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CLIMA

Sob efeito do La Niña, outono começa neste sábado

Foto: Rafaelly Machado

Caracterizado como a estação de transição do calor do verão para o frio do inverno, o outono é responsável pela queda das folhas

O outono, que começa neste sábado, 20, às 6h38, e se estenderá até 00h32 de 21 de junho, caracteriza-se como um período de transição do calor do verão para o frio do inverno. A estação, que se inicia com a presença do fenômeno La Niña no Pacífico, mas em processo de enfraquecimento, com menos precipitação, será marcada por alguns dias quentes nos meses de abril e maio – o chamado veranico de maio, que não acontece todos os anos. Mesmo em junho podem ser esperados alguns dias quentes, e deve ser o caso também neste ano.

A meteorologista Estael Sias alerta que o outono costuma ser marcado por três períodos. “No primeiro, até o fim da primeira quinzena de abril, costumam prevalecer as marcas mais elevadas nos termômetros, com períodos esporádicos de calor mais forte. Na segunda metade de abril ocorre o segundo, quando a frequência de dias amenos ou frios aumenta e já podem ocorrer, dependendo do ano, até algumas noites com geada. Esse período perdura até a metade de maio, quando tem início o terceiro, com características climáticas já próximas daquelas observadas no inverno”, esclarece.

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Com predomínio de dias agradáveis e temperatura próxima ou acima das médias históricas, a estação que começa com o La Ninã poderá ter algum episódio de frio intenso mais cedo. Mesmo a neve é um fenômeno que poderá ser registrado mais cedo em 2021, a despeito de somente em curtíssimo prazo ser possível fazer uma previsão. A tendência, entretanto, é de que não ocorra frio persistente ou prolongado em grande parte deste outono.

De acordo com Estael, outra marca importante da estação é a grande diferença de temperatura da noite para o dia. “Trata-se de um dos períodos do ano com maior amplitude térmica, e que também proporciona um aumento nos dias de nevoeiro, especialmente a partir de maio”, destaca a meteorologista.

Com frequência, sob condições de céu limpo e ar seco, a temperatura pode variar até 20 graus ou mais no mesmo dia. Isso exige o uso de roupas mais pesadas no começo da manhã e vestuário leve no período da tarde.

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O Oeste e o Sul do Estado têm maior propensão a sofrer influência de massas de ar frio no decorrer do outono. A ocorrência de mudanças bruscas de temperatura também é comum. “Em alguns momentos, as frentes frias avançam; os termômetros que marcavam temperaturas acima de 30 graus imediatamente poderão cair para abaixo de 10 graus”, explica.

A mudança no regime de chuva também é decisiva durante o período. Enquanto no verão as precipitações se originam mais de nuvens carregadas, que se formam pelo calor e pela umidade alta, a partir do outono a chuva passa a ter como causa principal a passagem de frentes frias e centros de baixa pressão.

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“Em junho, há a atuação de frentes quentes, muito menos comuns aqui do que as frentes frias. Quando elas ocorrem, trazem altos volumes de chuva e ainda temporais com muitos raios e, principalmente, granizo”, salienta Estael. “O outono é a época do ano com menor frequência de temporais no território gaúcho, mas estes ocorrem em qualquer época do ano.” A expectativa é de que o outono deste ano seja marcado por precipitações irregulares, com períodos chuvosos e outros mais longos de tempo seco.

Durante a maior parte do tempo, a estação deverá ter chuva abaixo da média; entretanto, abril poderá ser um mês de maior volume pluviométrico. A quantidade e a frequência das chuvas tendem a aumentar à medida que se aproximar o inverno, quando aumenta a possibilidade de volumes muito altos de precipitação. Neste ano, a expectativa é de que junho não seja muito chuvoso, como normalmente acontece. Junho é o mês, por exemplo, que tem a maior média de chuvas em Porto Alegre no calendário anual.

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O VERÃO FOI MAIS CHUVOSO

As chuvas de verão, entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, totalizaram 501 milímetros em média. Isso significa que no verão choveu 20% mais em relação às médias anteriores. O professor de Agrometeorologia da Unisc, Marcelino Hoppe, explica que no passado o verão registrava 360 milímetros por ano. “Em dezembro, geralmente as médias ficavam em 120 mililitros por mês, com base nos dados de 1914 a 1968. Isso aumentou, e entre 2004 a 2019 passou para 131 milímetros. Em janeiro, passou de 136 para 151, e em fevereiro de 105 para 120.”

Ele acredita que esse cenário está relacionado ao aquecimento global. “Está aumentando a chuva na primavera e no verão, e diminuindo no outono e no inverno. É mais ou menos o que acontece no Centro-Oeste: uma chuva muito concentrada no verão, e praticamente não chove no inverno e no outono”, observa Hoppe. “Foi um verão bom, que superou a primavera, e isso não é normal. Normalmente, a primavera é mais chuvosa, mas ela foi de apenas 330 milímetros”, afirma.

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É no outono que acontece o equinócio, fenômeno em que a duração do dia é idêntica à da noite, e os hemisférios Norte e Sul recebem a mesma quantidade de luz; ou seja, o dia e a noite têm 12 horas cada. “Desde o Natal temos quase 14 horas de dia e dez horas para a noite; agora teremos 12 para o dia e 12 para a noite. Vamos baixar até chegar ao inverno com um pouco mais de dez horas durante o dia e 14 à noite”, explica Hoppe.

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