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Música

Conheça a santa-cruzense que brilhou como cantora nos tempos dourados do rádio

O vestido rodado acompanhado de um refinado colar de pérolas representava uma escolha de luxo entre as opções do guarda-roupa de Vilma Nunes há mais de 50 anos. Além das quermesses, esse conjunto de vestimenta era usado para outra especial ocasião: o concurso Calouros Santa-cruzenses, promovido por uma emissora de rádio local. Realizado entre as décadas de 1950 e 60,  a competição reunia jovens aspirantes a cantores, que encontravam espaço para soltar a voz e, de quebra, ganhavam ajuda financeira extra se fossem premiados.

Dona de uma memória de dar inveja, a aposentada lembra com detalhes daquela época. Aos 15 anos, dona Vilma participava da competição local e também do programa Clube do Guri, veiculado pela Rádio Farroupilha, de Porto Alegre.

Segundo ela, uma de suas concorrentes era ninguém menos que Elis Regina. “A menina (Vilma diz isso porque Elis era três anos mais nova) tinha mais ‘traquejo’ e musicalidade que as outras cantoras. Ela trazia a experiência da Capital”, fala com olhar de quem se reporta ao exato momento em que compartilhava experiências com aquela que, anos depois, se tornou um ícone da MPB. “Nos ensaios, ela nos dava dicas sobre como aprimorar a voz. Uma artista de primeira.” A porto-alegrense Elis, nos primórdios da carreira, era atração confirmada do Clube do Guri, apresentado por Ary Rego. Eventualmente, participava das atrações de rádio pelo interior do Estado. 

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Amante do samba, Vilma escolhia canções de nomes como Noel Rosa e entoava o vozeirão ao lado de outros três ou quatro músicos. “Cantávamos ao som de violão, gaita, cavaquinho e pandeiro. A gente se virava com eles. Ou você tinha jeito para a coisa ou não tinha.” Não esquece de citar que também foi vencedora do concurso de auditório em Santa Cruz.

A conquista do primeiro lugar no Calouros significava um auxílio financeiro à família. Isso porque, ao receber uma quantia em dinheiro, Vilma ajudava a sustentar a mãe viúva, que trabalhava como safreira, e os quatro irmãos. “Foi o arroz e o feijão da ‘turma’ lá em casa durante os meses que não contemplavam a safra.” 

Mas ela teve de abdicar daquela carreira que parecia promissora. É porque dona Olinda Pereira dos Santos não quis mais ter de ficar com o coração apertado toda vez que a sua pequena partia rumo a cidades como Porto Alegre, Candelária e Agudo para se apresentar. Foi para corresponder ao zelo da matriarca que Vilma encerrou a sua participação nos programas de rádio.

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