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CONVERSA SENTADA

Biden foi muito bem

Eu sempre ouvi de meu pais e de outros senhores, quando eu era piá: tu tens que te comportar sempre, não ser inconveniente, se estás com a razão, por que gritar? Não importa saber se és rico, médio ou pobre. Tens que te portar bem.

Tem gente que enriqueceu de uma hora para outra, compra correntões de ouro, mas não se esforça por se instruir, aprender boas maneiras, não ficar dando gargalhadas, nem abusando de palavras chulas.

Quando vi, por vez primeira, Biden caminhando, achei-o bem saudável. Adorei aquelas corridinhas que ele dava nos jardins ou nos comícios. Claro que eram coisa de seis metros. Mas Biden queria mostrar que estava em plena forma para encarar uma campanha árdua. Minha nossa: 78 anos?

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Assistindo a programas em que ele aparecia, achei-o muito bem. E mais: esguio, rosto sereno, olhos fixados no seu interlocutor, cabelos brancos como é natural da idade.

Perdeu sua primeira esposa num acidente, teve tragédias familiares, casou de novo, sempre muito classudo e simpático.

E o que dizer da simpática vice-presidente? Está no rosto sua determinação, no seu jeito de caminhar, sua têmpera.

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Eu não tenho nada contra o Trump. É um vencedor nos negócios, mas o via como um mercantilista e pouco piedoso com os desvalidos.

Foi um fiasco seu choro de mau perdedor.

Não gosto muito de políticos que vivem urrando preces e orações de razões apenas políticas. Biden foi discreto e, com toda razão, ecumênico, por assim dizer.

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Resta agora saber o que vai rolar para nós, brasileiros, que não temos culpa pela má fama de alguns políticos que se generalizaram pelo mundo. Que culpa temos nós agricultores, que somos um exemplo em excelência de qualidade? Soja, trigo, carnes de altíssima qualidade, e por aí vai. Que culpa têm os empreendedores que movimentam a máquina econômica?

O presidente da França, Emmanuel Macron, num surto napoleônico, declara que não vai mais comprar a soja brasileira em represália aos “crimes” contra a natureza. Agrega, ainda, usar uma arma, qual seja o início de plantação de soja para consumo interno. Pelos seus ternos muito bem cortados, sapatos de pelica, gravatas Dior, deduzo que o mandatário nem saiba distinguir soja de trigo. Provavelmente vai pedir que os proprietários de terras de 50 hectares voltem a plantar soja, derrubando parreiras centenárias para semear a leguminosa.

Assim, a França não vai mais importar nossa soja. É claro que sem escala e sem muita experiência, a soja “française” vai custar cem vezes mais que a nossa.

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O Brasil tem de voltar a ser diplomático.

Como disse Kamala: “we did it”.

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