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Direto da redação

Ágatha e o folclore

A coluna Direto da Redação, como o nome sugere, foi concebida para a análise dos assuntos que são pauta da cobertura jornalística, para abordar temas como política e economia, para desvelar os bastidores das reportagens. Mas não posso deixar de atender aos pedidos de tantos leitores que insistem em saber das últimas traquinagens da Ágatha. Argumentam que os causos da caçula deixam o sábado mais alegre, que minhas divagações são dispensáveis e que posso deixar a análise política, econômica e social por conta dos dois Garcias da Gazeta – o Alexandre e o Pedro –, que a fazem com maestria, assim como o Astor Wartchow e o Ruy Gessinger. Mais uma vez, portanto, dobro-me ao pedido dos leitores.
 
O rico folclore brasileiro foi o tema dominante entre as conversas das crianças lá em casa essa semana. Por conta do Dia do Folclore, comemorado na quarta-feira, as gurias mais velhas trabalharam a temática em sala de aula e a Ágatha, curiosa como é, buscou saber mais sobre o assunto na internet. Encontrou uma série de desenhos animados que, de forma didática e adaptada aos dias de hoje, recontam as lendas que integram nosso imaginário cultural. Ficou muito impressionada com a história do boto cor-de-rosa.

– O boto é bem malandro, pai – contou. – Ele sai da água, veste um terno, coloca um chapéu meio de lado e fica na calçada, escorado em um poste, com pose de galã. Mas depois que as moças se encantam por ele, pufff, desaparece.
Ficou meio desconfiada, porém, com as histórias da Cuca.
– Acho que não existe. Onde já se viu? Um jacaré que caminha como a gente, que fala e tem nome de comida…

Mas gostou mesmo foi da lenda do Negrinho do Pastoreio. Pessoalmente, considero essa uma das histórias mais bonitas e representativas do folclore rio-grandense. É uma narrativa que remete à fé do gaúcho, tão necessária a um povo que, historicamente, habituou-se a enfrentar rigores. É, também, uma contundente denúncia de o sofrimento imposto pela crueldade da escravidão, o período mais triste e vergonhoso de nossa história.

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Ágatha, por sua vez, simpatizou com o caráter caridoso e altruísta do Negrinho do Pastoreio.
– Quando perdemos algo – explicou –, é só acender uma vela para ele, e ele nos ajuda a encontrar o que perdemos.
Mas então, adotou um ar preocupado.
– Só tem um problema.
– E qual é?
– Não dá para perder a vela.   

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