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SANTA CRUZ

Prefeitura fará mutirão contra o mosquito da dengue no sábado

Foto: Guilherme Neuhaus/Secom

Após infecção de morador pelo vírus zika, também transmitido pelo Aedes aegypti, mutirão foi realizado em Rio Pardinho

Dado o significativo aumento no número de casos de dengue em Santa Cruz do Sul e na tentativa de frear o contágio para que a situação não saia de controle, a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) vai realizar neste sábado, 10, um mutirão em parte do Centro e adjacências. Serão vistoriados durante todo o dia, por agentes comunitários de saúde e soldados do 7º BIB, 2.485 imóveis, entre terrenos, moradias e estabelecimentos comerciais.

A última atualização da Vigilância Sanitária revelou 127 casos de dengue já confirmados no município, somente nesses primeiros meses do ano – em todo o ano de 2020 foram quatro casos. O foco maior agora é no Centro da cidade, onde foram registrados 43 casos e, em segundo lugar com maior número de ocorrência, está o Bairro Arroio Grande, com 22 casos. Já os demais se espalham por outros 15 bairros da cidade.

“Cerca de 80% das amostras de larvas que enviamos para o Estado são de Aedes. No Centro a quantidade do mosquito é absurda, praticamente o que tem é Aedes”, alertou o coordenador da Vigilância Sanitária, enfermeiro Tainã Bartel.

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Protocolos de prevenção da Covid-19 serão seguidos

Na operação, marcada para este sábado, a expectativa é de que todos os imóveis, residenciais e não residenciais, sejam vistoriados, inclusive aqueles que estiverem fechados. As ações ocorrerão durante todo o dia, das 8 às 17 horas e vão envolver cerca de 150 pessoas.

Apesar do grande número de participantes do mutirão, todos os protocolos de higiene e segurança, como distanciamento social, uso de máscaras e de álcool gel, serão rigorosamente observados. As equipes também estarão devidamente identificadas.

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Por onde passa o mutirão

Além de parte do Centro, a operação vai percorrer diversas ruas dos bairros limítrofes: Arroio Grande, Pedreira, Senai, Bonfim e Ana Nery. O objetivo, conforme Tainã, é fazer um bloqueio da transmissão da doença, que hoje está concentrada na região central. “A ideia é justamente frear a proliferação de novos casos dentro dessas comunidades”, explicou.

>>> Veja por quais ruas passará o mutirão

No sábado posterior, dia 17, ação semelhante deverá ser realizada também no Bairro Arroio Grande, o segundo com maior número de casos confirmados de dengue

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A colaboração dos moradores é fundamental para o êxito do mutirão. “É importante que a comunidade seja receptiva e compreenda a necessidade deste mutirão. Em 2019 essa mesma operação foi feita nos bairros Renascença e Universitário e deu muito resultado, tanto que até o momento não foram encontrados focos nesses dois bairros”, destacou o coordenador.


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As visitas aos imóveis serão feitas por duplas, que ao ingressar nos pátios farão uma vistoria completa, a fim de detectar a existência de focos do mosquito. Eles ajudarão os moradores na limpeza mostrando como proceder na eliminação de possíveis criadouros, focos e no recolhimento de entulhos.

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Na incidência de criadouros fixos – onde seja impossível a remoção –, serão chamados os agentes de endemias para fazer aplicação de larvicida. E como é de praxe, todos os moradores serão orientados sobre os cuidados necessários para evitar possíveis criadouros. “Até uma tampinha de refrigerante se converte em um criadouro do mosquito”, frisou Bartel.

Toda ação vai contar com o apoio da Guarda Municipal, Brigada Militar e secretarias municipais de Obras e Infraestrutura (Seoi), de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade (Semass), de Agricultura (Seagri) e de Habitação, Desenvolvimento Social e Esporte (Sehase). A operação vai envolver o uso de maquinário, como caminhões, retroescavadeiras e outros veículos.

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Materiais serão recolhidos

Moradores das ruas que serão contempladas na operação já podem ir se organizando e no início da manhã de sábado, poderão deixar em frente as suas casas, os materiais e entulhos que desejem descartar. “O objetivo não é recolher entulho, mas vamos dar essa oportunidade para que os moradores façam esse descarte, quanto menos lixo acumulado dentro de casa, melhor”, disse. Deve ser dada prioridade ao descarte de garrafas, vasilhames, lonas, vasos e outros materiais que possam acumular água.

Conforme Tainã, muitas pessoas solicitam a aplicação de veneno, o chamado “fumacê”, para matar os mosquitos, no entanto a substância deve ser aplicada com cautela. Por mais que tenha o uso aprovado pelo Ministério da Saúde, ele destaca que não deve ser utilizada de forma indiscriminada. “Solicitamos agora para o Estado devido ao grande número de casos e se formos atendidos, vamos fazer uma aplicação no Centro, onde foi registrado o maior número de casos de dengue. Mas não é uma ação que possa ser feita como rotina, a pulverização por UBV é sempre o último recurso. Temos que ter em mente sempre que a melhor forma para evitar a dengue é a prevenção”.


Tainã chamou atenção para o fato de que 90% das ligações telefônicas feitas para a Vigilância Sanitária não são denúncias, mas pedidos para que os agentes se desloquem até as residências para fazer vistorias. “São coisas que os próprios moradores podem fazer, que não dependem das vistorias feitas pelos agentes de endemias. É preciso limpar calhas, encher de areia vasos com plantas, não deixar recipientes com água parada, enfim, cada morador precisa se responsabilizar por manter seus ambientes limpos e bem cuidados”.

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O coordenador aproveitou ainda para fazer uma comparação, chamando a atenção para a responsabilidade de cada cidadão nas questões relacionadas à saúde pública. “Estamos vivendo duas situações bem difíceis, a Covid-19 e agora a dengue, porém com uma grande diferença. O coronavírus a gente não enxerga, é um inimigo invisível, difícil de combater, mas a larva do mosquito transmissor da dengue a gente vê e é bem fácil de eliminar. Por isso cada um tem que fazer a sua parte”, ressaltou.

Chegada do frio não afasta riscos de novas contaminações

Com o início do outono e a incidência de temperaturas mais baixas, muitas pessoas acreditam que os casos de dengue irão automaticamente diminuir. Embora isso possa de fato ocorrer, o Aedes aegypti vem se tornando mais resistente com o passar do tempo e se, as pessoas não observarem os cuidados agora, no próximo verão o número de casos tende a ser ainda maior.

“Todo mundo tem essa ideia, só que o mosquito está ficando mais resistente. Já encontramos larvas até embaixo das camadas de gelo formadas pela geada. O ciclo do mosquito não cessa com o frio, os ovos podem resistir até 450 dias em ambiente seco e aí podemos ter uma explosão de casos”, disse Alexandre Moura Goularte, fiscal ambiental da Vigilância Sanitária.


Outra questão importante a saber, é que a transmissão da dengue acontece através da fêmea do mosquito, que faz a busca por sangue para a maturação dos ovos e dessa forma transmite a doença. Mas é preciso ter bastante atenção porque em geral os mosquitos do gênero Aedes se alimentam de néctar de flor e seiva de plantas, passando grande parte do seu ciclo de vida em meio a natureza. “Daí a importância de manter limpos os terrenos e áreas verdes”, acentuou.

O período de maior atividade do Aedes é durante o dia, especialmente no início da manhã e ao final da tarde. Portanto o hábito de arejar a casa logo cedo ou no final da tarde não é recomendável.

“Isso só deve ser feito depois das 10 horas da manhã e antes das 16 horas, quando o calor aumenta e o mosquito costuma repousar”, orientou Alexandre. Embora o mosquito voe baixo, ele também relata que larvas já foram localizadas em andares altos de edifícios, portanto é preciso ficar atento, fazer a prevenção e utilizar repelente.

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