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18 de outubro

Hoje é Dia do Médico. Alguns associam o médico a santidade. Outras o demonizam ou fantasiam sobre uma “máfia branca”. Muitos acreditam que ser médico dá muito dinheiro e “status”. Pode ser que estejam certas, ou erradas. Mas nem todo mundo sabe o que é necessário passar para ser médico. Vestibular com as maiores médias para ser aprovado. Seis anos extenuantes de muito estudo, sem poder trabalhar, sendo sustentado por alguém, poucas horas de sono, privações sociais, pressões e competições. Só vivendo para saber como é. Horrível tudo isso, não? Que nada, é muito bom. Pergunte ao seu médico e ele dirá que os anos mais divertidos da sua vida foram durante sua formação. As coisas complicam quando adentramos no mercado de trabalho.

Enfrentamos uma desvalorização sistemática do trabalho médico pelo poder público e também no setor privado, principalmente para médicos conveniados ou cooperados, visto que médico particular hoje é raridade.

Essa desvalorização do médico ocorre por vários motivos. Há questões ideológicas da gestão pública que quer o “bastante, bom e barato”, com ênfase no bastante barato. E não é por falta de dinheiro, mas sim por gestão política e não profissional. No setor privado essa desvalorização do médico tem como objetivo aumentar o lucro das operadoras, seja para contratar mais funcionários e vender mais planos, seja para ganho financeiro dos gestores e proprietários. Para benefício dos médicos é que não é.

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Outro motivo para essa desvalorização do trabalho médico é aquela autoinfligida pela classe médica. É um misto de falta de qualificação, ética e humanização, com pitadas de baixa autoestima, acomodação e pouca educação continuada. Claro que isso não é generalizado e ainda temos muito mais médicos competentes do que despreparados. Mas ao passo que essa combinação de fatores cresce, aumenta a chance do médico ser explorado pelas gestões públicas e privadas, trazendo sofrimento para o profissional e para a população que ele atende. Ainda por cima, o médico acaba sendo imputado pela baixa qualidade da saúde, piorando a já maculada imagem que temos perante a população.

Neste dia tão especial para nós, médicos, pergunto aos meus colegas: quando foi a última vez que você leu o Código de Ética Médica? Lá você verá que tem muitos direitos, como a autonomia para conduzir seu trabalho. Claro que há deveres como valorizar a vida humana, ter uma boa relação médico-paciente e buscar atualização constante do conhecimento. 

Quando foi a última vez que perguntou se está satisfeito com seu trabalho? Não está? Você não está sozinho. Converse com seu colega médico, discuta, se organize, se mobilize para melhorar o seu trabalho. Você é o dono do seu trabalho. Você é o médico. Pelo seu bem e dos seus pacientes, lembre-se disso.

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