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Depressão pós-parto

Poucas coisas são tão realizadoras e significativas quanto gerar uma vida. A gestação e a maternidade são momentos sublimes e marcantes na história de toda mulher que vive essa experiência. Mesmo sendo algo especial, a mulher pode passar por um período de tristeza intensa e abrupta, desenvolvendo um quadro mais grave dos sintomas, e pode até desistir de viver.

Bastante comum nos primeiros dias após o parto, o “blues” ou tristeza puerperal é um comportamento involuntário e acomete mais de 50% das mulheres. Trata-se de um período transitório que nos primeiros dias após o parto faz com que a maioria das mulheres se sintam tristes e não adaptadas à mudança de ter um bebê em casa. Mas é uma situação que melhora ao longo das primeiras semanas pós-parto, não causando prejuízo funcional acentuado.

Por se tratar de mudanças hormonais bruscas, não há como prevenir o “blues”. Não é necessário tratamento, mas é importante que a mulher seja orientada pelo médico sobre as características desse status hormonal, que é passageiro e o organismo e o corpo dela voltarão ao normal.

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Não tão comum e bem mais grave que o “blues” é a depressão pós-parto. Embora seja comum confundir os sintomas, os dois quadros são bem diferentes. Esse tipo de depressão acontece em cerca de 15% das novas mães. A principal diferença é que, na depressão pós-parto, há a rejeição ao bebê.

Os fatores de risco identificáveis mais comuns que podem levar uma mãe a desenvolver a depressão pós-parto são: antecedentes de depressão, mulheres com problemas de saúde durante a gravidez, casamento de baixa qualidade, mãe solteira, falta de apoio da família ou amigos, dificuldades para aceitar o recém-nascido, especialmente um bebê não desejado ou de sexo diferente do esperado, e mães de bebês que tiveram de ficar hospitalizados após o parto, como na prematuridade, por exemplo.

Insônia, alterações de apetite, choro fácil, fadiga, ansiedade e preocupações excessivas, irritabilidade, perda de interesse pelo bebê, sentimento de não conseguir ou não saber cuidar do recém-nascido, desesperança e sensação de inutilidade são os sintomas mais comuns da depressão pós-parto. Tudo isso afeta algo vital para o bom desenvolvimento do bebê: o vínculo materno infantil.

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Em casos mais graves, as mulheres podem ter pensamentos suicidas e infanticidas, onde a mãe pode atentar contra sua própria vida e até a do bebê. Por mais difícil que possa parecer e aceitar, mães doentes podem matar seus bebês.

Para prevenir a depressão pós-parto é sugerido ter uma gravidez planejada, com um bom casamento e suporte familiar, inclusive com uma preparação financeira. Claro que mesmo assim pode acontecer, mas os impactos serão bastante menores, principalmente na vida psíquica do bebê. No tratamento recorremos ao uso de medicamentos, psicoterapia de apoio e, como grande diferencial, precisamos da participação do grupo de apoio social da mulher, companheiros e familiares. Depressão pós-parto existe e mata. Identificar e tratar, salva vidas. Tanto da mãe quanto, principalmente, do bebê.

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