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Bate forte o coração

O grande fato do ano no esporte regional até o momento é a volta do Avenida à elite do futebol gaúcho em 2018. Levando-se em conta que outras praças (Bento Gonçalves, com o Esportivo, e Lajeado, com o Lajeadense, por exemplo) fizeram investimentos arrojados a fim de subir à Divisão Principal (e ambos os times inclusive foram superados pelo Nida), é feito nada menos do que memorável, digno de todos os aplausos. 

Mais do que isso: a comunidade deve considerar o quanto representa, em termos de visibilidade, ter um clube disputando o principal campeonato estadual. A agregação de valor não só ao próprio clube, mas a todo o município, é imensa, em todas as mídias. Foi angustiante acompanhar o Gauchão de 2017 e saber que não haveria referência a Santa Cruz do Sul, pois ambos os times (Santa Cruz e Avenida) estavam na Divisão de Acesso. O Periquito, ao ter assegurado a volta, recoloca a região toda de novo no mapa do futebol.

O torcedor, o que aprecia o esporte pelo que representa de imponderável e de superação para a vida toda, sabe muito bem que com o Avenidinha não se deve jamais duvidar de nada. Se tem algo que particulariza o clube é a capacidade de proporcionar emoções. Foi assim no passado, entre altos e baixos, como narra o saudoso Nestor José Kaercher em seu livro Histórico do Esporte Clube Avenida: 06-01-1944 a 06-01-1994. Em muitas ocasiões conversei com seu Nestor na sala de arquivos da Gazeta do Sul, quando ele, pacientemente, dia após dia, folheava edições do jornal em suas pesquisas. A Gazeta, aliás, nasceu quando o Avenida acabara de completar seu primeiro ano de existência, e assim pôde registrar praticamente toda a trajetória. 

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A obra de seu Kaercher surgiu em comemoração aos 50 anos do Nida, tendo sido publicada em 1994, quando o clube estava afastado do futebol, isso desde 1990. A equipe voltou aos gramados em 1998. Seu Kaercher faleceu em 2008, aos 76 anos, e acabou não testemunhando seu querido clube na conquista do primeiro título estadual para a cidade, o Campeonato Gaúcho da Segunda Divisão de 2011 (no próximo sábado, como está traçado, tentará o bicampeonato, contra o São Luiz, em Ijuí).

O curioso é que nesses quase 20 anos de retorno ao futebol, desde 1998, o Avenida talvez seja o clube no Estado que mais subiu e mais desceu. Conseguiu o acesso no campo em nada menos do que seis vezes, incluindo este de 2017, e quase sempre foi rebaixado no ano seguinte (com exceção de 2009, quando, tendo como técnico o atual campeão gaúcho, Beto Campos, manteve-se na elite). Perder e ganhar faz parte do futebol, é a essência de todo esporte, e essa montanha-russa de acessos e descensos é só mais um elemento a evidenciar a capacidade do Periquito de fugir ao convencional. 

Em 2018, os Eucaliptos poderão ambientar mais uma saga deste clube que, tendo na camisa a cor que simboliza esperança, irá em busca de novas emoções. Não está lá no próprio hino que “tu és alegria”? E que graça teria o futebol, qualquer esporte, sem alegria? “E bate forte o coração”, diz o hino. Sábado tem a grande final contra o São Luiz. “Entra no campo, Avenida, e vai mostrar a tua raça.”

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