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Conversa Sentada

Andanças VII

Os negócios são quase todos muito parecidos, a meu sentir. Há que ter qualidade. O que é bom se defende. O que não pode acontecer é o interessado olhar o produto e dizer: “Pois é, não era bem isso que eu queria.” E sair sem sequer perguntar o valor.

Há quem diga que imobilizar , adquirindo a propriedade do campo,  não é o  melhor caminho, arrendar seria melhor. Ocorre que o bom da pecuária são os negócios bem fluídos e desregulamentados. O proprietário de uma gleba de, por exemplo, mil hectares, sempre tem quem queira locá-la no todo ou em parte. Se precisar vender, pode fazê-lo em fatias.

Decidimos tomar em arrendamento várias fazendolas contíguas. Tem que ser encostada porque diminui muito o custo de manejo e da gestão. A compra, como já disse antes, é consectário natural. Foi o que aconteceu.

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Eliminei a fase da engorda, ou terminação. Ficamos só com cria e recria. As vacas falhadas vendemos para invernadores cujos campos tem essa vocação. Além do que o leque para venda do gado gordo é restrito e cartelizado .

Não recriamos terneiros machos. Na entrada do outono são todos vendidos, o que considero bom negócio, pois a mãe se livra do terneiro, já que está prenha de outro.

Também adotamos os seguintes pilares, que são de uso geral, mas que alguns criadores não seguem e se dão mal. A) NUTRIÇÃO; B) SANIDADE; C) MANEJO e D) GENÉTICA. Nessa ordem. Com efeito, não adianta matriz excelente se ela não tem pasto e boia à vontade; também não resolve um touro da Expointer se você não fizer as vacinas necessárias ou deixar que se encha de carrapatos; também fica ruim se não maneja seu gado com todos os cuidados; só então, last but not least, vem a genética. Não resulta comprar a novilha campeã de Palermo se ela passa fome, os peões ficam de correrias com ela e não tem sanidade.

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Mas não é só isso. Aquilo de o peão dormir num canto do galpão junto com os cuscos é coisa do passado. O barato sai caro. Por isso, carteira assinada, todos os direitos assegurados, normas de segurança, folgas, horários estipulados. Alojamentos condignos, alimentação farta.

Mas há peculiaridades. Na Campanha o verão é abrasador e o sol aparece cedo. É mister, portanto, que a peonada saia para o campo ao alvorecer, logo após o café. Por volta do meio-dia retornam à sede, almoçam e sesteiam, porque nessa hora mexer com pessoas, gado e até com as cobras é totalmente contra indicado. Só lá pelas 4 ou 5 da tarde é que recomeça a faina. 

Estávamos indo bem, tanto para dentro da porteira como para fora.

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Mas tinha um bichinho que há horas me fazia “coscas”. Toda vez que eu ia na Expointer ficava com mais vontade de um dia trazer um animal, nem que fosse só para concorrer.

Assunto para a próxima coluna.

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