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Direto da redação

Malditos Pokémons

Quando veio a notícia do lançamento do Pokémon Go no Brasil, pensei: “agora ferrou”. Calma, não tenho maiores críticas ao jogo em si. Particularmente, creio que só o futuro dirá se a febre do Pokémon fará bem ou mal para a humanidade.

Por enquanto, somam-se notícias e argumentos tanto contra quanto a favor do jogo. Dentre relatos preocupantes, estão os casos de aficionados que invadiram bases militares ou sofreram acidentes durante a perseguição às criaturinhas. Também já houve registros de gente que teve o celular roubado durante as caçadas – no Brasil, claro.

Mas há muita notícia positiva também. Fãs do jogo têm divulgado na internet casos como o do garoto autista que, em busca dos Pokémons, perdeu o medo de sair de casa no Reino Unido. Ou do hospital americano que usa o aplicativo para incentivar crianças doentes a levantar das camas. Um dos principais argumentos pró-Pokémon tem sido justamente o fato de o jogo incentivar a meninada a sair da frente das telas de computadores e televisões para brincar na rua, sob o sol. Bom para nutrir o corpo com boas doses de serotonina.

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Mas tenho amaldiçoado o jogo por questões pessoais. Como eu previa, o lançamento no Brasil se tornou o estopim para uma explosão lá em casa. Já são quase duas semanas de choro e ranger de dentes. Tudo porque o Júnior, colecionador de cartinhas e bonecos do Pokémon, não via a hora de começar a jogar o Go. E continua assim. Ele não tem celular.

Há longa data me pergunto se celular é coisa de criança. Demos tablet, acesso ao computador, liberamos acesso aos desenhos no Netflix… mas criança com celular, sempre achei demais. Até agora.

A experiência doméstica me fez notar que o fenômeno Pokémon pode estar gerando um novo processo excludente na sociedade, principalmente entre as crianças. Quem não tem acesso ao jogo se tornou uma minoria, que, embora ainda não seja alvo de preconceito, é deixada à margem das rodas de conversa. Dói, e não tem bola de futebol que ajude a superar isso. Resultado: papai vai ter que marchar com um smartphone.

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Moçada, vale lembrar que nem tudo é Pokémon Go. Existe uma prática milenar chamada leitura, também bastante divertida. Pode ser feita no smartphone e sem ele.

E, falando nisso, não posso deixar de registrar a pertinência da 1ª Festa Literária de Santa Cruz, iniciativa do Sesc que vem proporcionando encontros riquíssimos entre jovens leitores e 13 escritores da cidade. Membro desse time de palestrantes, vou sempre disposto a ensinar e, por fim, acabo eu aprendendo um bocado com a garotada.

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