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SAÚDE DA MULHER

Estratégia visa erradicar o câncer de colo do útero

O terceiro tipo de câncer que mais acomete as mulheres no Brasil, o de colo de útero, pode ser erradicado em dez anos. Esse é o objetivo de uma campanha global desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem o apoio da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). As estratégias incluem metas de vacinação, rastreamento e tratamento da doença.

Segundo a ginecologista Denise Müller, a campanha é mundial e tem o propósito de eliminar totalmente os casos da doença na próxima década, através da imunização e da busca por exames e tratamento. “É o quarto câncer em número de mortes. Temos que pensar na grandeza disso. Se a gente conseguisse desenvolver essas estratégias, em dez anos não teríamos mais câncer de colo útero”, destaca. “Por muitos anos, acompanhei mulheres com um câncer que a gente poderia eliminar com estratégias que podem ser alcançadas. Muitas perderam essa briga e deixaram suas famílias sem os seus cuidados”, explica a médica, que já realizou palestras em colégios e capacitações em áreas da saúde sobre o tema.

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Denise: um assunto que merece atenção

Especialmente pela chegada do Dia da Mulher, celebrado na próxima segunda-feira, 8, Denise divulga a ação para conscientizar sobretudo as famílias para que imunizem os filhos com a vacina do HPV. É um vírus que infecta a célula e pode resultar em lesões pré-cancerosas, até em câncer. “É preciso alertar as mães para que levem suas filhas para a imunização a partir dos 9 anos.” De acordo com a ginecologista, quando a vacina é aplicada nessa faixa etária, ainda não houve nenhum contato da criança com o vírus.

Metas
Vacinar 90% das meninas com menos de 15 anos de idade contra o HPV

Rastrear o HPV em 70% das mulheres: uma vez até os 35 anos e outra vez até os 45 anos

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Tratar 90% das mulheres com lesões precursoras ou câncer invasivo

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Entenda a campanha
A primeira estratégia da campanha é imunizar 90% das meninas contra o HPV. No entanto, a procura pela vacina ainda é baixa no País. “No Brasil, a taxa de adesão em meninas para a primeira dose é de 79%; e na segunda, 46%. Já em meninos, a primeira dose está em 36% e a segunda em apenas 19%. É uma vacina que está de graça nas redes básicas pelo SUS”, observa Denise. A ginecologista conta ainda que é uma vacina segura e eficaz. Hoje já são mais de 270 milhões de doses aplicadas no mundo.

Implementada pelo calendário nacional de imunização do Ministério da Saúde em 2014, a vacina contra o HPV é disponibilizada na rede pública para meninas entre 9 e 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Aplicada em duas doses, com intervalo de seis meses, protege contra quatro tipos de HPV, dois deles os maiores responsáveis pelo câncer de colo uterino. Oferece proteção contra seis tipos de câncer, nos quais o HPV tem papel no desenvolvimento. O vírus atinge mais de 630 milhões de pessoas e é responsável por 10% de todos os tumores que atingem as mulheres e 5% dos que acometem os homens.

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A segunda estratégia é a realização de exames preventivos para identificar a doença, uma vez que o diagnóstico precoce traz chances maiores de cura. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, a neoplasia de útero é a terceira mais frequente entre as mulheres no Brasil: atinge mais de 16 mil por ano. Denise Müller explica que hoje o rastreio é feito pela coleta do exame citopatológico do colo do útero.

A estratégia da OMS prevê a inclusão de exames de alto desempenho em 70% das mulheres até 2030. A terceira estratégia envolve o tratamento de 90% das lesões precursoras, ou seja, que ainda não evoluíram para o câncer. Segundo a ginecologista, no Brasil, cerca de 50% das mulheres diagnosticadas com câncer de colo morrem antes de ter acesso aos tratamentos. Isso se deve à falta de assistência adequada e à descoberta da doença em estágios avançados. Contudo, Denise aponta que a situação e a realidade do tratamento na região são melhores do que na maior parte do País. A médica explica que o objetivo da campanha é discutir o assunto com a comunidade e convidar a população a ser propagadora dessas informações, que podem salvar muitas vidas.

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