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Agricultura

Programa de apoio e novas técnicas animam produtores de erva-mate

Maior produtor de erva-mate no Estado até o final da década de 1990, o município de Venâncio Aires perdeu posições nos últimos anos e em 2019 apareceu em 8º lugar em área plantada, em um ranking liderado por Ilópolis e Arvorezinha. Mas com o estímulo de um programa de apoio municipal e a difusão de novas técnicas entre os agricultores, o presidente da Associação de Produtores de Erva-Mate do Polo dos Vales (Aspemva), Cleomar Konzen, prevê a ampliação da área com ervais nos próximos anos. O atual preço do produto também trouxe mais ânimo aos produtores locais.

Com solo favorável para a alta produtividade e mão de obra das pequenas propriedades de agricultura familiar, Konzen afirma que o cultivo da erva-mate encontra condições ideais para a expansão em Venâncio Aires. Para isso, a Emater e a Aspemva fazem um trabalho para estimular o produtor a modificar suas técnicas. Segundo Konzen, no município existe a tradição do cultivo consorciado com outras culturas.

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“Estamos mostrando ao produtor que é melhor dividir a propriedade em partes, com espaços específicos para aipim, milho, pastagem, eucalipto e erva.” Ele observa que com isso é possível fazer a poda no período mais favorável para a comercialização, o ano todo, e não concentrar na época da colheita das demais culturas.

O presidente da Aspemva possui 3 hectares de erva-mate em sua propriedade, na localidade de Palanque, e a área serve como referência para os produtores conhecerem o cultivo por adensamento. Konzen afirma que procura orientar os agricultores sobre a técnica quando buscam mudas em seu viveiro.

Outro argumento é que os ervais trazem rendimento em pequenas áreas e não requerem grandes investimentos, enquanto a produção de cereais oferece melhores resultados com a mecanização e áreas maiores de terra.

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Com 800 hectares de cultivo, o município de Venâncio Aires registrou quebra de 15% na produção em 2020. Mas a perda mais considerável com a escassez de chuvas ocorreu no plantio de mudas de erva-mate, com 50% de mortandade. O extensionista rural da Emater, Alex Davi Gregory, ressalta que se trata de uma cultura muito sensível ao sol forte, principalmente nos primeiros meses de vida. Por isso, ela exige sombreamento adequado. Com a estiagem forte no início do ano, grande porcentagem das mudas morreu por falta de umidade.

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Konzen: condições ideais para expansão

Falta de chuva causou perda de metade das novas mudas

O Programa Municipal de Reflorestamento na Propriedade Rural de Venâncio Aires disponibilizou cerca de 30 mil mudas de erva-mate em 2019 e o mesmo número em 2020. Segundo o extensionista rural da Emater, Alex Davi Gregory, houve a mortandade de metade da quantidade entregue em 2019 e, no ano passado, pequena perda com a escassez de chuvas.

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Gregory explica que os assistentes técnicos orientam ao produtor fazer uma proteção com palhada e sombreamento forte para ajudar as mudas a resistirem à seca. “Se tiver uma estrutura de solo adequada, a possibilidade de não morrer é muito maior do que sem qualquer proteção”, ressalta.

Ostentando o título de Capital Nacional do Chimarrão, o município de Venâncio Aires chegou a ter 1,5 mil hectares com ervais no ápice de cultivo há cerca de 20 anos. Gregory afirmou que a substituição dos ervais por outras culturas diminuiu com as políticas públicas da Emater, por meio do Programa Estadual de Qualidade e Valorização da Erva-Mate, e agora com o aumento do preço pago ao produtor. O baixo preço nos últimos anos havia desmotivado muitos agricultores.

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Conforme o extensionista da Emater, ainda em 2019 foram praticados valores entre R$ 10,00 e R$ 12,00 pela arroba. Essa realidade mudou em 2020. A média em Venâncio Aires varia atualmente entre R$ 16,00 e R$ 18,00 a arroba.

Mas Gregory observa que existe pouca oferta, pois o melhor período de colheita é logo após o inverno. “Agora é uma época mais quente e não tão favorável para a rebrota, pois os raios solares são muito quentes”, salienta.

O programa municipal de apoio à aquisição de mudas já se encontra no terceiro ano, com subsídio de 50% do custo para até mil unidades por produtor (por bloco). O extensionista explicou que está em análise a ampliação do auxílio, como na distribuição de adubo e sementes de forrageiras para facilitar o trabalho e obter qualidade. A maior parte dos ervais em Venâncio Aires é consorciada com outras culturas, principalmente mandioca e milho.

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O presidente da Aspemva, Cleomar Konzen, afirma que uma das principais reivindicações dos produtores é a melhoria na assistência técnica. O trabalho é executado pela Emater, mas a entidade conta com poucos profissionais, que ainda precisam se dedicar a outros segmentos da agricultura. Um dos problemas, por exemplo, é a necessidade de melhor orientação para o combate da broca-da-erva-mate, praga que é responsável pelos principais danos econômicos à cultura.

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