Depois de causar polêmica e ser acusado de racismo ao representar um africano em um dos quadros do programa humorístico Pânico na Band, o ator e comediante Eduardo Sterblich não apareceu mais ao vivo nas transmissões e chegou a cancelar shows no interior de São Paulo por questões de saúde. 

Segundo informações do jornal Agora S. Paulo, dois integrantes do programa teriam dito que o afastamento do humorista se deu por motivos de depressão. Sterblich estaria abalado após as acusações de racismo. Em sua página no Facebook, o artista publicou um pedido de desculpas, que logo depois foi deletado. “Não sou Racista! E também estou chorando… A quem deixei triste ou pior, peço desculpas por minha IGNORÂNCIA! Que, pelo menos, eu sirva de exemplo! Para que isso não aconteça mais”, dizia o post. 

O programa também chegou a divulgar um nota para pedir desculpas pelo personagem e justificou que também há sátiras relacionadas a “mexicanos, árabes e chineses” na atração dominical. Conforme a Folha de S. Paulo, a Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, que tem ligação com o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), encaminhou uma denúncia contra o Africano à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), da Presidência da República. 

O quadro

Na encenação que gerou as investigações, Sterblich utilizou o recurso do blackface para interpretar o personagem Africano, um homem negro que se comunica apenas por grunhidos e gesticula com danças exóticas. O blackface é uma forma de pintura teatral usada no século 19 por artistas brancos para representar pessoas negras de forma satirizada.