendas externas do complexo soja (US$ 1,7 bilhão; +15,4%), carnes (US$ 492,7 milhões; +29,3%) e do setor de cereais, farinhas e preparações (US$ 189,2 milhões; +110,7%). Ainda entre os cinco principais setores exportadores, além do tabaco, produtos florestais (US$ 220,6 milhões; -33,8%) registrou baixa.

No acumulado do primeiro semestre, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 4,9 bilhões, uma queda de 6,7% quando comparado com janeiro a junho de 2019. Em valores absolutos, foram US$ 354,7 milhões a menos no comércio exterior no período, puxado pelo desempenho negativo no período dos setores de produtos florestais (-56,9%) e tabaco (-33%).

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As informações fazem parte do boletim Indicadores do Agronegócio do Rio Grande do Sul, divulgado na manhã desta quarta-feira, 12, pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) e elaborado pelos analistas do Departamento de Economia e Estatística (DEE/SPGG) Rodrigo Feix e Sérgio Leusin Júnior.

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Setores e principais destinos

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Mesmo com uma queda expressiva na produção de soja no Rio Grande do Sul, estimada pelo IBGE em 39,3%, em virtude da estiagem, as vendas externas do complexo não foram afetadas no segundo trimestre de 2020, com destaque para a soja em grão (US$ 1,39 bilhão; +13,3%). A desvalorização cambial favoreceu a comercialização no setor, possibilitada também pelos estoques disponíveis no território gaúcho.

No setor de carnes, as vendas de carne suína (+69%) e de carne bovina (+60,8%) tiveram resultados positivos e expressivos. No setor de cereais, farinhas e preparações, o bom resultado do período entre abril e junho é justificado pela alta nas exportações de arroz (+169,7%).

Entre os principais destinos dos produtos do agronegócio gaúcho, a China segue no topo do ranking, responsável por 53,7% das vendas do Estado no segmento. As exportações para o gigante asiático tiveram aumento de US$ 264 milhões no segundo trimestre, alta de 18,9% em relação a 2019. União Europeia (9,7%), Estados Unidos (3,5%), Coreia do Sul (3,3%) e Arábia Saudita (2,1%) completam a lista dos principais países compradores, representando 72,4% do valor exportado no trimestre.

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Primeiro semestre

No acumulado do ano, o complexo soja (US$ 2 bilhões) e carnes (US$ 948,2 milhões) foram os setores com maior presença nas vendas. O resultado negativo do semestre decorre principalmente dos setores de produtos florestais e tabaco.

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No primeiro, a redução em valor nas vendas da celulose (-66,3%) foi o principal destaque, enquanto no segundo, o item de maior peso da pauta de exportações, o tabaco não manufaturado, registrou variação negativa de 34,9%. Em ambos os casos, destaca o documento, as quedas podem ser atribuídas, em parte, a “movimentos atípicos ocorridos em trimestres anteriores, que alteraram o padrão sazonal dessas exportações”.

China (43%), União Europeia (11,8%) e Estados Unidos (4,4%) foram os principais compradores dos produtos do agronegócio gaúcho no semestre. Os asiáticos registraram alta de 8,7% no período, enquanto os europeus (-27%) e os Estados Unidos (-29,2%) tiveram quedas percentuais, os primeiros por conta da redução nas vendas de celulose e o segundo, além da celulose, também por conta da baixa das compras de tabaco não manufaturado do Estado.

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Covid-19 e estiagem

Mesmo com a tendência de queda nas exportações no semestre, o desempenho negativo não está relacionado à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), destaca o boletim.

“A China, por exemplo, primeiro país a sofrer com as restrições impostas pelo vírus, aumentou sua participação e liderança entre os destinos compradores do Estado. Embora tenham ocorrido reduções nas participações da União Europeia e dos Estados Unidos nas compras gaúchas, as quedas estão atreladas a uma menor demanda de celulose”, afirma o pesquisador do DEE/SPGG Sérgio Leusin Junior.

Quanto à estiagem, a perspectiva é de que os efeitos da redução na produtividade das culturas de verão sobre as exportações sejam intensificados no segundo semestre de 2020.

“Até o momento, os preços atrativos da soja têm garantido um ritmo de vendas externas superior a 2019, também beneficiado pelos estoques do produto no Estado. Com a menor disponibilidade nos armazéns e a necessidade de atender à demanda doméstica, é possível projetar menores volumes embarcados de soja na segunda metade do ano”, completa Leusin.

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Emprego

No segundo trimestre de 2020, o Rio Grande do Sul registrou redução de 10.053 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio, resultado direto da sazonalidade da produção agrícola, um movimento característico do setor. No mesmo período de 2019, a baixa foi de 15.575 empregos.

“Em 2020, a contratação temporária de trabalhadores no primeiro trimestre foi menor, um reflexo da queda da produção agrícola. O que vimos no segundo trimestre foi um número de desligamentos estável na comparação com 2019, o que resultou em um saldo menos negativo”, destaca Rodrigo Feix.

A redução nos empregos no segundo trimestre ocorreu nos três segmentos que constituem o agronegócio: “antes”, “dentro” e “depois” da porteira. A maior redução ocorreu no segmento “depois” da porteira, composto predominantemente por atividades agroindustriais, com menos 6.217 postos. O segmento “dentro da porteira”, constituído pelas atividades agropecuárias, obteve menos 3.740 postos, e o “antes da porteira”, formado por atividades de fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos, registrou saldo negativo de 96 empregos.

No ano, no entanto, o saldo é positivo, com um acumulado de 9.237 postos de trabalho no setor (80.715 admissões e 71.478 desligamentos). Seguindo o padrão sazonal da produção agrícola, o setor com a maior criação de empregos nos primeiros seis meses de 2020 foi o de fabricação de produtos do tabaco, com 9.881 postos, concentrados na região do Vale do Rio Pardo.

Em junho deste ano, o número de vínculos ativos de emprego com carteira assinada no agronegócio do Rio Grande do Sul era de 330.402, estável na comparação com o mesmo período de 2019.

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