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Entrevista

Unisc recebe o representante do Consulado Geral da República Tcheca

Foto: Lula Helfer

Professores e dirigentes da universidade agradeceram pelo apoio recebido do país

A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) recebeu na manhã dessa quinta-feira, 23, a visita do representante do Consulado Geral da República Tcheca, o cônsul Frantisek Fleisman. O evento com um número restrito de pessoas ocorreu na sala 307 do bloco 3. O diplomata, que foi recebido pelo diretor de Extensão e Relações Comunitárias da Unisc, Angelo Hoff, e pelos professores do curso de Direito, Caroline Fockink Ritt e Eduardo Ritt, veio conhecer a universidade e estreitar laços.

Em Março, o consulado assinou um contrato por meio de um edital internacional, chamado de Transition, repassando apoio financeiro para o desenvolvimento do projeto de extensão da Unisc intitulado Enfrentamento da Violência Doméstica e Familiar – Direitos e Garantias Legais da Mulher. Com os recursos foram adquiridos móveis, computadores, brinquedos e livros para a infraestrutura das salas montadas nas delegacias de polícia para o atendimento exclusivo das vítimas de violência doméstica e familiar.

O serviço, que é realizado por bolsistas do sexo feminino, estudantes do curso de Direito da universidade, proporciona atendimento gratuito de orientação sobre quais medidas devem ser adotadas e, após, o encaminhamento de modo eficiente aos órgãos públicos da rede de proteção da mulher vítima de violência doméstica. O trabalho também proporcionou a produção do livro Violência Doméstica contra Mulheres: uma necessária reflexão sobre suas causas e efeitos bem como as formas de seu enfrentamento, de autoria de Caroline Fockink Ritt e Eduardo Ritt.

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O projeto, que existe há sete anos em Santa Cruz e desde 2019 em Montenegro, foi estendido e hoje também contempla Venâncio Aires, Rio Pardo e Sobradinho. Até o momento foram 752 atendimentos, como explica a coordenadora Caroline Ritt. “Com a ajuda do edital, conseguimos atender mulheres de outras cidades que têm um alto índice de violência doméstica. É o caso de Rio Pardo. A Unisc, além de ter um gabinete de assistência judiciária, agora está atuando junto à delegacia”, explicou.

Em Sobradinho, em apenas uma semana, o programa realizou 14 atendimentos. A coordenadora explica como foi a aproximação com o consulado. “Há cerca de dois anos meu marido e eu visitamos a República Tcheca e acabei entrando em grupos nas redes socais relacionadas ao país. Um desses grupos era do Consulado. Vi que havia uma edital social, fiquei muito interessada e fiz contato. Logo tivemos retorno”, conta.

Para Caroline, o projeto tem cooperado muito em relação ao combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. “A violência doméstica é um problema mundial que, por muito tempo, foi tratado como tabu, de ordem machista. O trabalho da Unisc com este programa é justamente mudar isso e auxiliar essas vitimas, para que os direitos humanos possam ser garantidos, na tentativa de mudar essa triste realidade.”

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Angelo Hoff, que representou a reitora Carmen Lúcia de Lima Helfer, agradeceu ao cônsul. “O aporte que a República Tcheca nos enviou serviu para expandir e potencializar o projeto. Estamos muito felizes. Acredito que cada euro foi muito bem investido. Só temos a agradecer pela confiança”, afirmou.

LEIA MAIS: MPT destina R$ 76 mil para atendimento a vítimas de violência em Santa Cruz

ENTREVISTA

Frantisek Fleisman – Cônsul-geral da República Tcheca

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Gazeta – Qual tipo de relação cultural, econômica e de intercâmbio a República Tcheca mantém com o Rio Grande do Sul?

Fleisman
– O Consulado Geral está sediado em São Paulo, mas temos no Rio Grande do Sul um consulado em Porto Alegre e estamos cientes das muitas atividades na área da educação. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul existem vários convênios com universidades da República Tcheca. Estamos fomentando a cooperação entre o setor cervejeiro do Rio Grande do Sul e da República Tcheca com tecnologia e know how. Temos atividades culturais e queremos trazer a nossa cultura para cá com ajuda do consulado e dos descendentes de imigrantes tchecos – antes boêmios – que vivem em nova Petrópolis e Gramado.

Como está a realidade econômica e social pós-pandemia na República Tcheca e de que forma o ambiente social foi afetado no país?

Estamos vivendo atualmente uma segunda onda de pandemia. O momento é muito difícil, e não temos ainda como falar em expectativas. Neste momento as restrições estão aumentando não só na República Tcheca, mas também em outros países da Europa por uma série de fatores, entre eles o clima. Está começando o inverno, que é a estação mais propícia para as doenças respiratórias. O estado está ajudando as pessoas e as empresas para superar esta situação.

Como o país lidou com o sistema educacional? As escolas fecharam, assim como no Brasil?

A situação é muito semelhante com a vivida aqui. Para evitar a disseminação do vírus nesses locais, infelizmente as escolas tiveram que fechar e as atividades presenciais foram suspensas. A educação acontece de forma online. A maioria dos países europeus começou a fechar em março e reabriu parcialmente na segunda quinzena de maio. Tivemos restrições muito duras, e agora, com a segunda onda da pandemia, o governo anunciou um confinamento parcial. Ele vai limitar os deslocamentos e os contatos com outras pessoas, com exceção das saídas para trabalhar, fazer compras ou consultar com médicos

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