O Novo Hamburgo mereceu este inédito título estadual por tudo que fez no campeonato. Teve melhor campanha, ataque mais positivo, maior número de vitórias, não perdeu para a poderosa dupla Gre-Nal e venceu a dupla Ca-Ju. Liderou o campeonato de ponta a ponta e é o legítimo campeão gaúcho.

O Noia apostou na capacidade de Beto Campos de montar uma equipe experiente e que acreditasse numa filosofia de jogo. O elenco abraçou a causa do técnico e do clube e fez uma campanha quase sem reparos, apesar da gigantesca diferença financeira para a dupla Gre-Nal. Baseado na força coletiva, Beto fez do Novo Hamburgo um time coeso: forte defensivamente, dinâmico e veloz no meio-campo e de poder ofensivo bem definido, com transição rápida e força no jogo aéreo. Ao não se intimidar diante da dupla Gre-Nal e acreditar no trabalho da comissão técnica, o Novo Hamburgo levou ao título.

Chegou a hora

Beto Campos foi o melhor técnico deste Gauchão. Ele e seus dois homens de confiança – Dárley Costa, assistente técnico, e Rafael Dias, preparador físico – estão prontos para dirigir equipes de maior expressão, inclusive da primeira divisão do futebol brasileiro.

Esta comissão técnica vem de grandes trabalhos, como os acessos de Avenida e Caxias. Beto Campos é um homem simples, afável, cordial, mas que impõe seus métodos com boa didática. Júlio Santos, Preto, Jardel, João Paulo e Juninho, jogadores que passaram por grandes equipes do futebol brasileiro, compraram a ideia do técnico. Chegou o momento de dar um salto na carreira. Este título gaúcho é a principal credencial.

Em obras

Se o time do Internacional fosse uma casa em reformulação, eu diria que ainda está em obras. O rebaixamento tem diagnóstico conhecido: fragilidade emocional e time desequilibrado e incapaz. O Inter melhorou emocionalmente, já não se abala tanto após sofrer um gol, mas continua com sérios problemas defensivos, principalmente no jogo aéreo.

É certo que este time que acaba de perder o Gauchão para o Novo Hamburgo mudará a fotografia. Mas também é correto afirmar que jogar a Série B exigirá muita mais do que apenas “reformas” na equipe. É a hora da verdade para Inter e Antônio Carlos Zago.
Ótima semana a todos.