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Conversa Sentada

Lixo e educação

Um professor suíço gracejou comigo certo dia em Bern: “um dia teremos na Suíça leis tão generosas como vocês no Brasil”.Para se ver como foi longe nossa “fama”.

A professora Lissi Bender, para mim uma das intelectuais mais brilhantes que Santa Cruz já teve, está coberta de razão em seu artigo de quinta-feira passada. Desnudou nossa pouca vergonha no que tange à civilidade e à procura de uma boa convivência.

Convivência de que jeito se as pessoas não respeitam os mais comezinhos princípios de vizinhança, atordoando crianças, idosos, enfermos, e a todos nós, com som alto dentro dos carros ou nas suas casas? Obrigam-nos a ouvir o que não queremos. E, admoestados com calma, já querem reagir com facão ou recrudescer o volume.

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Alega-se que nosso país é muito novo e, por isso, há que se ter calma. Mas que calma, cara-pálida? Há mais de centenas de anos se ouve essa cantilena. E como é que em Austrália e Nova Zelândia, que são jovens países, nada disso acontece, ao menos com monturos de lixo, assaltos, falta de pudor mínimo? É duro discordar de quem proclama em alto e bom som: nós é que  falhamos!

Vamos falar no lixo. Teimamos e teimamos em não o reciclar e o separar. E aí começam os dramas, as chuvas levam plásticos e tudo mais para as redes de esgoto e para os canais. O resultado todos sabemos.

Minha esperança era que as escolas doutrinassem as crianças para que estas advertissem os pais a se comportarem de maneira correta. Parece que não adiantou. Mas crianças e adolescentes portando fuzis e metralhadoras aparecem a todo momento.

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Não vejo melhoras educativas significativas. 

Está certo que vamos indo para sermos uma potência, ao menos no que tange à produção de soja, milho, trigo e outros víveres. Somos grandes exportadores de carne de todos os tipos. Temos lindos locais para turismo. Mas não adianta: as cidades cada vez têm mais mendigos que dormem na rua. Pessoas consumindo drogas, sem o menor temor, de noite e de dia em vias públicas.

O que está havendo conosco? Pseudorreligiosos tomando dinheiro de gente simples que acredita nas vociferações indecentes, em nome de Deus. Pessoas se queixam de falhas na rede de saúde: mas quantos se cuidaram para ter boa saúde? Não estaria na hora de uma ampla campanha, por todos os meios de comunicação, em prol de boas práticas? 

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As rádios e TVs são concessões públicas. Está na Constituição. A maioria só nos oferece lixo. Façamos efetivo o dispositivo constitucional. É só requisitar programas educativos. Não censurar. Simples assim.

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