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O jeito certo de fazer as coisas

O cenário político e de representatividade tem sido fonte de muito desencanto. Dizer que o brasileiro está desconsolado e irritado com o rumo das coisas é até pegar leve. Das tomadas de decisão no governo às lambanças dos ministros do STF, parece que nada nos salva. Mas isso é o que vigora no setor público, onde a ética parece tão ausente quanto os pinguins no deserto do Saara.

No mundo que nos cerca, com sensibilidade vemos que muita coisa boa é feita, e merece ser multiplicada. Acostumamo-nos a lamentar que os poderes públicos mais emperram do que facilitam a vida. Se é assim, que tal tratar de garantir autonomia e construir com as próprias mãos? E não é que em âmbito regional temos tido exemplos de sobra nesse sentido? Senão, vejamos.

O Avenida. Quem diria que um clube pequeninho daria salto tão grande e projetaria sua marca em apenas um ano para o País? Conhecido por seu sobe e desce entre as séries A e A2 do Campeonato Gaúcho, o Periquito era apontado como candidato a, uma vez mais, voltar para a Segundona. Não só não caiu como mostrou regularidade impressionante. A campanha foi coroada com a classificação para as semifinais, no dia 20, à noite, após empate em 2 a 2 com o Caxias no campo do adversário.

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Ficava salientada a competência da equipe diretiva e de futebol, com o dever da menção ao presidente Jair Eich e ao técnico Fabiano Daitx (guardem esse nome). O sucesso do Avenida envolve gestão, organização, espírito de equipe. O fato de não ter passado pelo Grêmio (como seria quase impossível passar pelo Inter) parece até realçar o feito: só o tricampeão da América foi capaz de parar esse Nida!

E a Expoagro. Por coincidência, no mesmo dia 20 começava outra jornada digna de aplausos, exemplo para todas as áreas produtivas. Trata-se da 18ª Expoagro Afubra, iniciativa que se volta à difusão de tecnologias para a pequena propriedade de perfil familiar. No ritmo em que vamos, ou a sociedade age para manter e levar gente para o campo, único ambiente (nobre ambiente) de produção de alimentos e matérias-primas, ou cada vez mais seremos reféns nos campos de concentração que se tornaram as cidades contemporâneas. Cercados de cimento, apavorados com o aumento da violência e da insegurança, tornamo-nos dependentes de alimentos produzidos em larga escala, à base de químicos e de um modelo de todo insustentável. Isso tem de mudar.

A revolução verde de que precisamos (o mesmo verde que, aliás, veste o Avenida) é a de um mundo sustentável, que favoreça a permanância na agricultura de milhares de pequenos produtores, modelo que viabilizou o desenvolvimento das regiões de imigração hoje tão celebrado. Uma vez mais, a exemplo do Nida, tudo passa por fixação de prioridades, persistência, inovação e gestão.

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Há, sim, um jeito certo de fazer as coisas. Sucessos como os do Avenida e da Expoagro Afubra mostram que esse é o jeito certo.

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