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Sobre vitórias e derrotas

Nesses meus pouco mais de 40 anos, já vi muita coisa acontecer. Grandes empresas que foram à falência. Famílias muito ricas que perderam tudo. Pessoas que vendiam saúde até que subitamente adoecem. Clubes de futebol que foram da glória à lona. Se olharmos para o lado veremos pequenas derrotas todos os dias, muito mais do que vitórias.

A derrota sofre preconceito, é mal vista pela sociedade. Mas é elemento básico de crescimento e aperfeiçoamento. Podemos dela tirar muitos ensinamentos para enfrentar novas batalhas. Ruim é quando a derrota nada ensina, principalmente quando é terceirizada e vista como injustiça ou castigo. Quem não busca em si os motivos da derrota, perde. Perde a chance de corrigir suas ações para minimizar novas derrotas.

Sobre vitórias e derrotas, controlamos alguns fatores, mas não há como estar imune a elas. É questão de tempo até que elas apareçam. Definitivamente trabalho, cautela, perseverança e humildade maximizam as chances de vitória e minimizam as derrotas. Mas fatores ao acaso pesam para ambos os lados.

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Uma vida, seja empresarial, pessoal ou clubística, é feita muito mais de derrotas do que de vitórias. Assim sendo, não é a ausência de derrotas que faz alguém vitorioso, mas sim sua capacidade de lidar com derrotas a fim de chegar à vitória. Aprender, persistir e superá-las é o caminho da vitória. E quando atingimos a tão esperada conquista (pode ser uma promoção, uma formatura ou um Mundial), tudo começa novamente e novas batalhas virão, sujeitas a prováveis fracassos e algum sucesso.

Sou gremista desde muito pequeno. Cresci dentro do Olímpico Monumental por ocasião do trabalho de meu pai, jornalista esportivo. Vivenciei de muito perto as maiores vitórias que um clube pode ter e sofri muito mais do que vibrei. Mas esse sofrimento fez meu time ser considerado Imortal, pois mesmo nos piores momentos, nas maiores derrotas, nasce um sentimento de esperança, que o amanhã será melhor.

Não é à toa que a partida mais marcante da história deste clube é a de um título que ninguém gostaria de ter: a de Campeão da Série B. E olha que temos títulos muito mais nobres. Motivo de piada para muitos colorados, a Batalha dos Aflitos faz até hoje arrepiar e correr lágrimas aos verdadeiros gremistas. Ela simboliza como nos superamos nos momentos mais difíceis e como não desistir nunca, mesmo diante da maior das adversidades. Uma das tantas aulas que o esporte e a vida nos dão.

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Não por acaso, o Grêmio voltou mais forte das grandes derrotas, como o segundo título continental de 1995 e a final de 2007. Em situações como essa, ficam somente aqueles que amam, torcem e querem fazer o melhor, seja da pessoa ou do clube. Nas vitórias, todos são felizes e amigos. Somente nas derrotas sabemos de verdade quem está ao nosso lado.

Confesso que não fiquei contente como imaginava pelo descenso do Internacional. Desejo que, assim como o Tricolor, o Colorado aprenda suas lições e que fiquem somente as pessoas que o amam. Pois gigante de verdade é aquele que perde e volta para ser vitorioso novamente, como o meu Imortal.

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