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Direto da redação

A solução

Acho que faz dois ou três anos, mas lembro como se fosse ontem do rosto alegre de uma senhora ao nos ver desembarcando da minivan.

– Parabéns – disse. – Pais com essa coragem, hoje em dia, é difícil de ver.

O elogio me marcou porque, muitas vezes, tenho a impressão de ser vigiado por olhares de censura quando chego em algum lugar com as crianças. Afinal, uma família de seis pessoas em tempos de gasolina a R$ 4,39, o quilo do pão cacetinho beirando os R$ 10,00 e até a cuca subindo de preço pode ser encarada como insanidade. Não que eu ligue muito para esses pensamentos alheios… afinal, às vezes me chamam de louco até pelas coisas que escrevo nesta coluna.

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Certa vez um amigo me disse que ter filhos é uma via de mão única, um investimento alto e sem retorno. No nosso caso, então, seria uma autoestrada com quatro pistas. Hoje discordo. Em sentido contrário vêm, em nossa direção, caminhões carregados de carinho, amor, aprendizado e, claro, boas histórias. Vamos então à última da Ágatha.

Dia das Mães

Às vésperas do último fim de semana, nos vimos às voltas com um problema que costuma assolar famílias grandes – a dificuldade em conciliar agendas. Ocorre que as apresentações de homenagem pelo Dia das Mães foram marcadas exatamente para o mesmo dia e horário tanto na escola do Júnior quanto na das gurias. Não haveria como a Patrícia assistir às duas. Claro que o Júnior, um típico adolescente, não faz questão de participar de homenagens em público. Mas desta vez havia um incentivo: a participação valia reforço nas notas, o que viria bem na Matemática.

– E agora? – desesperou-se a Yasmin. – Estamos ensaiando há dias.
A Isadora também começou a se preocupar, mas coube à Ágatha, a caçula e superstar desta coluna, sugerir uma solução.
– Calma, tive uma ideia – disse. – Vamos usar uma máquina copiadora.
– Máquina copiadora?
– É… – continuou a caçula. – Vamos no tio do xerox, para fazer uma cópia gigante da mãe. Em uma das apresentações vai a mãe de verdade e, na outra, a mãe de papel. Simples.
Mas então ela pensou melhor no assunto e fez uma ressalva.
– Só que a mãe de verdade vai na minha apresentação. Não quero ter que abraçar a mãe de papel.

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E o Júnior, ao ouvir aquilo, trancou-se no quarto. Foi estudar Matemática.

 

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