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CONVERSA SENTADA

Mais um sem concurso

Conta a lenda que um empresário forte de São Paulo estava disposto a estender sua rede aqui no Rio Grande do Sul. Encontrou-se com um amigo muito famoso e bem-sucedido e perguntou: “eu preciso ter um excelente CEO aqui, o dr. João Insciente seria boa escolha?”. Ao que o empresário gaúcho colocou a mão no queixo, pensou uns dez segundos e respondeu: “não”. O paulista indagou: “mas tu o conheces?”. E nosso gaúcho concluiu: “por eu não o conhecer, ele não é bom”.

Eu fora, estou apenas repetindo o que ouvi há muitos anos, mas não quero fazer nenhuma ilação maldosa com ninguém.

Abriu-se uma vaga no STF. Não é preciso dizer que tivemos excelentes e cultos ministros. Deixando fora os mais antigos, mas João Leitão de Abreu, Pedro Soares Muñoz, Nelson Jobim, Paulo Brossard, Teori Zavascki, Ellen Gracie, Thompson Flores, todos esses gaúchos foram ou são meus conhecidos. Com todos eles tive excelente amizade. Alguns foram meus professores e outros meus amigos.

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Dava gosto de os escutar. Todos extremamente finos e nobres. Os que já faleceram devem se revolver nas tumbas ao verificarem no que hoje se transformou o antigo Excelso Pretório.

Eu até pensei que meu aluno na Faculdade de Direito, o hoje desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, filho de meu amigo, o juiz do trabalho Otomar Lenz, e neto do lendário ministro Thompson Flores, seria indicado.

Mas enfim, ele é jovem, brilhante, correto e não tenho dúvida que vai ser guindado numa próxima vaga. Talvez tenha uma passagem inicial pelo STJ.

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Não conheço o desembargador do Piauí que Bolsonaro escolheu para o STF. É relativamente jovem, mas não sei de nenhuma obra jurídica de sua lavra, nem uma proeminência mais acentuada.

Nunca vi presidente nenhum pegar um pretendente ao STF pela mão e pedir a aquiescência de alguns membros do STF antes de o apresentar ao crivo do Legislativo federal.

Falam que é trabalhador, julga rapidamente, seria muito bem articulado. Falam que é católico. E daí? Num estado laico isso é irrelevante, desde que não seja dono de uma dessas “igrejas empresas” arrecadadoras de dinheiro dos pobres.

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Enfim, boa sorte ao ungido.

Viram o que aconteceu com o Moro? Tivesse tido calma, estaria com trânsito no Congresso (não sei se no STF, mas isso se resolveria no andar da carreta).

De qualquer modo, se realmente o futuro novo ministro é rápido nos despachos, menos mal. O que há de processos em quarentena é algo…

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Noto que, a cada ano, menos juízes e promotores concursados chegam ao STF. E também menos advogados de notório saber jurídico.

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