A pandemia interrompeu o ritmo do mercado editorial no ano, ainda em março. Desde então, além do adiamento de lançamentos previstos para o primeiro semestre, alguns títulos mais relevantes no catálogo de cada editora foram disponibilizados somente em formato de e-book. No entanto, com o segundo semestre, a publicação retoma uma agenda um pouco mais normal, e inclusive chegam às livrarias, na forma impressa, alguns dos principais volumes programados para 2020.

Entre eles estão quatro obras que tendem a ser fundamentais na biblioteca nesse período durante e pós-pandemia. O Magazine seleciona tais títulos, como dicas de leitura, antecipando, de certa forma, a primavera. Um deles é o novo romance da italiana Elena Ferrante, pseudônimo de um dos maiores nomes da literatura europeia, anônimo, que assina, por exemplo, a Tetralogia Napolitana, quatro romances que se tornaram best-sellers.

Outra novidade é o romance de uma das principais escritoras israelenses, Ayelet GundarGoshen, 38, autora também de Uma noite, Markovitch, lançado no Brasil em 2018. Entre os escritores nacionais, destaque para a jornalista Patrícia Campos Mello, correspondente internacional e setorista de política, que lança obra sobre as polêmicas fake news e a campanha de difamação da qual tem sido alvo. Por fim, o romancista e ensaísta libanês Amin Maalouf, importante voz da cultura árabe, reflete sobre os tempos atuais e a insegurança institucional. Boa leitura!

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Da Itália
A vida mentirosa dos adultos, de Elena Ferrante. Tradução de Marcello Lino. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2020. 432 p. R$ 49,70.

A escritora italiana que assina com o pseudônimo de Elena Ferrante tornou-se uma das principais celebridades literárias europeias, em especial a partir da publicação de sua Tetralogia Napolitana, quatro romances ambientados em Nápoles, na Itália. Seu novo romance a chegar ao Brasil, A vida mentirosa dos adultos, tem tudo para ser um dos principais best-sellers do ano no País.

De Israel
Despertar os leões, de Ayelet Gundar-Goshen. Tradução de Paulo Geiger. Rio de Janeiro: Todavia, 2020. 368 p. R$ 48,90.

Entre gigantes das letras, como David Grossman e A.B. Yehoshua, escritores novos, como Etgar Keret e Ayelet Gundar-Goshen, projetam a literatura de Israel para o mundo. De Ayelet pode-se conferir seu novo romance, Despertar os leões, editado no Brasil. No enredo, um médico deixa Tel-Aviv para se envolver em obscura história em Beer Sheva, às margens do deserto.

Do Brasil
A máquina do ódio: notas de uma repórter sobre fake news e violência digital, de Patrícia Campos Mello. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. 196 p. R$ 39,90.

Uma das principais correspondentes internacionais em atividade no País, setorista de Política na Folha de S. Paulo, a jornalista Patrícia Campos Mello fez uma série de reportagens denunciando o uso de robôs para disseminar conteúdo de fake news na eleição presidencial de 2018. O resultado é que passou a ser alvo de ataques cada vez mais agressivos, como detalha neste livro.

Do Líbano
O naufrágio das civilizações, de Amin Maalouf. Tradução de Arnaldo Bloch. Rio de Janeiro: Vestígio, 2020. 256 p. R$ 54,90.

Um dos mais importantes autores árabes da atualidade, o libanês Amin Maalouf, 71, que também escreve em francês, é autor de romances ambientados em sua região natal. Seus narradores e personagens tematizam, em geral, a riqueza cultural dessa área, contraposta à enorme dificuldade de lidar com a democracia. No novo livro, um ensaio, segue nessa linha de reflexão.

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