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DIRETO DA REDAÇÃO

A hora de retomar a normalidade

Este foi um ano sem Carnaval. Bem, no final das contas, definitivamente não é de um Carnaval que precisamos. No ano passado, as folias de Momo ocorreram, com a característica normalidade de tais folguedos. Acabou sendo uma das poucas normalidades que tivemos em 2020. Bastou passar o Carnaval, e o mundo parou. Quase como se aquelas folias tivessem se tornado, de forma paradoxal, o último suspiro de uma suposta normalidade (quando é justo o Carnaval, por essência, a época em que valores e normas são subvertidos). E então veio a verdadeira subversão ou inversão de tudo o que já se tinha visto em sociedade: veio a Pandemia (com direito a ser escrita assim, com letra maiúscula).

Por isso, se passamos o ano de 2020 inteiro sendo acossados por uma alteração radical na rotina, o Carnaval de 2021 podia, sim, também vir invertido. Ao invés de sair por aí em folias e folguedos (coisa que, aliás, boa parte da população fez e segue fazendo na surdina ou na clandestinidade mês após mês, num festerê permanente típico daqueles para os quais sobram energia e irresponsabilidade e faltam consciência e caráter), o Carnaval de 2021 deve (deveria) ter sido de recolhimento. Teve tudo para ser um típico feriado para tentar conter aglomerações, para sossegar o facho, para acolher amigos e familiares, pelos quais cada um deveria sempre zelar. É: não precisamos de um Carnaval. Precisamos de uma vez por todas de centramento, de pé no chão, de tomada de consciência e de atos efetivos para que haja normalidade.

E quem precisa disso não é a Economia, entidade abstrata que nunca se sabe como definir (seria capital para alguns poucos, ou seria qualidade de vida para muitos, de preferência para todos?). Quem precisa de normalidade são as pessoas, cujo comportamento coletivo anda tendo pouco daquilo que se esperaria de gente normal. O que se lê, ouve e vê está muito mais para um enorme pandemônio do que advindo de membros da categoria dos Homo sapiens. Quem também precisa de normalidade (de mais atitude e zelo, e de menos “Carnaval”) é a natureza. Afinal, não está o meio ambiente estertorando na mesma vibe e na mesma proporção que a sociedade, reagindo em temporais, estiagens e enchentes com a mesma regularidade com que “pessoas” emitem despautérios?

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Uma normalidade se mostra mesmo urgente. Porque um sintoma tenebroso do descalabro da Economia se evidencia. Na recente expedição Os Caminhos do Tabaco 2021, em quase 3 mil quilômetros percorridos pelos três estados da região Sul, uma constatação recorrente sinalizou para um cenário nada promissor. Em pequenas ou médias cidades, no interior ou em ambiente urbano, por onde quer que se passasse, via-se a placa afixada: “Vende-se”. Dezenas de placas! Por que tantos estabelecimentos e tantas propriedades estariam à venda? E para onde (ou para que negócio) os que se desfazem de seus bens estarão indo? Eis um mistério. Elucidar ele compete como tarefa a todos nós. E sem dúvida com urgência. Para o bem da normalidade. Bom final de semana para todos.

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