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Consumo

Em alta, feijão deve subir mais e continuar caro

Foto: Alencar da Rosa

De acordo com a Emater/RS-Ascar, a tendência é que o repasse da alta de preços será imediato ao consumidor nos supermercados

A cotação semanal de preços dos produtos pagos aos produtores rurais no Rio Grande do Sul revela que o preço do feijão preto vai subir. Desde a segunda semana de janeiro, o quilo do grão acumula alta de 12% no valor que é pago ao agricultor. A projeção é de que, por conta do tripé estiagem, pandemia e frete caro, o feijão mantenha-se em um patamar elevado durante todo o ano, fazendo com que o custo de vida siga nas alturas.

O engenheiro agrônomo Elder Dal Pra é o coordenador da área de cultivo de culturas vegetais na extensão rural da Emater/RS-Ascar e conhece a movimentação da produção de feijão no Estado. Segundo ele, uma das explicações estaria no próprio hábito dos gaúchos, de consumo do feijão preto. “Ocorre que esta variedade é mais produzida no Estado, e, como a safra foi menor, há menos produto no mercado”.

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A redução na safra está intimamente ligada à estiagem de 2020. As duas maiores regiões produtoras de feijão no Estado são a Serra e o Norte. “O Norte, na área de Santa Rosa, foi um dos que mais foi prejudicado novamente neste ano com a falta de chuva. Isto acaba agravando ainda mais a produtividade.”

Já a mudança de comportamento durante a pandemia do coronavírus aproximou as famílias dos fogões, e a opção por fazer comida em casa elevou o consumo. Como se não bastassem a menor oferta do grão no mercado e a alta no consumo, a elevação de preços dos combustíveis e o impacto deste custo em cima dos fretes fecham a lista de motivos para deixar mais caro o feijão. “Existe uma tendência de que este valor se mantenha mais alto, pois houve quebra na produtividade neste ano também. A expectativa é de que o repasse deste reajuste seja praticamente imediato ao consumidor”, alerta o engenheiro agrônomo.

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Na base da alimentação do brasileiro

Acompanhado do arroz, na dobradinha mais brasileira da cozinha mundial, o consumo diário de feijão está dentro do que se considera uma alimentação saudável.

Porém, quando o assunto é preço caro, a pessoa responsável pelas compras e elaboração do cardápio familiar precisa estar atenta às alternativas ao feijão.

Segundo a nutricionista Nathália Brenner, além de o consumo de feijão com arroz fazer parte da cultura nacional, a mistura dos dois grãos eleva a quantidade de proteína e nutrientes de uma refeição. “O feijão se torna ainda mais rico quando consumido em conjunto com o arroz devido aos aminoácidos, que se complementam”, destaca.

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Ela explica que grãos alternativos, como ervilha, grão-de-bico, lentilha e fava (esta menos comum na mesa dos gaúchos), conseguem fazer o papel do feijão no cardápio sem prejuízo nutricional. “Substituir por lentilha, ervilha ou grão-de-bico vai manter a qualidade nutricional no prato servido, pois são alimentos ricos em vitamina do complexo B, ferro, magnésio e cálcio”, pontua.

Farinha também

Acompanhando a tendência de alta, a saca de 60 quilos de farinha de trigo está mais cara em fevereiro. O levantamento semanal da Emater/RS-Ascar mostra que a alta acumulada da farinha é de 8,2%. O custo mais elevado da farinha tem praticamente os mesmos motivos da alta no feijão. Elder Dal Pra, da Emater/RS-Ascar, explica que a estiagem dos últimos dois anos tem papel decisivo no aumento de preços de produtos cultivados no Estado. “A farinha teve o consumo ampliado, pois o trigo está sendo usado como insumo na alimentação animal. Essa utilização reflete a alta de preços que está ocorrendo neste início de ano”, avalia o engenheiro agrônomo.

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