Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

Conversa Sentada

Sobre o complexo de vira-lata

Vivi momentos de pânico nesta semana na BR-290.

Saí da fazenda, em Unistalda, às 6 da manhã. Entrei na BR-287, tudo calmo, fluxo normal. Após Santa Maria passei por São Sepé e adiante acessei a 290. Até então, tudo sereno. Dali em diante, na 290, foi um inferno. Automóveis argentinos ultrapassando sobre pontes, aclives com faixa dupla, excedendo loucamente a velocidade. Vários, não vencendo as ultrapassagens, obrigavam os que vinham em sentido contrário a fugirem para o acostamento.

Meu Deus, será que eles se portam assim dentro de seu país? Será que pensam, esses irresponsáveis, que somos um país sem lei?

Publicidade

Não estou generalizando, amo a cultura e o folclore da Argentina, sua história, suas paisagens, seus vinhos, seus escritores, os tangos, “las zambas”, seus corais. Mas a verdade é que eu não ultrapassei um só argentino. E todos os que me ultrapassaram estavam em excesso de velocidade.

Fiquei pensando: essas atitudes absurdas não são usuais no Rio Grande do Sul, tanto é que fiquei indignado e até assustado. Indignado, porque esse proceder dos “hermanos” beirava as raias do dolo eventual (não desejo um acidente, sei que o posso causar, mas vou continuar correndo), não sendo mera imprudência. Assustado, porque estava nítido que brincavam com a morte de toda a família. Mas eu não estava querendo embarcar nessa, sendo levado junto, podendo morrer ou virar paraplégico.

Onde quero chegar? Nós, muitas vezes, nos rotulamos de mal-educados, espaçosos, desrespeitadores das leis, corruptos por natureza (complexo de vira-lata). No entanto, creio que estamos avançando no quesito de civilidade. Basta ver que quase ninguém mais fuma, bebe em restaurantes de beira da estrada, atira lixo no chão. Cada vez mais, entre nós, usa-se o “com licença”, “desculpe”, “por favor”, “obrigado”. Não é em todos os lugares do dito primeiro mundo que isso acontece.

Publicidade

O rigor cada vez maior de nossa Justiça, do Ministério Público, das polícias, está forçando a uma mudança nas práticas centenárias da corrupção. Tente subornar um policial rodoviário para ver o que acontece. Ao revés, em viagens de carro por alguns países vizinhos, você sabe o que pode acontecer quando lhe param na estrada.

Estou sendo ufanista demais? Creio que não. A esperança não pode fenecer. Nosso país é maravilhoso. E muitos outros, onde hoje reinam a paz e a ordem, já estiveram atolados na criminalidade e na corrupção. Novas eleições se aproximam, “é tudo com a gente”. Que tal uma boa faxina?

Publicidade

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.