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Isolamento em família

O cinturão com álcool gel

Nossa caçula, Ágatha, dedicou o último fim de semana a uma instrutiva atividade repassada pela professora como parte das tarefas a serem realizadas em casa, por conta da suspensão das aulas. O trabalho, voltado à conscientização ambiental e à preocupação com uma alimentação mais saudável, consistia em: a) criar uma composteira, para a produção de adubo orgânico; b) plantar uma hortinha; e c) preparar uma receita saudável.

A marota adorou a ideia de trabalhar na terra. Inicialmente, delimitamos o espaço da composteira, no quintal, e ela depositou ali cascas de frutas e de ovos. Então, deteve-se por alguns instantes contemplando a obra, dando-me a impressão de que planejava esperar para ver os microrganismos entrando em ação, levando a cabo suas complexas operações de transformação dos resíduos orgânicos em adubo. Mas, ciente de que tal processo é demorado, anunciou que passaria ao estágio seguinte: a hortinha.

Planos de implantar uma horta, lá em casa, são antigos. Já tivemos experiências bastante instrutivas com tomates e temperos. Mas nunca expandimos o cultivo, por mérito de nossos cães, os quais, sem entender muito de agricultura, desconhecem a necessidade de recolocar as mudas em seus devidos lugares após cavoucar a terra. Assim, para evitar a repetição de tais incidentes, decidimos dispor a horta de Ágatha em caixotes que, além de ficarem fora do alcance da turminha de quatro patas, poderão ser reposicionados conforme a incidência do sol, bastante variável nesse pré-início do inverno. Neles, Ágatha plantou salsinha, cebolinha e beterrabas.

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Mais tarde, já de banho tomado, e sob orientação da Patrícia, a caçula se pôs a mexer na farinha e em outros condimentos, para, enfim, brindar-nos com deliciosos cupcakes de banana. E, ao final da tarefa, confidenciou-nos:

– São bem divertidas essas aulas no quintal e na cozinha… Mas ainda preferiria retornar às aulas na escola.

Passou então a descrever um plano que, no seu entender, poderia ser apresentado ao governo como forma de viabilizar a retomada das aulas.

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– Além das máscaras, cada criança poderia receber um cinturão, equipado com vários frascos de álcool gel – disse.

Pelo que entendi, o tal cinturão seria semelhante a uma cartucheira, repleta de porta-frascos e atravessada sobre o peito, o que daria aos alunos o aspecto de pequenos Rambos. Patrícia, contudo, interveio.

 – Mas, Ágatha, e o distanciamento? Como manteriam as crianças afastadas na sala de aula e na pracinha?

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– Ah, teríamos que nos acostumar em estudar e brincar longe uns dos outros. Mas pelo menos poderíamos nos ver enquanto brincamos… Em casa, nem isso é possível.

Paciência, Ágatha. Vai passar.

***

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Confesso que fiquei positivamente surpreso com a volta de Santa Cruz do Sul e arredores para a bandeira amarela. Que bom. Temia más notícias depois que o governo do Estado tornou as regras do plano de distanciamento social mais rigorosas – inclusive, com a possibilidade de uma região em situação crítica influenciar nas bandeiras das demais. Nesse contexto, a bandeira amarela é uma conquista que, mais do que comemorações, exige esforços de todos para que seja mantida. Cumpre lembrar: mesmo em situação mais tranquila, ainda estamos sob ameaça da pandemia. Logo, tanto pelo aspecto econômico quanto de saúde, não podemos descuidar no uso da máscara e do álcool em gel, bem como na atenção à necessidade de distanciamento e às demais regras de higiene.

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